Entidades da aviação executiva temem interrupções “profundas” com novas taxas por guerra tarifária – GAMA e NBAA apontam que novas tarifas podem ter efeito duradouro, em 07.02.25

No dia 04, a editora da revista mensal AIN Kerry Lynch postou na plataforma on line da mídia repercussão do advento de novas taxas (impostos) incidentes em produtos importados por guerra tarifária a partir de nova política do governo Donald Trump (EUA) recém empossado.
Lynch divulgou que os defensores da aviação executiva saudaram as pausas de 30 dias nas tarifas adicionais de 25% planejadas para produtos canadenses e mexicanos e as ações retaliatórias das duas nações ao EUA. No entanto, associações da indústria expressaram preocupação sobre as dificuldades subjacentes em torno das tarifas, dizendo que poderiam interromper uma indústria altamente regulamentada e prejudicar empregos junto com o crescimento econômico.
Os três países – EUA, Canadá e México – concordaram, no dia 03, suspender temporariamente tais ações enquanto os diálogos continuam em torno da segurança da fronteira do EUA e preocupações comerciais. No entanto, a Casa Branca avançou com tarifas adicionais de 10% sobre produtos da China, e autoridades chinesas planejaram suas próprias taxas em resposta.
Tanto a NBAA (associação da aviação executiva) quanto a GAMA (associação das fabricantes da aviação geral) divulgaram declarações discutindo a importância do setor de aviação executiva, observando que o setor sustenta mais de um milhão de empregos e quase US$ 250 bilhões em desenvolvimento econômico. As exportações do setor totalizaram 490 aviões a pistão, turboélice e a jato, representando cerca de 24,6% das aeronaves produzidas e avaliadas em US$ 5,2 bilhões, destacou a GAMA.
“Crítica para esse setor essencial é uma cadeia de suprimentos global complexa e altamente regulamentada, apoiada por uma série de acordos bilaterais que são necessários para atender a padrões de segurança rigorosos, ao mesmo tempo em que garantem o fluxo confiável de produtos altamente especializados”, divulgou a NBAA. “Interrupções nesse sistema têm consequências profundas, e soluções alternativas que atendem aos rigorosos requisitos regulatórios levam meses ou anos para serem estabelecidas – desafios claramente demonstrados durante a pandemia da Covid”, completou a associação.
A GAMA concordou: “As tarifas afetariam a intrincada e muito complexa cadeia de suprimentos global que pode levar anos para ser estabelecida, visto que depende de fornecedores com capacidades únicas que são altamente regulamentadas e, portanto, não podem ser facilmente substituídas”.
Mesmo onde fornecedores alternativos podem existir, as fabricantes não podem mudar rapidamente para fontes diferentes sem a aprovação regulatória da FAA, comprometendo contratos e potencialmente afetando a qualidade, acrescentou a GAMA. Além disso, a associação observou que as tarifas podem comprometer a viabilidade de MRO nacionais que podem precisar importar peças.
“É vital reconhecer que a fabricação de aviação do EUA está em uma posição de liderança global. Essa posição pode ser melhorada por políticas e ações governamentais focadas no fortalecimento de acordos, políticas e investimentos em segurança da aviação para impulsionar a inovação, bem como medidas para abordar desafios específicos da cadeia de suprimentos da aviação”, afirmou a GAMA.
“Acolhemos com satisfação a decisão do governo de suspender as tarifas sobre o Canadá e o México, para que suas implicações possam ser totalmente compreendidas”, divulgou ainda a NBAA. “Igualmente importante, estamos ansiosos para trabalhar com o governo em políticas que promovam o crescimento de indústrias, incluindo a aviação executiva, que são essenciais para preservar a força da nossa nação na arena global”, completou a NBAA. [EL]