Boom Supersonic voa pela primeira vez o demonstrador supersônico XB-1, em 27.03.24
A Boom Supersonic anunciou no dia 22 que voou seu demonstrador supersônico XB-1 pela primeira vez. Operando a partir do aeroporto Mojave Air & Space Port (KMHV), a aeronave atingiu uma altitude de 7.120 pés e uma velocidade de 238 KT.
O aeroporto Mojave Air & Space Port (KMHV) é conhecido como “Centro de Teste Aeroespacial Civil”, e localiza-se no Condado de Kern, na Califórnia, a uma altitude de 2.801 pés.
“Hoje, o XB-1 voou no mesmo espaço aéreo sagrado onde o Bell X-1 quebrou pela primeira vez a barreira do som em 1947”, disse Blake Scholl, fundador e CEO da Boom Supersonic. “Estou ansioso por este vôo desde a fundação da Boom em 2014, e ele assinala o marco mais significativo até agora em nosso caminho para levar viagens supersônicas a passageiros em todo o mundo”, completou Scholl.
Sendo uma base para o projeto do avião supersônico para transporte civil Overture, da Boom Supersonic, com primeiro vôo previsto para 2027, o XB-1 usa compósitos de fibra de carbono, aerodinâmica otimizada digitalmente e um sistema de propulsão supersônico avançado, e aviônica avançada.
O sistema de propulsão tornou-se objeto de alguma controvérsia envolvendo a fabricante de motores britânica Rolls-Royce. Em agosto de 2020, a Boom anunciou acordo com a Rolls Royce para avançar no design do programa de motores do Overture. Como parte do relacionamento, equipes de ambas as organizações trabalhariam juntas para identificar um sistema de propulsão que complemente a estrutura da Overture. O anúncio chegou após anos de “co-locações” entre a Boom e a Rolls-Royce e se baseava no significativo trabalho de bastidores já concluído.
No anúncio, a Boom destacou que há mais de 50 anos, a Rolls-Royce equipara o primeiro avião supersônico do mundo, o Concorde, com quatro motores Olympus 593. Com os avanços significativos atuais em propulsão, design e combustível sustentáveis, a Rolls-Royce e a Boom liderariam esforço para garantir que a próxima geração de supersônicos beneficie não apenas os passageiros, mas o mundo. Em setembro de 2022, a Rolls Royce anunciou a decisão de não mais participar mais do programa. “Concluímos nosso contrato com a Boom e entregamos vários estudos de engenharia para seu programa supersônico Overture”, divulgou a Rolls-Royce em comunicado. “Após cuidadosa consideração, a Rolls-Royce determinou que o mercado supersônico da aviação comercial não é atualmente uma prioridade para nós e, portanto, não prosseguirá com o trabalho no programa neste momento. Foi um prazer trabalhar com a equipe Boom e desejamos-lhes todo o sucesso no futuro”.
Em reação, a Boom anunciou no final de 2022 que havia formado uma equipe de projetistas de motores, um fabricante de aditivos e um especialista em manutenção de motores de turbina para ajudar a desenvolver um motor próprio denominado Symphony. O Overture será dotado de quatro motores.
O primeiro vôo do XB-1 marca o regresso de uma aeronave supersônica civil aos céus e, de acordo com a Boom, abre caminho para o renascimento das viagens supersônicas convencionais – no transporte aéreo civil.
O programa XB-1 fornece a base para o projeto e desenvolvimento do Overture, o avião supersônico proposto de 64 a 80 assentos, capaz de atingir velocidades de MACH 1,7. O cronograma da Boom prevê o lançamento-apresentação do programa em 2026 e o primeiro vôo em 2027. A Boom agora estima que poderá obter a certificação até o final da década.
A Boom promove que aproveitará 50 anos de avanços em aerodinâmica, materiais e propulsão desde o desenvolvimento do Concorde para enfrentar os desafios de custos que o famoso e deficitário transporte supersônico (SST – supersonic transport) nunca poderia superar.
De acordo com os críticos, a introdução de um avião supersônico consumidor de combustível numa altura em que as organizações aeroespaciais estabelecidas direcionaram os seus esforços de investigação e desenvolvimento diretamente para a sustentabilidade ambiental equivale a um erro de cálculo fundamental.
Alguns dos recursos de alta tecnologia do XB-1 incluem um sistema de visão de realidade aumentada e duas câmeras montadas no ‘nariz’, ampliadas digitalmente com indicações de atitude e trajetória de vôo alimentando um display (tela) do piloto de alta resolução que permite o que a Boom chama de excelente visibilidade da pista. O sistema permite maior eficiência aerodinâmica sem o peso e a complexidade de um ‘nariz’ com movimentação-deslocável – ‘nariz basculável – (como o Concorde), a Boom destaca.
A Boom também promove simulações de dinâmica de fluidos computacionais otimizadas digitalmente para explorar milhares de projetos possíveis para o XB-1. Seus compósitos de fibra de carbono permitem resistência e leveza. Finalmente, as entradas supersônicas do XB-1 reduzem a velocidade do ar supersônico para velocidades subsônicas, convertendo energia cinética em energia de pressão e permitindo que motores a jato convencionais forneçam energia à aeronave desde a decolagem até o vôo supersônico.
O primeiro vôo real do demonstrador XB-1 ocorreu enquanto o Overture continua avançando em direção à produção, com uma crescente rede global de fornecedores Tier 1 e uma carteira de pedidos composta por 130 aeronaves da American Airlines, United Airlines e Japan Airlines. [EL] – c/ fonte
Boom Supersonic – demonstrador supersônico XB-1:
https://boomsupersonic.com/xb-1