Novas tarifas sobre aço e alumínio importado adotadas pelo governo Trump, sem isenções ou exceções, dá pausa à indústria da aviação, em 12.02.25

A redatora de notícias da mídia de aviação AIN Sarah Rose, em post no dia 11, aponta para a cena dos possíveis efeitos das novas tarifas incidentes sobre aço e alumínio importado (de 25%) pelo governo Donald Trump, e repercute que a indústria aeronáutica entrou em “compasso de espera”.
O presidente Trump emitiu uma ordem executiva que impõe uma tarifa de 25% sobre produtos de aço e alumínio no EUA, visando reforçar a produção doméstica de aço e garantir a “segurança nacional”. Não há exceções ou isenções declaradas na ordem. O governo do EUA argumentou que essas mudanças protegerão os empregos americanos, reduzirão a dependência do aço estrangeiro e fortalecerão a base industrial do país. A mudança faz parte de um esforço mais amplo para combater o que a Casa Branca descreve como práticas comerciais desleais e superprodução global que ameaçam os fabricantes do EUA.
A nova política de tarifas da administração Trump gerou cautela entre as vozes na indústria da aviação, com muitos participantes da indústria adotando uma abordagem de “esperar para ver” quanto ao que está por vir.
Quando as tarifas foram inicialmente propostas para importações canadenses e mexicanas (e depois retiradas por um mês), a Bombardier disse que estava avaliando possíveis resultados.
“Trabalhamos em vários cenários que nos ajudarão a enfrentar essa situação e levaremos os próximos dias para concluir nossa análise”, disse a fabricante canadense em um comunicado.
Os três países finalmente concordaram em adiar a imposição de tarifas uns aos outros enquanto as discussões continuavam sobre segurança de fronteiras e comércio.
“Acolhemos com satisfação a decisão do governo de suspender as tarifas sobre o Canadá e o México, para que suas implicações possam ser totalmente compreendidas”, divulgou a NBAA ao momento. “Igualmente importante, estamos ansiosos para trabalhar com o governo em políticas que promovam o crescimento de indústrias, incluindo a aviação executiva, que são essenciais para preservar a força de nossa nação na arena global”, completou a associação.
Notavelmente, em novembro passado, quando a AIN apresentou a idéia de tarifas futuras aos líderes do setor na conferência Corporate Jet Investor 2024 em Miami, muitos estavam e foram céticos de que realmente se concretizariam.
“Acho que se entrarmos em uma guerra tarifária, será uma situação de olho por olho”, disse Rollie Vincent da JetNet IQ na época. “Se os preços subirem, a Main Street não ficará feliz com isso”, completou Vincent.
A GAMA (associação de fabricantes da aviação geral) alertou que as tarifas poderiam perturbar o ecossistema econômico da indústria. “As tarifas afetariam a intrincada e muito complexa cadeia de suprimentos global que pode levar anos para ser estabelecida, já que depende de fornecedores com capacidades únicas que são altamente regulamentadas e, portanto, não podem ser facilmente substituídas”, divulgou a entidade em um comunicado.
O presidente do EUA, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (10) a imposição de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para o país.
Segundo o Financial Times, membros da equipe de Trump disseram que as tarifas se aplicariam a todas as importações dos EUA e que nenhuma exclusão seria concedida para produtos específicos. As tarifas começariam em 04 de março, de acordo com o jornal.
As tarifas se aplicarão a milhões de toneladas de aço e alumínio importados do Canadá, Brasil, México, Coréia do Sul e outros países que estavam entrando no EUA com isenção de impostos por causa das exceções.
Autoridades americanas disseram que as tarifas eram uma resposta a “players estrangeiros” que estavam “aumentando as exportações” dos metais para o país e “minando os produtores de aço e alumínio do EUA”.
Trump autorizou as novas tarifas sob a Seção 232 da Lei de Expansão do Comércio, que confere ao presidente autoridade para impor restrições comerciais por motivos de segurança nacional. É o mesmo poder que Trump usou para aplicar tarifas sobre aço e alumínio em 2018, durante seu primeiro mandato.
A decisão segue um movimento mais amplo de endurecimento da política comercial norte-americana.
Na semana passada, Trump já havia imposto uma tarifa de 10% sobre as importações chinesas e ameaçado Canadá e México com tarifas semelhantes. [EL] – c/ fonte