“Preparando-se para o novo normal da aviação executiva: protestos [pró-ambiente]”, em artigo da AIN, em 10.06.23


O articulista da mídia AIN Charles Alcok, em 25 de maio, escreveu post com título “Prepping for business aviation’s new normal: protests” (ou, “Preparando-se para o novo normal da aviação executiva: protestos”), em meio da semana em que acontecia a feira anual da aviação executiva européia (EBACE 2023), promovida pela EBAA.

Na abertura da feira, no dia 23, ativistas-manifestantes ambientalistas protestaram em área da EBACE 2023 interrompendo momentaneamente a programação da feira.

Citando este novo protesto do gênero e ainda apontando para o protesto antecedente em evento, ocorrido em fevereiro durante a conferência Air Ops da EBAA em Bruxelas (Bélgica), ambos interrompendo e perturbando as programações, e para o protesto ocorrido em novembro passado, quando manifestantes ambientalistas-ecológicos, em bicicletas, invadiram a área para aviação executiva no Aeroporto Schiphol de Amsterdã, na Holanda, interrompendo a movimentação de aeronaves, Alcok prevê que certamente outros protestos virão.

No caso do protesto em Bruxelas, os manifestantes interromperam a conferência depois de supostamente conseguir se registrar para o evento com base em uma conexão falsa com um executivo da indústria.

Alcok comenta que, na “mobilização” dos ambientalistas na EBACE 23, no dia 23, antes de um protesto pacífico e oficialmente sancionado do lado de fora do local da feira, a PALEXPO, os manifestantes-protestantes invadiram com força a área de exibição estática da feira, algemando-se a aeronaves e interrompendo os vôos no aeroporto de Genebra por quase uma hora, o deleteriamente resultou ao ambiente localmente uma maior carga de emissão de carbono, já que as aeronaves tiveram que ficar em padrões de espera ou seguindo para alternados. Supostamente, a maioria dos disruptores foram presos.

Em uma sessão de painel da EBACE sobre o futuro da indústria, na manhã do dia 24 (dia seguinte do protesto), líderes empresariais concordaram que haverá mais por vir, pois grupos supostamente ambientalistas se comprometeram a interromper totalmente a operação de vôos privados por meio de ações judiciais.

Eric Schouten – o CEO e fundador da Dyami Security Services, que preparou uma avaliação de ameaças para os organizadores da EBACE – disse para a mídia AIN que os grupos de protesto estão ficando mais difíceis de rastrear.

Bill Dolny, CEO da MedAire, com sede no Arizona (EUA), disse temer que os protestos fervorosos que ele testemunhou na Europa sejam replicados no EUA em breve.

E não são apenas os manifestantes de entidades independentes que estão em “pé de guerra”.

Durante a EBACE, no mesmo dia 23, o ministro dos transportes da França, Clément Beaune, confirmou a introdução de sua proibição há muito ameaçada de serviços de vôos domésticos entre as cidades de Nantes, Bordeaux, Lyon e Paris/Aeroporto Orly, com base no fato de que os serviços de trem estão disponíveis para essas rotas com um tempo de viagem inferior a 2,5 horas. Alcok destaca que a diretiva francesa, que Beaune alega sido aprovada pela Comissão Européia, é a primeira proibição desse tipo no mundo.

Alcok levanta a dúvida se está medida francesa será a última e se medidas similares poderão ser estendidas à aviação do transporte privado, sem contar se outros Estados e governos seguirão o exemplo.

Alcok escreveu no artigo que, durante a EBACE, o foco da aviação executiva em sua responsabilidade de reduzir as emissões de carbono foi intenso, com um crescente consenso entre os líderes do setor de que o fracasso não é uma opção. Como a indústria aérea, a aviação executiva estabeleceu uma meta de zero líquido até 2050. Mas, segundo Alcok, o problema é que, evidentemente, os manifestantes-protestantes pelo meio ambiente não se importam – e já julgaram a indústria da aviação no tribunal da opinião pública e consideraram-na culpada; e mais, os supostos crimes da aviação privada vão além dos danos ambientais – oradores do protesto oficial durante a EBACE provocaram ressentimento contra o “0,1 por cento do 1 por cento”, atribuindo a este contingente da aviação do transporte privado como responsável por todo tipo de injustiça social e desigualdade de riqueza.

No painel da EBACE sobre o futuro da indústria, no dia 24, Ian Petts, chefe de serviços de iates e aviação da Equiom Monaco, instou a indústria a redobrar seus esforços para falar sobre as contribuições da aviação executiva para a economia. Ele acrescentou que as empresas devem recrutar urgentemente uma força de trabalho mais diversificada, de forma que possa quebrar os estereótipos sobre seu perfil.

Os membros do painel pediram incentivos mais fortes para os operadores na utilização em vôo de suas aeronaves com combustível de aviação sustentável (SAF) e mandatos (obrigatoriedades) apoiados pelo governo para induzir a indústria de combustível, em especial de produção e refino, inclusive as petroleiras, a dar um salto quântico no aumento de suprimento. Os participantes painelistas também disseram que a indústria seria bem aconselhada a apoiar os esforços para eletrificar a aviação e tornar o novo eVTOL e aeronaves híbridas parte de seu mix de serviços. [EL] – c/ fonte