Airbus lança estudos de viabilidade de hidrogênio em principais aeroportos do EUA e do Canadá como “centros de hidrogênio”, em 26.05.24


À medida que avança com planos ambiciosos para colocar aviões comerciais movidos a hidrogénio através do seu programa ZeroE (de emissões de carbono zero), o grupo aeroespacial e fabricante de aeronaves europeu Airbus está idealizando vários aeroportos importantes na América do Norte como locais para potenciais “centros de hidrogênio” (hydrogen hub).

No dia 21, a Airbus anunciou que está lançando três estudos sobre a viabilidade de estabelecer centros de hidrogênio em alguns dos maiores aeroportos do EUA, incluindo o Aeroporto Intercontinental George Bush (KIAH), em Houston, e o Aeroporto Internacional Hartsfield-Jackson (KATL), em Atlanta, o aeroporto mais movimentado do mundo, e aeroportos importantes do Canadá. O lançamento dos estudos foi objeto de um post de Hanneke Weitering, editora de ciência e tecnologia da mídia AIN.

Embora os projetos de investigação se concentrem em um punhado de aeroportos específicos, os resultados ajudarão a orientar o desenvolvimento futuro de centros de hidrogênio em todo o mundo, segundo a Airbus.

Esses estudos proativos “marcam um marco significativo em nossa busca por uma aviação de baixo carbono”, disse Karine Guenan, chefe de atividades de ecossistemas do programa ZeroE (da Airbus), que visa colocar no mercado do transporte um avião comercial de 200 lugares movido a hidrogênio e com alcance de 2.000 MN, com entrada em serviço em 2035.

Para a pesquisa que está conduzindo no “Hartsfield-Jackson” (KATL), em Atlanta, a Airbus fez parceria com a Delta Air Lines – cujo hub principal está localizado no aeroporto – e com a especialista em combustível de hidrogênio Plug Power, além da operadora do aeroporto. A equipe já iniciou os trabalhos preliminares para definir os requisitos de infraestrutura para um centro de hidrogênio e para determinar a viabilidade operacional das operações de hidrogênio no aeroporto de Atlanta e as parceiras esperam concluir o estudo no final de 2026.

“O Hartsfield-Jackson [ATL] é há muito tempo líder na indústria da aviação comercial e só faz sentido ajudarmos a liderar este esforço”, disse Michael Smith, vice-gerente geral sênior de administração do aeroporto. “Se o hidrogênio se revelar uma alternativa viável, o ATL investigará opções para atualizar as necessidades de infraestrutura, a fim de implementar a nova tecnologia”, completou Smith.

A Delta Air Lines já é parceira do programa ZeroE (da Airbus). Como parte de um acordo assinado em 2022, a transportadora aérea americana está ajudando a identificar as expectativas da frota e da rede e os requisitos operacionais e de infraestrutura para aviões movidos a hidrogênio.

A Plug Power, com sede em Nova Iorque e que opera mais de 250 estações de reabastecimento de hidrogênio em todo o mundo, abriu recentemente uma fábrica de produção de hidrogênio em Woodbine, na Georgia, que poderia potencialmente fornecer o combustível de hidrogênio no “Hartsfield-Jackson” (KATL), em Atlanta.

“Temos um suprimento pronto de hidrogênio verde para apoiar o aeroporto a partir de nossa nova planta de produção em Woodbine, na Georgia, a maior planta de hidrogênio verde do EUA”, disse o CEO da Plug Power, Andy Marsh.

O termo hidrogênio “verde” refere-se ao hidrogênio que é produzido de forma sustentável através da eletrólise, utilizando eletricidade renovável para dividir as moléculas de água (H2O) em hidrogênio e oxigênio.

Além do armazenamento e transporte de hidrogênio, a Plug Power também oferece células de combustível de hidrogênio para aeronaves e veículos terrestres.

A Universal Hydrogen, uma empresa que desenvolve motores de células de combustível de hidrogênio para modernização de aeronaves, já voou seu bimotor DASH-8 (originalmente turboélice) usando a família de células de combustível ProGen, da Plug Power.

Entretanto, os Aeroportos de Houston e o Centro para o Futuro de Houston (Center for Houston’s Future), no Texas, assinaram um memorando de entendimento com a Airbus para explorar a possibilidade de um centro de hidrogênio no Intercontinental George Bush (KIAH), em Houston, como parte de planos mais amplos para reduzir a pegada de carbono do aeroporto.

