Aeroporto de Guarulhos (SP) implementando mínimos de separação reduzidos entre aeronaves que utilizam a mesma pista, pioneiramente no Brasil, em 28.08.23
Conforme nota postada no seu portal no dia 24, o DECEA divulgou que entrará em vigor no dia 28 a aplicação dos mínimos de separação reduzidos entre aeronaves que utilizam a mesma pista (RRSM (Reduced Runway Separation Minimum) no Aeroporto Internacional de São Paulo–Guarulhos (GRU/SBGR), uma iniciativa que faz parte do Projeto AGILE GRU.
O procedimento (RRSM) pode ser aplicado entre uma aeronave que decola e uma aeronave que pousa subsequente, entre duas aeronaves que decolam na mesma pista ou entre duas aeronaves que pousam na mesma pista.
O Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos/Governador André Franco Montoro (SBGR) tem duas pistas paralelas (10/28), a 10L/28R, de 45 x 3.700 m., e a 10R/28L, de 45 x 3.000 m.
Dados registrados pelo DECEA mostram que, no fechamento do 1S22, os 100 principais aeroportos brasileiros registraram um total de 1,36 milhões de movimentos aéreos e uma média de crescimento de 1,1% ao mês. O acumulado no semestre foi 1,06% maior do que o registrado no mesmo período de 2019, antes da pandemia da COVID-19. No fecho do semestre (ie, em junho), aeródromos com os maiores números de pousos e decolagens, no último mês, foram Guarulhos (SBGR) e Congonhas (SBSP), em SP, Brasília (SBBR), no DF, o Santos Dumont (SBRJ), no RJ, e de Campinas/Viracopos (SBKP), em SP. Em Guarulhos foram 22.474 movimentos, versus 21.917 movimentos (uma diferença de +557 movimentos, ou +2,54%).
Conforme dados do CGNA (Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea, do DECEA), a relação demanda por capacidade de pista do Aeroporto de Guarulhos/Governador André Franco Montoro (SBGR) neste ano é de 82,4%, versus a relação em 2022 de 73,5%; a Capacidade Declarada de Chegada (indicador da medição do número de pousos que um aeroporto deve observar ao realizar o planejamento das operações de chegada) é de 34 neste ano (e igual ao número de 2022), enquanto a Taxa Pico de Chegada (um indicador de performance ATM da medição da quantidade de pousos processados no aeroporto nas suas “horas-pico”, ou seja, nas faixas horárias de maior demanda neste ano é de 28, versus a relação em 2022 de 25.
O chefe do subdepartamento de operações do DECEA, brigadeiro do ar André Gustavo Fernandes Peçanha, destacou os benefícios da implantação do novo procedimento no Aeroporto de Guarulhos. “A iniciativa proporcionará maior eficiência das operações no maior aeroporto do país, redução no consumo de combustível e emissões de poluentes, além de trazer benefícios tanto para o usuário do transporte aéreo quanto para a comunidade aeroportuária”, pontuou o oficial-general.
De acordo com o coordenador do DECEA no AGILE GRU, major-aviador Alexandre Gonçalves de Carvalho, “o procedimento inédito no Brasil será aplicado no principal aeroporto do país, otimizando o seu fluxo de pousos e decolagens, num momento em que a aviação nacional superou a demanda do período pré-pandêmico”, esclareceu.
O Projeto AGILE GRU é resultado do trabalho conjunto entre o DECEA, o Aeroporto Internacional de São Paulo (GRU Airport), a NAV Brasil Serviços de Navegação Aérea, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), a Azul Linhas Aéreas, a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) e a Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), com apoio da ANAC.
Para o diretor-assistente de Operações e Segurança da IATA, Julio César de Souza Pereira, a implementação do RRSM representa a oportunidade de uma operação ainda mais eficiente no principal aeroporto brasileiro. “Permite ao controlador de tráfego aéreo do Controle de Aproximação São Paulo e da Torre de Controle Guarulhos a aplicação de mínimos de separação seguros e otimizados, evitando a ocorrência de aproximações perdidas desnecessárias”, Pereira afirmou.
Os benefícios da operação também foram destacados pela gerente de Serviços de Navegação Aérea em Guarulhos, Marilisa Mira. “A aplicação do procedimento visa a redução de tempo entre as operações com a finalidade de diminuir o consumo de combustível, tanto para aeronaves que partem como para aeronaves que chegam, melhoria no gerenciamento do tráfego aéreo, além da diminuição significativa de CO2 na atmosfera”, Marilisa relatou.
Vídeo de apresentação do Projeto AGILE GRU:
https://www.youtube.com/watch?v=N4iTRehcCt4