Na LABACE, ABAG divulga ações em prol da aviação geral e mudança da feira em 2025 para o “Campo de Marte”, em 07.08.24


O articulista-colaborador para América do Sul da mídia AIN Richard Pedicini escreveu post no dia 06 cobrindo a feira-conveção da aviação executiva latino-americana LABACE 2025, dando notícia que a edição da feira 2025 acontecerá Aeroporto Campo de Marte (SBMT), e não mais Aeroporto de Congonhas (SBSP), em São Paulo. A mudança foi anunciada por Flávio Pires – CEO da ABAG (Associação Brasileira de Aviação Executiva), organizadora da LABACE -, durante uma coletiva de imprensa pré-feira, nesta segunda dia 05.

A LABACE 2024 ora se realiza, desde dia 06 até dia 08.

A área subutilizada em Congonhas que é cedida anualmente para a LABACE não estará mais disponível à medida que a operadora aeroportuária AENA reconfigura o “sítio” aeroportuário para lidar com mais tráfego aéreo e alinhá-lo com os requisitos de segurança. Isso significará adaptação para a aviação executiva no aeroporto (SBSP) – por exemplo, a Lider Aviação poderá ter que mudar seu principal hangar de manutenção de helicópteros e seu FBO para o outro lado do aeroporto – mas Pires garantiu que ANAC “disse que a aviação geral continuará em Congonhas”.

Pedicini escreveu que Pires vê grande potencial na mudança da LABACE para o “Campo de Marte”, com a vasta área de rampa oferecendo a possibilidade de Fly-in, o que é “impossível” em Congonhas devido ao intenso tráfego aéreo do transporte comercial e as limitações de espaço, e de vôos de demonstração na programação da feira.

Em relação à pista mais curta do “Campo de Marte” (de 45 x 1.600 m., de asfalto PCN 16, em elevação de 2.372 pés – com pista 12 com TORA/TODA de 1.300 m. e LDA de 1.450 m., com pista 30 com TORA/TODA de 1.450 m. e LDA de 1.3000 m. e ASDA geral de 1.600 m.), Pires disse ter confirmado com cada um dos expositores das principais fabricantes de aeronaves executivas que o aeroporto (SBMT) é adequado. Em elevação de 2.634  pés, o aeroporto de Congonhas tem pista primária (17R/35L) de 45 x 1.883 m, de asfalto PCN 50, com TORA/ASDA de 1.760 m., TODA de 1.883 m., e LDA de 1.760 m., e pista secundária (17L/35R) de 45 x 1.495 m., de asfalto PCN 38, com TORA/ASDA/TODA de 1.345 m. e LDA de 1.345 m.

O espaço reservado para a feira no “Campo de Marte” também contará com ligação de esgoto e potencial para subestação elétrica; em Congonhas, a LABACE e requerida de dispor de bombas e geradores.

Enquanto isso, o gerente do aeroporto “Campo de Marte”, que é operado pela PAX Aeroportos sob concessão federal (em conjunto com o aeroporto de Jacarepaguá, no RJ), já anunciou planos para procedimentos de aproximações por instrumentos no aeroporto no próximo ano, para se preparar para mais tráfego de aeronaves executivas, à medida que as operações aéreas ocupam mais slots em Congonhas em janeiro.

A redução da aviação executiva em Congonhas significa aumento em outros aeroportos paulistas, como Jundiaí (SBJD) – a 30 MN a NW de São Paulo/SBSP, Sorocaba (SDCO) – a 47 MN a W-NW de São Paulo/SBSP, e o São Paulo Catarina Executivo (SBJH), em São Roque – a 30 MN a NW de – a 30 MN a NW de São Paulo/SBSP , sendo este último um empreendimento privado, exclusivo para aviação geral-executiva, com status internacional, com pista mais longa (de 33 x 2.470 m., com pavimento de asfalto PCN 33, em elevação de 2.540 pés), experimentando crescimento mais rápido.

Durante a sessão de abertura hoje na LABACE 2024, Leonardo Fiuza – presidente da ABAG – disse que o maior obstáculo de curto prazo da indústria da aviação executiva é a ampla reforma tributária do país, com uma proposta “pairando” para taxação de aeronaves privadas tal como taxas incidentes sobre automóveis. Fiuza explicou que a ABAG está trabalhando com outras associações de aviação, como as de aviação agrícola e de táxi-aéreo, “para estar presente em todas as comissões [no Congresso – onde a regulamentação da reforma tributária ora tramita] que estudam o assunto”.

Segundo Fiuza, um desafio de longo prazo é formar técnicos de manutenção de aeronaves em número suficiente, o que, segundo ele, deve ser tratado não como um desafio, mas como uma oportunidade. “Se estamos para falar de formação de mão-de-obra, significa que o país está crescendo, e não encolhendo”, disse Fiuza, observando que cerca de 1.000 novas aeronaves entraram no país nos últimos três anos.

Fiuza também agradeceu à concessionária aeroportuária AENA pela realização da feira no aeroporto de Congonhas, apesar das obras em andamento no aeroporto, e à FAB, “sem as quais nenhuma LABACE poderia ter acontecido”.

O diretor da ANAC, Ricardo Bisinotto Catanant, enfatizou o papel da agência de aviação brasileira tanto na segurança operacional quanto na proteção. Catanant destacou especialmente o programa “Transplantar”, no qual as taxas aeronáuticas são isentas e as regras são flexibilizadas para permitir que a aviação executiva transporte órgãos para transplante – “uma bela oportunidade para a aviação executiva participar desta oportunidade de salvar vidas”.

Catanant divulgou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também está assinando legislação estadual para esse programa.

Além disso, Catanant elogiou o papel da aviação executiva na prestação de ajuda humanitária quando o Estado do Rio Grande do Sul foi assolado por grandes enchentes ao final de abril. Os operadores de aeronaves executivas forneceram uma “tábua de salvação” quando o principal aeroporto do Estado – Salgado Filho (SBPA), na capital Porto Alegre -, foi inundado e muitas rodovias foram fechadas, disse Catanant.

Tomé Franca, secretário de aviação civil do Brasil (da SAC), destacou que as cias. aéreas “atendem 2% das cidades do Brasil, enquanto a aviação geral atende “todas” elas – mais de 3.000 cidades. E que a aviação geral permite que o Brasil cresça para todos e o governo deveria estar ao lado disso”. França acrescentou que os passageiros aéreos cresceram de 98 milhões para 118 milhões em 2024 no Brasil “e esperamos chegar a 140 milhões até o final de 2026”. França divulgou investimentos recentemente R$ 4 bilhões em 36 aeroportos novos e modernizados. [EL] – c/ fontes