Protestantes ambientais do grupo Just Stop Oil  “picham” dois jatos executivos no Aeroporto Stansted, em Londres, em 24.06.24


Manifestantes-protestantes ambientais do grupo Just Stop Oil invadiram o Aeroporto Internacional Stansted (EGSS), em Londres (Inglaterra), na manhã do dia 20 (quinta-feira) danificaram com a pichação com spray de uma substância (tinta) alaranjada dois jatos executivos parqueados em uma área sob operação aeroportuária do FBO Harrods Aviation, numa ação 24 horas depois do mesmo grupo ter empreendido uma pichação no sítio de monumentos naturais Stonehenge World Heritage (estrutura composta, formada por círculos concêntricos de pedras – “suspensas” -, que chegam a ter 5 m. de altura e a pesar quase 50 toneladas, localizada na Inglaterra, no condado de Wiltshire, na Planície de Salisbury), uma patrimônio cultural mundial.

Pela ação no Aeroporto Stansted, a polícia prendeu as ativistas envolvidas do grupo Jennifer Kowalski (de 28 anos) e Cole Macdonald, de 22 anos.

De acordo com o diretor de operações da Harrods Aviation, Dan Holian, os manifestantes atravessaram a cerca de segurança do “Stansted” e, em seguida, cruzaram duas pistas de táxi e áreas de pátio para chegar às aeronaves que estavam parqueadas. “Duas aeronaves foram pulverizadas com uma substância laranja, que já foi limpa”, disse Holian para a mídia AIN, para um artigo no dia 21 com notícia da ocorrência por Charles Alcock, editor-chefe da mídia. “De acordo com nossa política de confidencialidade, não divulgaremos de quem eram as aeronaves ou mais informações sobre o incidente”, destacou Holian.

De acordo com a provedora de logística aeroportuária Harrods Aviation, protocolos adicionais de segurança aeroportuária também foram implementados.

Desde a ocorrência, o comandante da polícia no Aeroporto Stansted mobilizou recursos adicionais para proteger as áreas do lado ar e do lado terra.

A Just Stop Oil apresenta-se como uma coligação de grupos que trabalham em conjunto para exigir que o governo britânico trabalhe com outras nações para estabelecer um tratado juridicamente vinculativo para impedir a extração e queima de petróleo, gás e carvão até 2030, ao mesmo tempo que apoie e financie outros países para fazerem um acordo justo exclusivamente pela transição energética. A Just Stop Oil é membro da Rede A22 de projetos de “resistência civil”.

Alcock escreveu que, no mesmo da ocorrência (dia 20), o Partido Verde da Escócia pediu um imposto de £ 1.000 (US$ 1.260) por passageiro em vôos em jatos particulares. O grupo, que está em campanha nas eleições gerais em curso no Reino Unido, também procura eliminar os incentivos fiscais sobre o combustível de aviação e proibir vôos do transporte regular de curta distância.

Numa nota no dia 20, na sua página (site), a entidade pró-ambiente Just Stop Oil divulgou a sua ação no Aeroporto Internacional Stansted (EGSS).
No feed de mídia social da Just Stop Oil no X (antigo Twitter), Kowalski e Macdonald postaram um vídeo mostrando-se sentadas em frente às aeronaves danificadas com um extintor de incêndio que se acredita ter sido usado na ação de vandalismo.

A nota informa que duas apoiadoras da Just Stop Oil pintaram “vários” jatos particulares no campo de aviação onde o jato da cantora Taylor Swift pousara poucas horas antes. E que elas exigiam que o novo governo do Reino Unido se comprometa a trabalhar com outros governos para chegar a um acordo sobre um plano equitativo para acabar com a extração e queima de petróleo, gás e carvão até 2030.

Conforme a nota, por volta das 05:00, Jennifer Kowalski e Cole Macdonald entraram no campo de aviação privado do aeroporto de Stansted, onde o jato de Swift estava estacionado. A dupla pintou dois jatos particulares usando extintores cheios de tinta laranja.

Para a promoção da ação, a nota traz duas declarações das ativistas envolvidas.

Cole Macdonald, 22 anos, de Brighton, declara: “Vivemos em dois mundos: um onde os multimilionários vivem no luxo, capazes de voar em jatos privados longe um do outro, onde condições inabitáveis ​​estão a ser impostas a incontáveis ​​milhões de pessoas. Entretanto, este sistema que permite que a riqueza extrema seja acumulada por alguns, em detrimento de todos os outros, está destruindo as condições necessárias para sustentar a vida humana num Verão Cruel em rápida aceleração e interminável. Os bilionários não são intocáveis, o colapso climático afetará cada um de nós”.

Jennifer Kowalski (28), ex-gerente de sustentabilidade, de Dumbarton, declara: “Ao longo dos anos, tive de perceber que mesmo trabalhar com sustentabilidade não me proporciona essencialmente nenhuma capacidade para fazer as mudanças necessárias para evitar o colapso total dos nossos sistemas naturais. Tenho que tomar medidas desesperadas para que a minha voz seja ouvida. Em 2024, todos temos que considerar o que podemos fazer todos os dias para mudar o rumo que a nossa sociedade está tomando. Precisamos de um tratado de emergência para impedir a extração e queima de petróleo, gás e carvão até 2030”.

Para a promoção geral da sua instituição e campanha, a nota da Just Stop Oil discorre que contingente estimado de 80% da população mundial nunca tenha viajado de avião,  que uma fração de apenas 1% da população mundial causa 50% das emissões globais da aviação. Os usuários de jatos particulares são responsáveis ​​por até 14 vezes mais emissões de carbono em comparação com um vôo comercial, que um único vôo em um jato privado pode facilmente emitir tanto dióxido de carbono quanto a pegada de carbono média anual de um cidadão da União Européia – 8,2 toneladas.

O Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis (Fossil Fuel Non-Proliferation Treaty) é uma iniciativa para os governos mundiais chegarem a um acordo sobre um plano de resgate de emergência que elimine de forma rápida e justa as emissões mortais. Os países ricos e desenvolvidos com emissões de carbono historicamente elevadas serão a prioridade, acabando com a utilização de petróleo e gás até 2030. Os países em desenvolvimento seguirão uma transição lógica e justa.

A nota traz uma mensagem de porta-voz da Just Stop Oil: “Embora os governos permitam que as empresas petrolíferas se descontrolem destruindo as nossas comunidades, as ações dos indivíduos significam muito pouco. É por isso que a Just Stop Oil exige que o nosso próximo governo assine um tratado juridicamente vinculativo para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis até 2030. A incapacidade de defender as pessoas que representam significará que os apoiantes da Just Stop Oil, juntamente com os cidadãos da Áustria, Noruega, Países Baixos, Suíça e  Canadá, juntar-se-ão na resistência neste Verão, se os seus próprios governos não tomarem medidas significativas”.

A nota é finalizada com a mensagem que, até que os líderes mundiais atuem para nos proteger, os apoiadores da Just Stop Oil, trabalhando com outros grupos a nível internacional, tomarão as medidas proporcionais necessárias para gerar a tão necessária pressão política. Este Verão, áreas de importância fundamental para a economia dos combustíveis fósseis serão declaradas locais de resistência civil em todo o mundo. [EL]