Boeing planeja cortar 17 mil empregos (10% do quadro) enquanto sofre com crise financeira – cortes são resposta à crise enfrentada pela fabricante de aviões devido a um agravamento da escassez de caixa e por greve, em 13.10.24


Fonte: Bloomberg – 11/10/2024
A Boeing anunciou que planeja reduzir sua força de trabalho em cerca de 10%, em resposta à crise enfrentada pela fabricante de aviões devido a uma greve prolongada dos trabalhadores e a um agravamento da escassez de caixa.

As reduções incluirão executivos, gerentes e funcionários, disse o CEO Kelly Ortberg em um memorando aos colaboradores. A Boeing encerrou 2023 com 171 mil funcionários.

“Nosso negócio está em uma posição difícil, e é difícil exagerar os desafios que enfrentamos juntos”, afirmou Ortberg no memorando.

A fabricante americana espera reportar uma receita de US$ 17,8 bilhões no terceiro trimestre, e uma perda por ação de US$ 9,97, de acordo com números preliminares. O fluxo de caixa operacional foi de US$ 1,3 bilhão, deixando a Boeing com US$ 10,5 bilhões em caixa e investimentos em títulos negociáveis ao final do trimestre. A empresa deve divulgar os números completos em 23 de outubro.

A Boeing revelou as medidas e os números de ganhos no momento em que busca retomar as negociações com os sindicatos. A fabricante fez duas ofertas de aumento salarial, ambas rejeitadas pelos trabalhadores. Cerca de 33 mil funcionários em suas principais instalações na área de Seattle estão em greve há um mês, afetando a produção e esgotando as reservas da Boeing.

As últimas negociações fracassaram no início desta semana, sem um caminho claro sobre quando e como poderão ser retomadas.

A Boeing já iniciou uma série de planos de corte de custos enquanto lida com reservas em diminuição e baixa produção. A empresa colocou alguns trabalhadores em licença, congelou contratações e reduziu viagens corporativas. Ortberg afirmou que a empresa não prosseguirá com o próximo ciclo de licenças como parte de seu plano de corte de empregos.

Ortberg também disse que a Boeing notificou os clientes de que as primeiras entregas do 777X agora são esperadas para 2026, citando a paralisação do trabalho em andamento e a pausa nos testes de vôo.

Em agosto, a Boeing anunciou a suspensão dos testes devido a fissuras em um componente chave que conecta os motores do 777X às asas.

Esse é o mais recente revés para o jato, que já enfrentou atrasos na certificação pela FAA.

O atraso na versão para passageiros, assim como na versão cargueira — agora programada para 2028 — resultará em uma cobrança de ganhos antes dos impostos de US$ 2,6 bilhões, divulgou a Boeing.

No total, a unidade de aeronaves comerciais terá cobranças de ganhos antes dos impostos de US$ 3 bilhões, em parte devido aos programas do B.767 que estão se esgotando.

O setor de defesa e espaço terá uma cobrança de ganhos antes dos impostos de US$ 2 bilhões, segundo a Boeing.

Boeing irá cortar 17 mil empregos, 10% da força de trabalho global, e atrasará em um ano a primeira entrega do modelo Boeing 777X
Fonte: Reuters – 11/10/2024
A fabricante de aeronaves norte-americana Boeing irá cortar 17 mil empregos, o que representa 10% de sua força de trabalho global, divulgou o CEO da companhia, Kelly Ortberg, no dia 11. Ainda segundo Ortberg, a Boeing irá atrasar em um ano a primeira entrega do modelo 777X. O anúncio ocorreu em meio à greve de trabalhadores que já dura um mês e tem afetado as finanças da fabricante.

Em mensagem aos funcionários, Ortberg afirmou que a Boeing precisa redefinir seus níveis de mão de obra “para alinhar-se com nossa realidade financeira”. Ele citou a greve de 33 mil trabalhadores na costa oeste dos EUA, que interrompeu a produção dos jatos 737MAX, 767 e 777.

“Redefinimos nossos níveis de mão de obra para alinhamento com nossa realidade financeira e para um conjunto de prioridades mais focado”, disse Ortberg. “Nos próximos meses, planejamos reduzir o tamanho de nossa força de trabalho total em cerca de 10%. Essas reduções incluirão executivos, gerentes e funcionários”, Ortberg completou a informação.

No comunicado, Ortberg disse ainda que a Boeing notificou os clientes sobre a previsão da primeira entrega do 777X, com atraso para 2026, devido aos desafios enfrentados no desenvolvimento, à pausa nos testes de vôo e à paralisação de trabalhos em andamento.

A Boeing já enfrentava problemas com a certificação do 777X, o que havia atrasado significativamente o lançamento do avião.

A fabricante divulgará em 23 de outubro seus resultados financeiros do terceiro trimestre, e antecipou em um comunicado separado que espera receita de US$ 17,8 bilhões, perda por ação de US$ 9,97 e fluxo de caixa operacional negativo de US$ 1,3 bilhões.

“Embora nosso negócio esteja enfrentando desafios de curto prazo, estamos tomando decisões estratégicas importantes para nosso futuro e temos uma visão clara sobre o trabalho que precisamos fazer para restaurar nossa empresa”, disse Ortberg.

A Boeing encerrará seu programa do jato-cargueiro B.767 em 2027, quando completar e entregar os 29 aviões restantes encomendados, mas divulgou que a produção da variante militar do modelo – KC-46A Tanker – continuará.

Chegar a um acordo para encerrar a paralisação de trabalho é crucial para a Boeing. A agência de classificação S&P estimou que a greve está custando à fabricante perda de US$ 1 bilhão por mês e que ela corre o risco de perder sua cobiçada classificação de crédito de grau de investimento.

Mesmo antes do início da greve em 13 de setembro, a Boeing já estava “consumindo” caixa enquanto lutava para se recuperar de um incidente de desprendimento de painel – plugue de porta de emergência – no ar de um B.737MAX-9 em janeiro, que expôs protocolos de segurança deficientes e levou reguladores americanos a restringir sua produção.