IATA identifica medidas para aumentar a produção de SAF – níveis de produção atuais representam apenas 3% da produção total de combustíveis renováveis, com a duplicação da produção de SAF neste ano, em 13.12.23
A produção de combustível de aviação sustentável (SAF) em 2023 duplicou para 600 milhões de litros em relação ao ano passado, mas representou apenas 3% da produção global de combustível renovável em todo o mundo, informou a IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo no dia 08.
A associação projetou que a produção de SAF triplicará no próximo ano para 1,875 mil milhões de litros, representando apenas 0,53% das necessidades de combustível da aviação e 6% de toda a capacidade de combustível renovável.
A IATA atribui a atual pequena percentagem da produção de SAF à alocação de outros combustíveis renováveis que entrarão em operação neste ano.
“Esta alocação limita a oferta de SAF e mantém os preços elevados”, disse o diretor-geral da IATA, Willie Walsh. “A aviação precisa entre 25% e 30% da capacidade de produção de combustíveis renováveis para SAF. Nesses níveis, a aviação estará na trajetória necessária para atingir emissões líquidas zero de carbono até 2050. Até que esses níveis sejam alcançados, continuaremos a perder enormes oportunidades para avançar na descarbonização da aviação. É a política governamental que fará a diferença. Os governos devem priorizar políticas para incentivar o aumento da produção de SAF e diversificar as matérias-primas com as disponíveis localmente”, discorreu Walsh.
A Terceira Conferência sobre Combustíveis Alternativos para a Aviação (CAAF/3), organizada pela ICAO – Organização da Aviação Civil Internacional, acordou um quadro global para promover um nível de SAF utilizado na aviação internacional que resulte numa intensidade de carbono 5% inferior até 2030. As refinarias irão precisa produzir cerca de 17,5 bilhões de litros de SAF para atingir essa meta.
“Os governos querem que a aviação seja líquida zero até 2050”, acrescentou Walsh. “Tendo estabelecido uma meta provisória no processo CAAF, eles agora precisam fornecer medidas políticas que possam alcançar o aumento exponencial necessário na produção de SAF”, apontou Walsh.
A IATA atribui o nível relativamente baixo de aceitação à oferta e não à falta de procura. Segundo a associação, os operadores aéreos compraram e usaram “cada gota” de SAF produzido. Na verdade, o SAF adicionou US$ 756 milhões a uma “conta de combustível” recorde em 2023.
A IATA apelou aos governos para que estabeleçam um quadro político que incentive os produtores de combustíveis renováveis a atribuir 25% a 30% da sua produção para o SAF para cumprir a ambição da CAAF/3, as políticas regionais e nacionais existentes e os compromissos das companhias aéreas.
Incentivos eficazes à produção de SAF devem apoiar objetivos como a aceleração do investimento por parte das empresas petrolíferas tradicionais, garantir que os incentivos governamentais resultem em quantidades suficientes de SAF, encorajar a diversificação regional de matérias-primas, identificar e priorizar projetos de produção de “alto potencial” para apoio ao investimento e fornecer uma estrutura contábil global do SAF.
De acordo com a IATA, 85% das instalações SAF que entrarão em funcionamento nos próximos 5 anos utilizarão tecnologia de produção de hidrotratamento (HEFA – hydrotreatment), que depende de gorduras animais não comestíveis, óleo de cozinha usado e gordura industrial como matéria-prima. Quantidades limitadas de tais fontes exigem políticas para diversificar e aumentar a produção de SAF através de vias já certificadas, em particular o Alcohol-to-Jet (AtJ) e o Fischer-Tropsch (FT), as duads vias utilizando resíduos e resíduos bio/agrícolas. [EL] – c/ fonte