ANAC e CLAC promovem evento (seminário) reunindo especialistas para discutir combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) e créditos de carbono, visando o cumprimento das metas de emissão zero de CO2 até 2050, em 19.11.24
Conforme nota no dia 14 da ANAC, o Seminário sobre Perspectivas de Mercado de Carbono e Combustível Sustentável de Aviação (SAF) na América Latina, que ocorreu no dia 12, em Brasília (DF), reuniu representantes de diversos países e empresas do setor aéreo para discutir as estratégias de descarbonização da aviação na América Latina. O evento foi sediado pela ANAC e promovido pela Comissão Latino-Americana de Aviação Civil (CLAC).
Os principais temas foram o desenvolvimento do mercado de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) e a implementação de créditos de carbono, iniciativas fundamentais para o alinhamento da região às metas de redução de emissões de CO2 estabelecidas pela OACI – Organização de Aviação Civil Internacional.
O secretário da CLAC Jaime Binder afirmou que a poluição gerada pela aviação é de 2 a 3%, sendo a participação da aviação no mercado global de 6%, segundo dados da IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo. De acordo com Binder, ainda que o setor aéreo tenha um impacto proporcionalmente menor, é muito importante a descarbonização dele porque o “nosso planeta é um só, e somos responsáveis pelo crescimento do setor, mas com a responsabilidade de preservar o meio ambiente”.
“Nossa região tem um potencial incrível para o desenvolvimento de offsetting [compensação] para o CORSIA [Esquema de Compensação e Redução de Carbono para a Aviação Internacional] e a promoção da produção de SAF na América Latina com grande biodiversidade e recursos naturais que nos permitem produzir bioenergia e energia renovável”, afirmou a diretora da ANAC Mariana Altoé.
O diretor da ANAC Ricardo Catanant indicou: “temos que buscar formas de incentivar a constituição de um mercado integrado de produção e fornecimento de SAF em nossa região. Embora todos tenham potencial de produzir SAF, é necessário que busquemos maneiras mais eficientes de disponibilizar o produto às nossas companhias aéreas, identificando hubs regionais de produção e criando cadeias integradas e mecanismos que aumentem o acesso ao SAF”.
Dividido em três painéis temáticos, o evento proporcionou um espaço para que os participantes compartilhassem experiências e para reforçarem a colaboração regional em busca de uma aviação mais sustentável.
O primeiro painel abordou as experiências em certificação de créditos de carbono, com destaque para a recente iniciativa da Guiana de vender bônus de carbono para o sistema de compensação de emissões CORSIA.
O segundo painel examinou o desenvolvimento do mercado de SAF no Brasil, com especialistas debatendo os desafios e as oportunidades de investimentos privados na área, como a necessidade de algumas condições essenciais como estudos de viabilidade técnica e econômica, regras estáveis, planos definidos.
Por fim, o terceiro painel explorou as políticas de implementação de SAF em países como Chile, República Dominicana e Brasil, trazendo perspectivas de autoridades e do setor privado.