Líder da EBAA defende a aviação executiva da campanha ambiental sustentando a importância do segmento e o seu papel para crescimento econômico da Europa, em 10.02.25


Em post no dia 04, intitulado “EBAA Leader: attacks on bizav stifle european growth” (Líder da EBAA: ataques à aviação executiva sufocam crescimento europeu”, o gestor editorial da AIN Charles Alcock repercutiu as falas de Holger Krahmer, secretário-geral da EBAA, em defesa da aviação executiva frente ao movimento dirigido ao segmento de protestos de ordem ambiental e social.
 

Conforme artigo de Alcolk, o secretário-geral da EBAA (associação da aviação executiva européia), Holger Krahmer, desafiou os políticos europeus a abandonarem uma mentalidade de “business as usual” (“negócios como sempre”) para reviver a economia estagnada do continente, argumentando que eles deveriam abraçar o papel da aviação executiva em impulsionar o investimento e o crescimento.

Falando no dia 04 na conferência Corporate Jet Investor (Investidor de Jato Corporativo) em Londres, Krahmer, ex-político alemão e lobista da indústria automotiva, disse que o grupo da indústria está intensamente focado em construir apoio entre os representantes recém-eleitos do Parlamento Europeu para quebrar um impasse em torno de uma Comissão Européia (CE) que ele sente ser inerentemente preconceituosa contra a indústria.

A entrada para a conferência foi parcialmente bloqueada por manifestantes ambientais que protestavam contra a aviação privada-executiva. Manifestantes se reuniram do lado de fora da conferência Corporate Jet Investor em Londres.

“A Comissão Européia está conduzindo uma agenda verde contra a aviação executiva de qualquer maneira, então sinto vontade de dizer a eles: Pessoal, vocês podem ir para casa, a Comissão já está convencida e do seu lado”, disse Krahmer. “O crescimento precisa da aviação executiva, mas a Comissão não se moverá”, acrescentou Krahmer.

Entre os exemplos mais imediatos dos esforços da CE para inibir a aviação executiva estão as novas regras que penalizam os operadores que transportam combustível ao operar dentro e fora dos aeroportos da União Européia. Mas Krahmer alertou que há mais ‘turbulência’ por vir como parte da chamada iniciativa do Acordo Verde Europeu (European Green Deal), com os comissários recém-nomeados agora buscando tomar medidas sobre emissões que não sejam dióxido de carbono (CO2). 

Krahmer levantou preocupações sobre possíveis ações quanto a trilhas de condensação (contrails), embora as evidências em torno do impacto ambiental destas sejam contraditórias.

Enquanto isso, o processo que a EBAA está buscando em conjunto com as fabricantes européias (francesas) Dassault e a Daher contra a Comissão Européia (CE) sobre a exclusão da aviação executiva da taxonomia de sustentabilidade está agora sendo processado no Tribunal de Justiça Europeu. O que está em jogo é a capacidade da indústria de acessar financiamento para apoiar iniciativas de sustentabilidade, incluindo a capacidade de financiar aeronaves novas e mais limpas. 

Após uma iniciativa no Parlamento Europeu, a CE foi forçada a conduzir um estudo para desenvolver opções para um programa de reserva e reivindicação de crédito (book-and-claim) para combustível de aviação sustentável (SAF). Krahmer disse para a AIN que a Comissão Européia (CE)  tem relutado em avançar com essa abordagem e atrasou o progresso com o relatório, que terá que ser publicado neste ano. No entanto, Krahmer não espera que isso resulte em uma política viável.

Como evidência do que ele vê como posições falhas da Comissão Européia (CE)  contra a aviação executiva, Krahmer disse que durante o Seminário da Aviação Executiva Européia (European Business Aviation Summit), que a EBAA sediou em dezembro, um dos oficiais de política ambiental da Comissão reconheceu que a indústria gera uma pequena fração das emissões de navios de cruzeiro. “Duvido que ele repetiria isso em uma discussão pública”, disse e provocou Krahmer. “Precisamos de uma abordagem mais racional, e a única opção que temos é lutar por nosso direito de operar e defender nosso modelo de negócios”, Krahmer completou.

Krahmer admitiu frustração com a CE, não apenas por seu preconceito aparente contra empresas membros da EBAA, mas também por sua inércia em aplicar novas idéias a iniciativas políticas. Krahmer apontou para o relatório da Oxford Economics encomendado pela EBAA e pela GAMA (associação de fabricantes da aviação geral), que na semana passada detalhou os riscos da Europa perder investimentos estrangeiros e empregos sem um setor de aviação executiva funcionando livremente.

“Não criamos o ambiente adequado para investimentos”, disse Krahmer. “Está na mesa, mas a CE e muitos dos Estados-membros não estão prontos para aproveitar a oportunidade”, Krahmer apontou.

Em sua opinião, com a Europa agora enfrentando novos desafios econômicos e políticos de uma administração Trump agressivamente “America First” [América, em primeiro] os líderes do continente europeu precisam adotar uma nova abordagem que pode envolver abandonar ou comprometer algumas de suas prioridades. “As tarifas [do EUA] são uma preocupação, e é a obsessão de um negociador provocar o outro lado da mesa com medidas muito duras”, concluiu Krahmer. “Precisamos aprender a negociar. A União Européia precisa aprender a definir e defender seus próprios interesses em vez de tentar salvar o mundo. Há muito conteúdo moral na legislação, e não é do nosso interesse que o resto do mundo não o faça”, completou Krahmer. [EL] – c/ fonte