Este estudo irá examinar “as oportunidades e, se houver, barreiras ao fornecimento de hidrogênio até ao aeroporto, à infraestrutura e ao desenvolvimento de equipamentos”, explicou Guenan, acrescentando que a equipa irá analisar outras utilizações potenciais do hidrogênio nos aeroportos – George Bush (KIAH), em Houston, e Hartsfield-Jackson (KATL), em Atlanta. Por exemplo, veículos terrestres e outros equipamentos de apoio terrestre poderiam ser convertidos em energia a hidrogênio. O hidrogênio também poderia ser usado para aquecimento em instalações aeroportuárias, segundo a Airbus.

“Com o papel de Houston como capital energética mundial, nosso histórico de inovação energética e o desejo de liderar o negócio de energia de baixo carbono, Houston é o lugar perfeito para desenvolver nossos aeroportos como pioneiros norte-americanos em hidrogênio limpo”, disse Brett Perlman, presidente e CEO do Centro para o Futuro de Houston.

A Airbus e seus parceiros em Houston esperam concluir o estudo KIAH em março de 2025.

Para explorar possíveis centros de hidrogênio em aeroportos no Canadá, a Airbus recrutou os três aeroportos mais movimentados do país – o Aeroporto Internacional Trudeau (CYUL), em Montreal, o Aeroporto Internacional Pearson (CYYZ), em Toronto, e o Aeroporto Internacional de Vancouver (CYVR) –, junto com a especialista em propulsão de hidrogênio ZeroAvia para um estudo de viabilidade em grande escala.

A Airbus assinou memorandos de entendimento com esses três aeroportos canadenses, bem como com a ZeroAvia, durante o Fórum Internacional de Inovação Aeroespacial em Montreal, no dia 21 de maio. Esta é a primeira vez que a Airbus faz parceria formal com outro fabricante de sistemas de propulsão a hidrogênio para aeronaves, de acordo com Guenan. A Airbus também investiu na ZeroAvia no ano passado. 

“Estamos reunindo os maiores aeroportos do Canadá, a maior fabricante de aeronaves do mundo e a inovadora líder em tecnologia de propulsão descarbonizada, a fim de avançar na transição para a aviação a hidrogênio”, disse o fundador e CEO da ZeroAvia, Val Miftakhov. “Os testes de vôo da ZeroAvia demonstram que a aviação comercial movida a hidrogênio é uma perspectiva antes de 2030, por isso precisamos de começar a trabalhar arduamente para nos prepararmos para a infraestrutura de hidrogênio necessária para apoiar a indústria da aviação e os aeroportos à medida que entram numa nova era de ouro do vôo limpo”, falou Miftakhov.

Com a sua abundância de recursos naturais, “o Canadá tem um grande potencial para a produção de hidrogênio a partir de fontes de energia renováveis, como a energia hidroelétrica”, disse Guenan. “Essas primeiras parcerias canadenses de hidrogênio nos permitem cobrir o país de costa a costa”, Guenan observou.

Na semana passada, a Airbus anunciou que está liderando um projeto apoiado pela União Européia denominado GOLIAT – Ground Operations of Liquid Hydrogen Aircraft (Operações Terrestres de Aeronaves de Hidrogênio Líquido) para demonstrar como as tecnologias de manuseio e reabastecimento podem ser desenvolvidas para operações aeroportuárias. O trabalho também envolve a pioneira em propulsão a hidrogênio H2Fly e outros oito parceiros.

Estudo da viabilidade de hub baseado em hidrogênio – Aeroporto Intercontinental George Bush (KIAH), em Houston
A Airbus, a Houston Airports e o CHF – Center for Houston’s Future (Centro para o Futuro de Houston) assinaram um MoU – Memorandum of Understanding (memorando de entendimento) para estudo de viabilidade de hub de hidrogênio (hydrogen hub) no Aeroporto Intercontinental George Bush (KIAH), em Houston.

De acordo com comunicado da Airbus, os aeroportos estão na vanguarda da liderança da transição para a descarbonização das operações em toda a cadeia de valor. O conceito “Hydrogen Hub at Airports” (Hub de hidrogênio em Aeroportos), da Airbus, reúne os principais intervenientes do ecossistema aeroportuário para compreender melhor as necessidades de infraestrutura de hidrogênio para futuras aeronaves e para desenvolver uma abordagem gradual para descarbonizar todas as infraestruturas associadas aos aeroportos utilizando hidrogênio.

