Economia da Europa enfrenta grande impacto dos “limites verdes” na aviação executiva – EBAA e GAMA apontam que novo estudo mostra os verdadeiros custos das restrições ambientais e alertam que novas restrições às operações de aeronaves executivas podem impactar a contribuição econômica feita pela indústria na Europa, em 03.02.25


O editor-chefe da AIN Charles Alcock escreveu artigo, postado na plataforma on line da mídia no dia 29, intitulado “Europe’s economy faces big hit from Green Limits on bizav” (Economia da Europa enfrenta grande impacto dos “limites verdes” na aviação executiva), repercutindo um novo estudo encomendado pela GAMA – General Aviation Manufacturers Association (associação de fabricantes da aviação geral) e EBAA – European Business Aviation Association (associação da aviação executiva européia), um relatório da Oxford Economics com título “The Socio-economic benefits of business aviation in Europe” (Os benefícios socioeconômicos da aviação executiva na Europa).

Várias políticas governamentais destinadas a restringir a atividade da aviação executiva podem custar à Europa até € 120 bilhões (US$ 125 bilhões) em investimento estrangeiro direto (IED) e 104.000 empregos, de acordo com o novo estudo encomendado pela GAMA e pela EBAA.

Publicado no dia 29, o relatório da Oxford Economics concluiu que a indústria atualmente contribui com cerca de € 100 bilhões para o PIB da União Européia a cada ano, mas está ameaçada por esforços para reduzir as emissões de carbono da aviação que os organizações e entidades da indústria sustentam ser equivocados e prejudiciais à competitividade.

A EBAA e a GAMA manifestam-se que não refutam a necessidade de abordar o impacto ambiental da aviação executiva, mas argumentaram que o foco principal deve ser em esforços colaborativos liderados pela indústria, baseados principalmente em inovação, em vez de restrições.

O relatório da Oxford Economics destacou propostas potencialmente prejudiciais de reguladores da União Européia, incluindo limites para vôos de curta distância (incluindo também serviços aéreos regulares) e restrições de slots para aeronaves executivas em alguns aeroportos.

“Visar a aviação executiva com restrições e encargos regulatórios injustos, como a exclusão da estrutura de taxonomia da União Européia, arrisca € 120 bilhões em IED e milhares de empregos até 2030″, disse o secretário-geral da EBAA, Holger Krahmer. “Devemos nos afastar da mentalidade de proibição e focar em políticas que apoiem a inovação, a descarbonização e a competitividade”, acrescentou Krahmer.

De acordo com a equipe de pesquisa da Oxford Economics, países como Alemanha, Itália e Polônia devem pagar o preço mais alto em termos de perdas de empregos por políticas que suprimem os benefícios da aviação executiva porque têm níveis relativamente altos de emprego por entidades controladas por estrangeiros (FCE – Foreign-Controlled Entities). O relatório estimou a perda potencial de empregos entre 57.000 e 104.000 com base em cortes projetados em IED entre € 76 bilhões e € 120 bilhões.

Na verdade, a Oxford Economics disse que o impacto de políticas restritivas pode ser muito maior. Seu estudo se concentrou apenas no impacto de cortes em IED e atividade de FCE. O relatório alertou que os impactos negativos das restrições regulatórias na aviação executiva podem ter “impactos devastadores” nas principais atividades econômicas do setor, como investimentos diretos e emprego.

Pesquisas anteriores estimaram que a indústria da aviação executiva emprega cerca de 94.000 pessoas na Europa e contribui diretamente com € 44 bilhões para o PIB do continente. Por meio de compras na cadeia de suprimentos e gastos com salários de funcionários, outros € 55 bilhões vão para o PIB geral.

Em resposta ao relatório, a EBAA e a GAMA repetiram seus apelos para que o uso crescente de combustível de aviação sustentável seja a base dos esforços para reduzir as emissões, em vez de iniciativas políticas para restringir vôos. Com base em cerca de 400.000 aeronaves executivas partindo de 1.100 aeroportos europeus a cada ano e voando uma média de 800 km (432 MN), os grupos estimaram que, dentro da União Européia, o setor ainda é responsável por apenas 0,8% de todas as emissões de dióxido de carbono da indústria da aviação.

A EBAA e a Dassault Aviation estão entrando com uma ação judicial conjunta contra a Comissão Européia sobre sua exclusão da aviação executiva das disposições do Taxonomy Delegation Act (Lei de Delegação de Taxonomia). A equipe jurídica das duas argumenta que a exclusão é discriminatória e prejudica os esforços da indústria para acessar financiamento para apoiar iniciativas de sustentabilidade, incluindo a substituição de frotas antigas por aeronaves de nova geração com menor emissão.

“Frequentemente percebida como um luxo, a aviação executiva desempenha um papel crucial no desenvolvimento econômico”, disse Carlos Brana, vice-presidente executivo de aeronaves civis da Dassault Aviation. “Vimos em primeira mão como ela promove o crescimento nas regiões que conecta, desde a criação de empregos em áreas remotas até a atração de investimentos e a redução do tempo de viagem”, acrescentou Brana.

A EBAA também destacou que as aeronaves executivas fazem uma contribuição vital para o suporte médico de emergência (transporte aeromédico). Em 2023, a associação estimou que havia pelo menos 70.000 vôos médicos operados por empresas do setor, o que equivale a uma média de mais de 191 vôos por dia.

Enquanto isso, operadores na Europa têm relatado aumento de custos com a aplicação de regulamentações, incluindo novos requisitos de segurança. Por exemplo, a autoridade de aviação civil alemã LBA começou a fazer verificações pontuais no ano passado para testar se operadores individuais estavam mantendo medidas de segurança adequadas. De acordo com dados fornecidos por operadores à plataforma OpsGroup, operadores enfrentaram contas inesperadas para essas verificações entre € 100 e € 330.

De acordo com Andreas Mundsinger, diretor administrativo da Associação Alemã de Aviação Executiva, essa prática está se mostrando “um grande incômodo para todas as operadoras”. A associação contestou a base para a LBA cobrar pela aplicação de regulamentações de segurança da União Européia que não estão sujeitas a taxas diretas em outros Estados-membros. De acordo com a agência, as taxas agora feitas foram aprovadas pela legislação alemã que entrou em vigor em 1º de fevereiro de 2024. [EL] – c/ fonte