NTSB pressionando para atualização geral de requisitos de CVR obrigatório, para capacidade de registro de 25 horas, com a constatação de inconveniências do atual limite de gravação de 2 horas exigido pela FAA, em 19.02.24


O NTSB está pressionando uma revisão dos requisitos de capacidade de registro gravadores de voz da cabine, com a atualização do atual limite de gravação aumentando a capacidade de 2 horas para 25 horas, para assim reforçar o recurso de investigadores de dispor de uma maior amostragem de dados valiosos quando de acidentes/incidentes.

O NTSB deseja e recomenda que a FAA crie um requisito regulatório para gravadores de 25 horas, citando uma série de incidentes recentes de alto perfil que foram prejudicados por um loop de gravação de 2 horas tecnologicamente desatualizado.

Desde 2018, investigadores do NTSB constataram que “pelo menos 14 investigações do NTSB foram prejudicadas porque os dados de gravador de voz da cabine (CVR), foram sobrescritos, incluindo as de sete ocorrências incursão de pista grave que ocorreram no início de 2023”.

Para um último caso prejudicado, a presidente do NTSB, Jennifer Homendy, comentou: “No recente acidente de explosão do plugue da porta [MED, de um B.737MAX-9] da Alaska Airlines, nossos investigadores não têm o áudio CVR para compreender completamente todos os desafios que a tripulação de vôo enfrentou em resposta à emergência. Qualquer investigação em que o áudio CVR seja sobrescrito e indisponível para nós significa que podemos perder oportunidades de resolver problemas de segurança identificados nas gravações. E isso é inaceitável”.

O NTSB observa que os padrões mundialmente já exigem que aeronaves de nova fabricação sejam equipadas com CVR com capacidade de armazenamento de 25 horas, uma regra que foi endereçada para o EUA. Tal como está, isso só se aplica a aeronaves totalmente novas, sem disposições para modernização forçada de capacidade de gravação melhorada.

A FAA divulgou, anteriormente, que seria muito caro para a frota doméstica, mas o NTSB sustenta que apenas metade das aeronaves seriam afetadas como se pensava.

“Os CVR estão entre as ferramentas mais valiosas para investigação de acidentes porque fornecem informações fidedignas sobre as intenções e coordenação da tripulação de vôo, bem como outros fatores, como cumprimento de procedimentos, carga de trabalho, fadiga e consciência situacional”, disse Tim LeBaron, diretor do escritório de segurança da aviação do NTSB. “Esta informação é fundamental para a nossa capacidade de conduzir investigações mais completas e direcionar recomendações de segurança de forma mais eficaz”, completou LeBaron.

Relativamente à ocorrência recente, em 05/01/2024, ao sul de Portland, no Oregon, do desprendimento do plugue MED de um B.737MAX-9 (o aparelho de matrícula N704AL, registro de produção sn 67501/8789, fabricação 2023, Certificado de Aeronavegabilidade (CA) datado de 25/10/2023, com primeiro vôo em 15/10/2024, entrada em serviço em 11/11/2023 e acumulando 154 ciclos e 510 horas de vôo), durante partida do Aeroporto Internacional de Portland (KPDX), com cerca de 06 minutos de vôo cruzando altitude de 14.830 pés (14.800 pés AAL), a investigação do NTSB reteve os gravadores de voz (CVR) e de dados de vôo (FDR), para download (degravação) no Laboratório de Gravadores de Veículos em Washington DC.

O avião acidentado deveria estar equipado com um CVR que retivesse, no mínimo, as últimas 2 horas de informações de áudio, incluindo comunicações da tripulação de vôo e outros sons dentro da cabine.

Tipicamente, um CVR inicia a gravação quando a aeronave é ligada e continuará a gravar até que a aeronave seja desligada ou o CVR seja desativado, seja por perda de energia elétrica após um grande problema seja manualmente pela ação no disjuntor do gravador após um evento de menor gravidade/seriedade.

No caso, o CVR do B.737MAX-9 foi baixado com sucesso; no entanto, foi determinado que o áudio do vôo da ocorrência foi apagado. A investigação constatou que o disjuntor do CVR não foi desativado manualmente após o avião pousar no vôo da ocorrência a tempo da preservação dos registros do vôo.

Ainda no caso, o avião deveria estar equipado com um FDR com capacidade para registro de, no mínimo, 91 parâmetros e 25 horas de dados. O FDR foi baixado com sucesso e registrava cerca de 1.800 parâmetros numa duração de 68 horas. Continha 16,5 vôos, e o vôo mais antigo registrado acontecera em 30/12/2023. [EL] – c/ fontes