Austro Engine junta-se com a Universidade de Tecnologia de Viena e a Bosch General Aviation Technology em um programa para a criação de um “motor de hidrogênio bivalente”, em 05.06.23


A fabricante de motores aeronáuticos austríaca, com sede em Wiener Neustadt, e fornecedores de motores para aeronaves leves bimotor (DA-42 e DA-62) da austríaca Diamond Aircraft, a Austro Engine (AE) “embarcou” em um programa com a Universidade de Tecnologia de Viena e a Bosch General Aviation Technology para a criação de um “motor de hidrogênio bivalente”. A fabricante (AE) espera concluir o projeto de pesquisa até o final de 2024 buscando que o conceito do motor seja capaz de funcionar com combustíveis querosene e diesel como um de seus motores convencionais (por combustível fóssil) além de ser capaz de funcionar com hidrogênio puro.

O problema é mais simples na teoria do que na prática, claro, com Austro descrevendo sua ideia básica como um motor com injeção direta de H2 e combustão via jato de ignição (ignition jet) em vez de centelhas por velas de ignição. O sistema forneceria maior flexibilidade para operadores fora da infraestrutura de hidrogênio disponível, bem como para operadores usuários de SAF em vez do tradicional QAv/JET-A.

A Austro convocou seus novos parceiros para acompanhar o projeto, dizendo que “um sucesso considerável já foi alcançado”. A Austro cita uma taxa de substituição de energia de 90% em carga parcial, o que equivale a uma redução de 99% na emissão de monóxido de carbono, e não muito menos de dióxido de carbono. No entanto, o uso de hidrogênio puro com combustão via jato de ignição ainda apresenta muitas incógnitas. Se for bem-sucedido, a equipe será capaz de descobrir quaisquer pontos fracos ou problemas de confiabilidade em um motor conversível de hidrogênio/querosene e criar algo pronto para certificação.

“Em estudos renomados, o hidrogênio é considerado o meio de armazenamento de energia do futuro. Sem dúvida, muitos desafios na produção e principalmente no manuseio e na infraestrutura ainda não foram esclarecidos. Fiel ao lema – Se você não avança, você retrocede -, a Austro Engine está assumindo a responsabilidade pela próxima geração de sistemas de propulsão para aviação geral”, disse Felix Zahradnik, diretor de tecnologia da Austro Engine. “Além da maior eficiência com as menores emissões, fatores como custos operacionais, segurança e disponibilidade mundial foram decisivos na determinação da estratégia de futuros conceitos de propulsão. Vemos nosso futuro a longo prazo não apenas com combustíveis de aviação sustentáveis, mas também acreditamos que a combustão direta de hidrogênio pode ser um bom sistema de propulsão para a aviação geral”, Zahradnik completou.

“Parcerias além das fronteiras da indústria são cruciais para alcançar a sustentabilidade na aviação. Na Bosch Aviation Technology, estamos orgulhosos de ser o parceiro tecnológico da Austro Engine e da Universidade de Tecnologia de Viena em projetos com financiamento público, que integram hidrogênio em uma linha de motores existente”, comentou Christian Grim, gerente geral da Bosch General Aviation Technology. “Estamos convencidos de que o hidrogênio desempenhará um papel importante em relação às soluções de aviação sustentável se usado com células de combustível ou em motores a hidrogênio. Para enfrentar a descarbonização como um grande desafio para a aviação geral, será cada vez mais importante buscar sistemas de propulsão alternativos”, completou Grim. [EL] – c/ fonte