Neste estudo, os três parceiros trabalharão em conjunto para repensar a forma como as suas infraestruturas poderiam ser projetadas e operadas para reduzir a sua pegada ambiental global e acolher futuras aeronaves movidas a hidrogênio, como as que a Airbus planeja lançar no ar em 2035.

O estudo centrar-se-á na identificação de oportunidades e barreiras ao fornecimento de hidrogênio, ao desenvolvimento de infraestruturas e à utilização do aeroporto George Bush (KIAH), e no potencial avanço de novos desenvolvimentos. O escopo do estudo incluirá o uso final na aviação, transporte terrestre aeroportuário, aquecimento aeroportuário e, potencialmente, fornecimento a clientes adjacentes nos transportes e nas indústrias locais.

Espera-se que a utilização de hidrogênio para alimentar futuras aeronaves não só ajude a eliminar as emissões de CO2 das aeronaves em vôo (no ar), mas também possa ajudar a descarbonizar as atividades de transporte aéreo em solo.

Este estudo específico reflete a ambição dos três parceiros de utilizar os respectivos conhecimentos para apoiar a descarbonização da indústria da aviação:

  • Airbus: pioneira no setor aeroespacial sustentável para um mundo seguro e unido. A fabricante inova constantemente para fornecer soluções eficientes e tecnologicamente avançadas no setor aeroespacial. Atualmente está desenvolvendo a primeira aeronave comercial movida a hidrogênio com a ambição de entrar em serviço em 2035 e promovendo o conceito H2 Hubs – de hubs de H2 (hidrogênio) em aeroportos.
  • Houston Airports (Aeroportos Houston): cidade mais populosa do Estado do Texas e a quarta mais populosa do EUA, Houston oferece uma rede de serviços aéreos segura e dinâmica que promove a vitalidade econômica para o setor de transportes e facilita um forte nível de conectividade global para uma população diversificada e crescente que vive em toda a região da grande Houston. O Sistema Aeroportuário de Houston forma um dos maiores sistemas aeroportuários públicos da América do Norte e posiciona Houston como a porta de entrada internacional de passageiros e carga para o centro-sul dos Estados Unidos e a principal porta de entrada para a América Latina.
  • CHF – Center for Houston’s Future (Centro para o Futuro de Houston): o Centro está liderando um amplo esforço para criar um ecossistema de hidrogênio limpo em toda a cadeia de valor na região de Houston e em toda a Costa do Golfo. O Centro foi o organizador fundador do HyVelocity Hydrogen Hub, selecionado pelo Departamento de Energia do EUA como um dos sete centros de hidrogênio a nível nacional.

“Para que o hidrogênio atinja todo o seu potencial, todo o ecossistema aeroportuário – incluindo autoridades aeroportuárias, fornecedores de energia e autoridades reguladoras – precisa de se unir e colaborar”, disse Karine Guenan, vice-presidente de ecossistema do programa ZEROe (da Airbus). “Este estudo conjunto nos ajudará a entender melhor quais infraestruturas de hidrogênio são necessárias no aeroporto de Houston para apoiar o hidrogênio e a aviação de baixo carbono no futuro. O que aprendemos aqui também pode apoiar o conhecimento em todo o mundo”, acrescentou Guenan.

“Os aeroportos de Houston estão registrando um enorme crescimento, ligando a nossa cidade ao mundo como nunca antes”, disse Jim Szczesniak, diretor de aviação da cidade de Houston. “À medida que continuamos a expandir e modernizar as nossas instalações, a participação neste estudo de sustentabilidade é crucial. Continuar a construir um sistema aeroportuário sustentável garantirá um futuro saudável para Houston, atrairá os melhores talentos e empresas e demonstrará o nosso compromisso em sermos um cidadão global responsável. Este estudo nos fornecerá informações valiosas para orientar nosso desenvolvimento e posicionar Houston como líder global em inovação na aviação sustentável para as próximas gerações”, completou Szczesniak.

“O Center for Houston’s Future [Centro para o Futuro de Houston] tem o prazer de ter desempenhado um papel crucial na reunião dos parceiros para este estudo. Com o papel de Houston como capital energética mundial, nosso histórico de inovação energética e o desejo de liderar no negócio de energia de baixo carbono, Houston é o lugar perfeito para desenvolver nossos aeroportos como pioneiros norte-americanos do hidrogênio limpo”, disse Brett Perlman, CEO e presidente do CHF.

