Projeto de R$ 1 bi da parceria entre multinacional de logística DHL Supply Chain e nova cia. aérea Levu Air Cargo prevê aumentar volume de transporte de carga aérea no Brasil – com projeção de movimentar 10 mil toneladas por mês até 2025, em 16.05.24
Marcello Carvalho – g1 – 14/05/2024
A parceria entre uma multinacional especializada no setor de armazenagem e distribuição e uma companhia aérea de carga com sede no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), pretende oferecer uma “solução” para aumentar o fluxo de transporte aéreo doméstico de carga no Brasil.
O projeto, com investimento total de R$ 1 bilhão, prevê o uso de quatro aviões cargueiros exclusivos em uma rota entre Campinas e Manaus (AM) para impulsionar o modal aéreo de transporte de carga e oferecer uma alternativa às opções de fluxo rodoviário, aquaviário e ferroviário. A informação foi obtida pelo g1 com a multinacional envolvida no projeto, a DHL Supply Chain.
A previsão é de que a primeira aeronave, que será da companhia Levu Air Cargo, entre em operação ainda em maio. Inicialmente, os vôos farão a rota Campinas-Manaus com frequência diária e Campinas-Recife com três saídas semanais.
O planejamento é incluir ainda uma saída do Aeroporto de Viracopos, maior complexo de movimentação de carga aérea do Brasil, para Belém (PA).
Por conta da demanda por mais agilidade de transporte principalmente em setores como saúde, tecnologia, automotivo e e-commerce, o transporte pelo modal aéreo registrou índices de crescimento no Brasil.
De acordo com a ANAC, em março de 2023, 38 mil toneladas foram movimentadas no país por via aérea, o que, à época, superava em 5% os índices do pré-pandemia.
Já em março deste ano, os dados agência pelo g1 apontam fluxo doméstico de 42 mil toneladas, entre carga e correio.
O projeto de parceria prevê aumentar essa movimentação em 4 mil toneladas por mês no primeiro ano de operação, com capacidade de chegar a 10 mil toneladas em 2025. Este volume representa entre 3 e 4% do market share (participação de mercado) do setor privado de frete aéreo.
As aeronaves, por serem cargueiras, têm capacidade de levar cargas mais pesadas e inclusive fazer o transporte de materiais radioativos. As áreas que serão o foco:
- saúde (farmacêutico);
- eletroeletrônicos;
- automotivo; e,
- perecíveis
O investimento foi dividido em R$ 480 milhões da empresa de logística e R$ 530 milhões de cia. aérea cargueira, o que totaliza o valor de R$ 1 bilhão.
Segundo a multinacional, 200 empregos diretos e 500 indiretos foram gerados.
As aeronaves são do modelo Airbus, sendo dois A330 com capacidade de 59 toneladas, e dois A321 com capacidade de 27 toneladas.
No início de maio, o g1 informou que o antigo terminal de passageiros de Viracopos, desativado em 2016, se transformou em um novo galpão com capacidade para processar 9,5 mil toneladas de materiais por mês. A nova área de processamento de cargas de Viracopos será direcionada principalmente a transações domésticas, diferentemente do atual Terminal de Carga (TECA), que tem uma atuação relacionada à importação e exportação.
A obra para transformar o antigo terminal de passageiros do aeroporto em um novo complexo cargueiro durou pelo menos dois anos. O projeto faz parte do conceito defendido pela concessionária, desde a época da assinatura do contrato de concessão, de “Aerotrópolis”, no qual o aeroporto é o objeto central e, ao redor, se desenvolve uma série de empreendimentos imobiliários.