FAA mantém proibição contra aumento de produção do Boeing 737MAX, supervisão reforçada pela agência na fabricante continuará nos próximos meses, com reuniões semanais e intercâmbios trimestrais entre representantes da agência e gestores da fabricante, em 01.06.24


Fonte: Reuters/InfoMoney – 30/05/2024
A FAA não permitirá que a Boeing aumente imediatamente a produção do modelo  B.737MAX, uma vez que a fabricante está lidando com problemas contínuos de qualidade e segurança em suas aeronaves, divulgou o diretor agência Mike Whitaker no dia 30, depois de uma reunião de três horas da FAA com a Boeing.

A supervisão reforçada da Boeing pela FAA continuará nos próximos meses, com reuniões semanais e intercâmbios trimestrais entre os chefes da empresa e o órgão regulador.

Em fevereiro, a Boeing foi impedida pela FAA de aumentar a produção do modelo 737MAX, o avião mais vendido da fabricante, depois que um plugue de porta de emergência de um B.737MAX-9 se desprendeu de uma aeronave do modelo da transportadora Alaska Airlines, em pleno vôo, em janeiro, durante partida de Portland, no Oregon, com 177 ocupantes.

O diretor da FAA, Mike Whitaker, disse que não espera que a Boeing obtenha aprovação para aumentar a produção do MAX “nos próximos meses” e que ainda não teve nenhuma conversa com a fabricante sobre o assunto. Whitaker disse que a FAA vai monitorar a Boeing nos próximos meses para entender suas melhorias de qualidade e segurança “para nos dar uma imagem fundamental de que eles estão na zona certa … Queremos ter certeza de que o sistema está funcionando com a segurança que deveria”.

Atualmente, a Boeing produz muito menos do que as 38 unidades B.737MAX por mês permitidos pela diretriz da FAA.

A Boeing não solicitou alívio do limite e nem mesmo teve discussões preliminares sobre isso, disse Whitaker.

A produção do B.737MAX é vital para as finanças da Boeing. Na semana passada, o principal executivo de finanças da fabricante disse que, em 2024, a empresa vai “queimar caixa” em vez de gerar em parte devido ao atraso nas entregas que tem prejudicado cias. aéreas em todo o mundo, incluindo a transportadora aérea brasileira Gol.

A Boeing divulgou em um comunicado que seu plano abrange quatro categorias, incluindo investimentos em treinamento da força de trabalho e eliminação de processos falhos. O plano se baseia nas conclusões das auditorias da FAA e em observações de funcionários, entre outras fontes.

“Muitas dessas ações estão em andamento e nossa equipe está comprometida com a execução de cada elemento do plano”, registrou o presidente-executivo da Boeing, Dave Calhoun, em comunicado.

A Boeing divulgou, neste mês, que adicionou novos materiais de treinamento para funções de fabricação e qualidade, com uma média de 20 a 50 horas a mais de treinamento por funcionário, enquanto mais de 7.000 novas ferramentas e equipamentos foram fornecidos para o trabalho com aviões comerciais.

A reunião foi o segundo encontro de Calhoun com Whitaker este ano, já que a Boeing está tentando obter a suspensão dos limites de produção impostos pela FAA depois que crescentes preocupações com a qualidade dos aviões da fabricante fizeram agência de aviação civil federal americana obrigar a Boeing a reduzir o cronograma de produção do B.737MAX.

Calhoun deve deixar a Boeing até o final do ano como parte de uma mudança mais ampla na administração anunciada após o incidente com a MAX-9 da Alaska Airlines em janeiro, mas a  companhia ainda não nomeou um substituto.