Usina de asfalto para obra do pavimento de pista do aeroporto de Fernando de Noronha é despachada de Recife, em 09.04.24
Fonte: g1, Diário de PE e Folha de PE – 04/04/2024
Uma usina de asfalto para suprimento da obra de recuperação do pavimento da pista do Aeroporto de Fernando de Noronha (SBFN) partiu, de navio, do Recife para a ilha, no final da tarde do dia 04.
A informação foi divulgada pela SEMOBI-PE – Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura do Estado de PE.
Segundo o governo de PE, a usina de asfalto foi transportada pelo navio SBL Harmonia, que passou por adaptação para a ancoragem na ilha.
Para garantir a segurança da operação de desembarque, a Administração de Fernando de Noronha vai fechar o Porto de Santo Antônio, do dia 07 (domingo) ao dia 09 (terça), das 13h às 20h. A praia ficará aberta apenas na parte da manhã, durante esses dias, para a comercialização de produtos, banhos de mar, passeios e outras atividades aquáticas.
“A chegada da usina de asfalto na ilha prevista para esta semana vai à fase de recomposição da pista central”, destacou a SEMOBI-PE.
Em nota, a SEMOBI-PE pontuou que a obra de recuperação do pavimento do aeroporto consiste de serviço de pavimentação do eixo central da pista e cabeceiras.
“O equipamento garantirá a produção de material suficiente para a execução de reparos e recomposição em toda a faixa central da pista de pouso”, informou o governo do Estado, por meio de nota.
A SEMOBI-PE indicou que será feita a fresagem da pista de pouso e decolagem, na largura de 18 m., com a execução de reparos e recomposição asfáltica.
A pista (12/30) do aeroporto de Noronha (SBFN) tem 45 x 1.845 m., com pavimento de asfalto de resistência PCN 30 e resistência de subleito baixa, para pressão admissível de pneu máxima de até 1,75 MPa (253,75 psi).
Com o equipamento, um novo organograma das obras de recuperação do aeroporto será apresentado. milhões após a chegada e testes da usina de asfalto em Noronha.
O secretário de Mobilidade e Infraestrutura, Diogo Bezerra, informou que a atualmente, mais de 70% (15,6 toneladas) de insumos, equipamentos e materiais estão na ilha para a execução dos serviços. “Atualmente, mais de 70% (15,6 toneladas) de insumos , equipamentos e materiais estão na ilha para a execução dos serviços. Essa obra é muito significativa para os ilhéus e comerciantes de Noronha por garantir a volta das aeronaves a jato”, afirmou Diogo Bezerra.
Os serviços de pavimentação no aeroporto têm custo de R$ 60 milhões.
No dia 27 de fevereiro, a direção da APN – Assembleia Popular Noronhense, entidade de representação dos moradores de Fernando de Noronha, protocolou um ofício na SEMOBI-PE questionando os motivos do atraso da obra de recuperação da pista do aeroporto da ilha.
Desde outubro de 2022, a ANAC proíbe pouso de aviões de motores à reação (Turbojato), exceto aeronaves militares, de emergência médica e transporte de valores em operação previamente coordenada com operadora do aeroporto, por conta das fissuras e buracos no pavimento da pista.
Com a proibição, a empresa aérea Azul passou a operar com avião turboélice ATR-72, deixando de operar serviços com jatos EMBRAER EJet E195, enquanto a Gol suspendeu os seus serviços que eram operados por B.737. A empresa Voepass iniciou viagens para Noronha em janeiro do ano passado com aeronave ATR.
Em janeiro de 2024, o horário de funcionamento do aeroporto foi reduzido, com expediente de 09:00 a 17:00LT (11:00-19:00Z), e foi iniciado o trabalho no sistema de drenagem da pista, no expediente noturno.
A previsão da SEMOBI era começar os serviços de pavimentação do eixo central da pista e cabeceiras a partir de fevereiro. Mas o dia 27, a usina de asfalto para atender a obra não havia chegado a Fernando de Noronha.
“Queremos saber por qual motivo o cronograma não foi seguido. Estamos preocupados com a temporada de chuva, que começa agora e vai atrasar, ainda mais, o serviço”, declarou o presidente da APN, Nino Alexandre Lehnemann. Ele lembrou que as empresas já se programaram para retomar as atividades com aeronaves de grande porte. A Gol programou retorno das operações para a ilha no mês de agosto e deu início as vendas de passagens aéreas. “A falta de conclusão da obra, conforme previsto, causa uma série de transtornos para os moradores e gera uma crise de credibilidade para o destino Noronha, no setor de turismo. Isso reflete muito mal para a ilha”, avaliou Alexandre Lehnemann.
Apesar de ir pessoalmente à Secretaria de Infraestrutura, o presidente da APN não foi recebido por nenhum representante do governo do estado e não recebeu resposta aos questionamentos relativos à obra do aeroporto.
A SEMOBI informou, por meio de nota, que “a equipe técnica da pasta identificou obstáculos de logística no barco para desembarque no arquipélago e a embarcação terá que passar por adaptação em estaleiro. Um novo cronograma da obra será elaborado após chegada da usina”, e que para garantir a segurança e a operacionalidade no Porto de Santo Antônio, o envio da usina de asfalto, necessária para início das obras, foi adiado para o dia 23 de março.
A nota informou, ainda, que aproximadamente 70% de material encontrava-se em Noronha para início dos serviços.
“A implantação do novo sistema de drenagem do aeroporto encontra-se em andamento no local”, também indicou a nota.
“O governo do Estado, através da SEMOBI, vem realizando todas as tratativas com a Anac e companhias aéreas para a liberação de aeronaves a turbo jato após conclusão da primeira etapa da obra”, indica a Secretaria.
Em outubro de 2023, o Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (SEMOBI) assinou novo contrato de concessão para o Aeroporto Governador Carlos Wilson, na Ilha de Fernando de Noronha. O contrato com validade de 25 anos com a concessionária DIX Aeroportos (que venceu processo licitatório) inclui expansão, implantação de melhorias, exploração, operação e manutenção do aeroporto com investimentos no valor de R$ 60 milhões.
A DIX trabalha no aeroporto desde 2011.
Para atender melhor a demanda diária de turistas e moradores, a DIX teve encargo de dar início de imediato aos trabalhos de ampliação e requalificação de um novo terminal de passageiros. O espaço será completamente reformulado e terá um projeto arquitetônico com inspiração ecológica e vai passar dos atuais 1.050 m² para 3.000 m², para garantir melhoria na operação e no atendimento aos passageiros, uma vez que o atual modelo não mais atende às necessidades dos passageiros. A obra está orçada em R$ 45 milhões. A execução das obras tem previsão de conclusão em 2,5 anos.
A DIX irá investir cerca de R$ 15 milhões na implantação de equipamentos de auxílio a navegação aérea de última geração. Também será feita a reforma do sistema de combate a incêndio e a aquisição de um novo caminhão.
“Estaremos sempre acompanhando esse processo junto à empresa concessionária responsável pelos serviços. Sabemos das adversidades e peculiaridades de uma obra grandiosa como essa por conta do transporte de material por mar, mas os benefícios serão enormes após término dos serviços. Ganha a população local e os milhares de visitantes”, afirmou à ocasião o secretário de Mobilidade e Infraestrutura, Diogo Bezerra.