Transporte executivo e pulverização impulsionam mercado da aviação do agronegócio brasileiro, em 12.05.24
Fonte: Wolfgang Pistori – g1 – 07/05/2024
Em 2023, o número de aeronaves agrícolas vendidas para produtores rurais bateu recorde. Foram 149 aeronaves diante de 80 em 2022, uma diferença de 69 unidades (um aumento expressivo de 86,25%), segundo dados do SINDAG – Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola.
Este número e despenho, segundo especialistas do setor, foram impulsionados não só pela demanda por pulverização, como também por transporte executivo. “Há cada vez mais o entendimento de que esse tipo de investimento é capaz de aumentar produtividade e facilitar a vida do produtor”, afirma Sany Onofre, gerente de negócios da EMBRAER.
A EMBRAER lidera o setor com mais da metade das 2,6 mil aeronaves agrícolas em operação no Brasil. O modelo “Ipanema”, em sua sétima geração, é o líder de vendas quando o assunto é pulverização. Foram 65 unidades vendidas no ano passado. O avião, que custa R$ 4 milhões, usa 100% de etanol como combustível e tem uma autonomia de quatro horas, em média.
“Chegamos a 1,6 mil modelos vendidos neste ano e percebemos que há uma demanda crescente a partir da consciência dos produtores de que a velocidade de pulverização e o fato do avião não tocar o solo, evitando danificar o plantio, acaba sendo um diferencial importante para grandes propriedades”, conta Onofre, que esteve presente na edição deste ano da Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do país realizada em Ribeirão Preto no início do mês.
E, em 2024, o Brasil deve se manter na segunda posição do ranking das maiores frota de aviões agrícolas, ficando atrás somente do EUA, que tem 3,8 mil aeronaves, segundo o SINAG.
Mato Grosso, Rio Grande do Sul e São Paulo são os Estados com mais aeronaves agrícolas cadastradas.
Aviação executiva
Além da pulverização, a aviação executiva é cada vez mais um mote de vendas importante entre os produtores rurais.
A TAM Aviação Executiva, por exemplo, estima que 43% da sua operação é voltada para o setor agrícola.
“Há cada vez mais novas áreas onde a agricultura está se desenvolvendo e crescendo. Não é incomum um produtor ter terras no Centro-Oeste e no Rio Grande do Sul, por exemplo”, afirma Leonardo Fiuza, presidente da TAM Aviação Executiva (TAM AE).
Segundo Fiuza, a TAM Aviação Executiva (TAM AE) tem atualmente 23 modelos para utilização por táxi-aéreo, entre aviões e helicópteros, que cobrem diferentes necessidades dos produtores rurais, e que custam a partir de R$ 1 milhão.
“O perfil de quem procura por esse serviço é de grandes empresas, que adquirem aeronaves para uso dos seus executivos ou dos seus sócios. E esse uso, na grande maioria, é um uso para trabalho, é um uso para deslocamento em função do negócio e para expansão do negócio, para otimização de tempo”, diz Fiuza.