Estudo da viabilidade de hub baseado em hidrogênio – Aeroporto Internacional Hartsfield-Jackson (KATL), em Atlanta
A Airbus, o Aeroporto Hartsfield-Jackson Atlanta (KATL), a Delta Air Lines e a Plug Power juntaram forças para estudar a viabilidade do um hub baseado em hidrogênio (hydrogen hub) no Aeroporto Internacional Hartsfield-Jackson (KATL), em Atlanta, o aeroporto mais movimentado do mundo, em suporte para avançar para o futuro de viagens mais sustentáveis.

Lançado preliminarmente no início deste ano, o estudo ajudará a definir a infraestrutura, a viabilidade operacional e os requisitos de segurança necessários para implementar o hidrogênio como uma fonte potencial de combustível para futuras operações de aeronaves no aeroporto de Atlanta. E também contribuirá para a compreensão dos requisitos de abastecimento e infraestruturas para plataformas de hidrogênio em aeroportos de todo o mundo.

A utilização de hidrogênio para alimentar futuras aeronaves poderia, em última análise, eliminar as emissões de CO2 das aeronaves em vôo, ao mesmo tempo que descarbonizaria as atividades de transporte aéreo no solo – uma prioridade máxima para todos os parceiros à medida que trabalham para a descarbonização da indústria da aviação.

A Airbus é pioneira no setor aeroespacial sustentável para um mundo seguro e unido. O grupo aeroespacial e fabricante de aeronaves inova constantemente para fornecer soluções eficientes e tecnologicamente avançadas no setor aeroespacial. A Airbus está atualmente desenvolvendo a primeira aeronave comercial movida a hidrogênio com a ambição de entrar em serviço em 2035.

A Airbus lançou o programa “Hydrogen Hub at Airports” (Hub de hidrogênio em Aeroportos) para impulsionar a pesquisa sobre requisitos de infraestrutura e operações aeroportuárias de baixo carbono em toda a cadeia de valor.

Até à data, foram assinados acordos com parceiros e aeroportos em treze países, incluindo Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Nova Zelândia, Noruega, Suécia, Singapura, Coréia do Sul, Suécia, Reino Unido e EUA.

“O EUA tem acesso fácil e massivo a energias renováveis adicionais para produzir hidrogênio verde, e os aeroportos procuram um mix energético diversificado e equilibrado para serem mais resilientes e ajudarem a reduzir o impacto da aviação no ambiente. O hidrogênio é um facilitador chave para isso”, disse Karine Guenan, vice-presidente do ecossistema ZEROe da Airbus. “A jornada para preparar a infraestrutura aeroportuária para apoiar a aviação de hidrogênio e baixo carbono começa no terreno com estudos de pré-viabilidade como este, trabalhando com players pioneiros como Delta, Plug e o aeroporto mais movimentado do mundo”, disse Guenan.

“O Hartsfield-Jackson [ATL] é líder há muito tempo na indústria de aviação comercial e só faz sentido ajudarmos a liderar esse esforço”, disse o vice-gerente geral sênior da ATL, Michael Smith. “Se o hidrogênio se revelar uma alternativa viável, o ATL irá investigar opções para atualizar as necessidades de infraestrutura, a fim de implementar a nova tecnologia. Estamos entusiasmados em participar deste estudo e ansiosos pelos resultados”, disse Smith.

Como parte do estudo, o “Hartsfield-Jackson” fornecerá o atual plano e organização do layout do aeroporto e compartilhará atualizações sobre desenvolvimentos e descobertas futuras.

A Plug Power é fornecedora líder de equipamentos e soluções completas e completas para a economia global do hidrogênio “verde”. A empresa está construindo um ecossistema de hidrogênio verde de ponta a ponta, incluindo a fabricação de eletrolisadores, células de combustível e instalações de hidrogênio no EUA para descarbonizar uma variedade de necessidades e aplicações industriais, de transporte e de energia em todo o mundo.

“O potencial para descarbonizar a aviação com hidrogênio verde é substancial”, observou Andy Marsh, CEO da Plug Power. “Temos o prazer de contribuir com nossa experiência em infraestrutura de hidrogênio e desenvolvimento de aplicações para este esforço pioneiro no Aeroporto Internacional Hartsfield-Jackson de Atlanta. Temos um fornecimento pronto de hidrogênio verde para apoiar o aeroporto a partir da nossa nova fábrica de produção em Woodbine, na Georgia, a maior fábrica de hidrogênio verde no EUA”, disse Marsh.

