Ativistas vandalizam jato executivo EMBRAER Phenom 300E parqueado no aeroporto de Ibiza (Espanha), em 21.07.23


No dia 14, pelo início da manhã (por volta das 06:00), quatro ativistas – sendo três membros da entidade espanhola Futuro Vegetal e um membro da unidade Ibiza da entidade alemã Extintion Rebelion – invadiram a área de parqueamento do aeroporto de Ibiza (ilha espanhola no Mediterrâneo) e, para ato alegado de protesto e reivindicação, vandalizaram um jato executivo EMBRAER Phenom 300E, de matrícula alemã, lançando tinta (amarela e preta) pelo avião.

(Imagem: Futuro Vegetal)

A polícia espanhola prendeu os quatro ativistas. Posteriormente, a polícia local divulgou que os manifestantes foram libertados, não confirmando que outras ações legais os quatro ativistas podem enfrentar.

O Aeroporto de Ibiza faz parte do portfólio do grupo AENA.

Dois dias depois do incidente, outro grupo do Futuro Vegetal reivindicou a responsabilidade por danificar um iate da herdeira do Walmart, Nancy Walton Laurie, que estava atracado em Ibiza. Segundo fotos postadas pelo grupo, pelo menos um dos manifestantes esteve envolvido nos dois “ataques”.

Os ataques ocorreram cerca de uma semana antes das eleições gerais em Espanha, tendo o Futuro Vegetal declarado que a sua ação foi provocada pelo que considera o fracasso dos partidos políticos do país em propor uma resposta adequada às alterações climáticas.

Em junho, outro grupo, Letze Generation (Last Generation), causou sérios danos a um Cessna Citation CJ1+ parqueado no aeroporto de Sylt, no norte da Alemanha.

Em maio, o Extinction Rebellion e vários outros grupos aliados invadiram a exibição estática da convenção anual da EBAA (Associação da Aviação Executiva da Europa) – EBACE 2023 -, em Genebra, na Suíça, causando danos a pelo menos uma aeronave.

Esses “ataques” são a continuação de uma tendência que começou em vários aeroportos europeus no outono passado, quando manifestantes invadiram instalações e áreas de operação da aviação executiva em aeroportos como o Schiphol, em Amsterdã (Holanda), London Luton e Farnborough, em Londres (Inglaterra) e o Linate, em Milão (Itália).

Um grupo de manifestantes do Greenpeace presos quando se acorrentaram a uma aeronave em Schiphol no incidente de novembro de 2022 deve enfrentar acusações criminais. No entanto, oito meses após o incidente, nenhuma data foi marcada para o processo judicial.

No final de junho, promotores públicos alemães confirmaram que colocaram a Letze Generation sob vigilância. Na época do incidente de Sylt, a polícia indicou que os manifestantes enfrentariam acusações criminais federais.

Dois dias após o protesto da EBACE, os promotores suíços que lidam com 102 pessoas presas pela polícia de Genebra disseram que todos eram culpados de “invasão de propriedade, dano à propriedade e coerção”. Uma pessoa também foi acusada de ferir um policial. No entanto, todos os manifestantes que não tinham condenações criminais anteriores e que foram multados tiveram estas multas suspensas, passíveis de cobrança apenas no caso de ação reicindente.

No seu site, o Futuro Vegetal divulgou em post do dia 14 que três ativistas do grupo e um ativista do Extinction Rebellion Ibiza acessaram a pista do aeroporto de Ibiza no início da manhã, “borrifaram tinta spray com um extintor de incêndio em um jato particular e colocaram-se sobre o mesmo”. Conforme post, “exigimos que o governo redirecione os subsídios atualmente destinados à pecuária para a promoção de alternativas à base de plantas social e ecologicamente responsáveis”. Ainda segundo o post, “a ação faz parte da campanha – Jatos e iates, acabou a festa -, convocada pela plataforma Eivissa Es Rebel·la, composta por diferentes organizações climáticas locais para exigir a proibição de jatos particulares e a eliminação das emissões de gases de efeito estufa e a luxúria”. Ainda no post, “denunciamos a necessidade de adaptação do sistema agroalimentar a um contexto de caos climático. As instituições deveriam estar agindo como se o limite de aumento de temperatura estabelecido pelo acordo de Paris já tivesse sido ultrapassado, pois tudo indica que esta década será ultrapassada e não paramos de bater recordes de aumento de temperatura”. Na parte final do post, o Futuro Vegetal sustenta: “nenhum partido político tem um pacote de medidas contundentes para aliviar a crise climática nem parece ser capaz de implementar as mudanças de que precisamos. A ciência é clara, precisamos de uma mudança no modelo de produção e não podemos esperar que as instituições ajam. Há mais de 30 anos alertamos que caminhamos para os piores cenários e começamos a sofrer com eles. A crise climática implica deslocamentos forçados, fome e sofrimento para todos os habitantes do nosso planeta. É responsabilidade de toda a sociedade construir como uma comunidade, independentemente de quem governa, para mitigar os efeitos da crise climática ou seremos forçados a cenários sombrios”. [EL] – c/ fonte