A Delta é a maior cia. aérea que opera no Aeroporto Hartsfield-Jackson Atlanta (KATL), o aeroporto mais movimentado do mundo, e oferece um dos maiores horários de companhias aéreas comerciais do mundo. Tem sido um parceiro central do programa Airbus ZEROe desde 2022, quando assinou contrato para fornecer conhecimentos especializados para identificar as expectativas da frota e da rede, e os requisitos operacionais e de infraestrutura necessários para desenvolver aeronaves comerciais movidas a combustível de hidrogênio.

A diretora de sustentabilidade da Delta, Amelia Deluca, disse que este estudo faz parte do compromisso contínuo da Delta e que nenhuma empresa pode resolver sozinha os desafios de sustentabilidade do setor.

“Todas as partes interessadas na aviação precisam explorar hoje novos caminhos em todas as direções para que a indústria alcance um futuro mais sustentável nas viagens até 2050”, disse Amelia. “Enquanto trabalhamos para dimensionar o combustível de aviação sustentável para alimentar as aeronaves de hoje, o hidrogênio é um elemento-chave para desbloquear o futuro descarbonizado do vôo e a próxima geração da aviação. É por isso que estamos nesta jornada para ajudar a mapear os projetos de hidrogênio da indústria com parceiros que partilham a nossa paixão por ligar o mundo”, sustentou Amelia.

Estudo da viabilidade de hub baseado em hidrogênio – Aeroporto Internacional Trudeau (CYUL), em Montreal, [ii] o Aeroporto Internacional Pearson (CYYZ), em Toronto, e [iii] o Aeroporto Internacional de Vancouver (CYVR)
A Airbus e a ZeroAvia assinaram três respectivos Memorandos de Entendimento (MoU) com os três aeroportos mais movimentados do Canadá, [i] o Aeroporto Internacional Trudeau (CYUL), em Montreal, [ii] o Aeroporto Internacional Pearson (CYYZ), em Toronto, e [iii] o Aeroporto Internacional de Vancouver (CYVR), para estudar a viabilidade da infraestrutura de hidrogênio em aeroportos no Canadá.

O anúncio da iniciativa foi numa coletiva de imprensa que aconteceu no Fórum Internacional de Inovação Aeroespacial, organizado pela Aéro Montréal.

Esta é a primeira vez que um estudo de viabilidade desta magnitude é realizado no Canadá para ser pioneiro no hidrogênio para a aviação, com os três principais aeroportos do país. Reflete a ambição partilhada dos parceiros de utilizar os respectivos conhecimentos para apoiar a descarbonização da indústria da aviação (ICAO, ATAG e IATA) e alcançar zero emissões líquidas de carbono até 2050. 

O transporte aéreo é primordial no Canadá devido a sua ampla geografia. Não só se conecta a cidades internacionais, mas também constitui-se de um meio importante de fornecer conectividade crítica a nível nacional. Os vôos comerciais no Canadá permitem os fluxos de bens, investimentos, pessoas e ideias que são os ‘motores’ fundamentais do crescimento econômico. Prevê-se que o transporte aéreo no Canadá cresça 51% nos próximos 20 anos no cenário das “tendências atuais”. Isto resultaria em viagens adicionais de 39,8 milhões de passageiros até 2037 (fonte: IATA Economics).

A cooperação entre a Airbus e a ZeroAvia proporcionará uma melhor compreensão dos conceitos e operações das aeronaves a hidrogênio, das necessidades de abastecimento, infraestrutura e reabastecimento nos aeroportos, com o objetivo de desenvolver o ecossistema da aviação a hidrogênio em todo o país. O trabalho também colaborará para apoiar o desenvolvimento de regulamentos e normas. Montreal é a cidade sede da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) e a colaboração é um ‘motor’ essencial para apoiar um quadro global.

“O Canadá é uma das regiões mais promissoras para centros de hidrogênio devido aos seus recursos naturais. O Canadá tem um grande potencial para a produção de hidrogênio a partir de fontes de energia renováveis, como a energia hidroelétrica. Esta primeira parceria canadense de hidrogênio permite-nos cobrir o país de costa a costa. O hidrogênio destaca-se como um facilitador fundamental à medida que somos pioneiros num futuro sustentável da aviação. Estamos muito satisfeitos por iniciar esta cooperação com parceiros totalmente empenhados em dar passos significativos no sentido da descarbonização do setor aeroespacial. Isso se encaixa perfeitamente com a nossa estratégia de implantação de ecossistemas de aviação a hidrogênio nas partes mais adequadas do mundo, incluindo agora a América do Norte”, disse Karine Guenan, vice-Presidente de ecossistema do programa ZEROe, da Airbus.

Val Miftakhov, fundador e CEO da ZeroAvia, disse: “Estamos reunindo os maiores aeroportos do Canadá, o maior fabricante de aeronaves do mundo e o inovador líder em tecnologia de propulsão descarbonizada, a fim de avançar na transição para a aviação a hidrogênio. Os testes de vôo da ZeroAvia demonstram que a aviação comercial movida a hidrogênio é uma perspectiva antes de 2030, por isso precisamos de começar a trabalhar arduamente para nos prepararmos para a infraestrutura de hidrogênio necessária para apoiar a indústria da aviação e os aeroportos à medida que entram numa nova era de ouro do vôo limpo”.

Yves Beauchamp, presidente e CEO da ADM Aéroports de Montréal, disse: “A ADM está comprometida em descarbonizar as operações aeroportuárias e melhorar a qualidade do ar em suas instalações em Montreal – Trudeau (CYUL) e Mirabel (CYMX). O uso de hidrogênio como combustível para aeronaves é uma solução voltada para o futuro que se adapta perfeitamente com estes objetivos. Esta parceria permitirá à nossa organização não só preparar-se melhor para a introdução desta alternativa nas nossas operações aeroportuárias, mas sobretudo planear adequadamente a infraestrutura necessária para oferecê-la Trudeau (CYUL) já em 2035. Como Montreal é a cidade. capital mundial da aviação civil, estamos ainda mais orgulhosos de que a nossa cidade esteja desempenhando um papel de liderança neste projeto de inovação sustentável”.

“O Toronto Pearson está empenhado em tornar as nossas próprias operações e as da indústria da aviação em geral mais sustentáveis. A nossa parceria com a Airbus e a ZeroAvia é uma extensão dos nossos esforços contínuos para adotar soluções de energia limpa, incluindo a construção do nosso novo posto de abastecimento de hidrogênio”, disse Deborah Flint, presidente e CEO do Toronto Pearson. “O futuro dos aeroportos e dos seus parceiros de aviação será construído com infraestruturas inovadoras que minimizem o impacto ambiental”, completou Flint.

“Sabemos que quando se trata de mudanças climáticas, a aviação não é o inimigo, mas o carbono é. Analisar a viabilidade de aeroportos como centros de hidrogênio é um passo importante na jornada para zero emissões líquidas de carbono”, disse Tamara Vrooman, presidente e CEO do Aeroporto Internacional de Vancouver. “A colaboração entre a Airbus, a ZeroAvia e os três maiores aeroportos do Canadá ajudará a identificar as mudanças necessárias na nossa indústria e no ecossistema de apoio para cumprir as metas de redução de carbono”, completou Vrooman. 

Espera-se que a utilização de hidrogênio para alimentar futuras aeronaves não só reduza significativamente as emissões das aeronaves em vôo (no ar), mas também possa ajudar a descarbonizar as atividades de transporte aéreo em solo.

Em 2020, a Airbus revelou o primeiro conceito ZEROe com a ambição de trazer ao mercado a primeira aeronave comercial movida a hidrogênio do mundo até 2035. O desenvolvimento dos blocos tecnológicos correspondentes está agora em curso numa rede global de Investigação e Tecnologia.

A Airbus também lançou o programa “Hydrogen Hub at Airports” para impulsionar a investigação sobre requisitos de infraestrutura e operações aeroportuárias de baixo carbono, em toda a cadeia de valor. Até à data, foram anunciados acordos com parceiros e aeroportos em 10 países, incluindo França, Alemanha, Itália, Japão, Nova Zelândia, Noruega, Singapura, Coréia do Sul, Suécia e Reino Unido. A ZEROe deseja desenvolver sua visibilidade de hidrogênio e rede de parcerias na América do Norte. Portanto, existe uma forte necessidade de recrutar parceiros na região.

A ZeroAvia tem um pedido de certificação ativo para um trem de força (ZA-600), de 600 kW por fonte híbrida – elétrica-hidrogênio, para aeronaves de 10 a 20 assentos, visando a entrada no mercado nos próximos anos, e também está desenvolvendo um segundo motor (ZA-2000) de 2.000 kW por fonte hidrogênio líquido, para aeronaves de 40 a 80 assentos, logo depois. Além disso, a ZeroAvia está trabalhando para desenvolver o ecossistema de combustível de hidrogênio para apoiar estes sistemas de propulsão limpa nos aeroportos, desenvolvendo tecnologias únicas de produção, armazenamento e distribuição, e trabalhando com parceiros aeroportuários para planejar operações de hidrogênio num futuro próximo. [EL]