Start-up britânica Catalsys propondo tecnologia de geração de energia baseada em amônia “verde” para operações de aeroportos e potencialmente para propulsão de aeronaves, em 18.02.25


Em post em plataforma digital, no dia 14, Charles Alcock, editor-gestor da mídia AIN, repercutiu a proposta de nova tecnologia de geração de energia baseada em amônia “verde” para operações de aeroportos e potencialmente para propulsão de aeronaves de uma start-up britânica.

A start-up britânica Catalsys está propondo sua tecnologia de geração de energia baseada em amônia “verde” para operações terrestres de aeroportos e potencialmente para propulsão de aeronaves.

A Catalsys foi fundada por David Hughes, presidente da empresa, com Kevin Fothergill, CEO da empresa. Ambos são veteranos da indústria química com ampla experiência em aplicações industriais de hidrogênio.

E nesta semana, o fundo de investimento em aviação sustentável SkiesFifty, sediado em Cingapura, anunciou que estabelecerá uma joint venture com a Catalsys para financiar casos de uso inicial do processo de geração de energia baseada em amônia verde, que envolve a conversão de amônia “verde” produzida de forma sustentável em uma mistura de combustível de amônia e hidrogênio para operar geradores que fornecem eletricidade fora de rede.

Cada vez mais, aeroportos, FBO e provedores de serviços de apoio-logísticos estão buscando operar veículos terrestres e outros equipamentos com eletricidade como parte dos esforços para descarbonizar suas operações.

Em alguns países, incluindo o Reino Unido, pode levar anos para expandir a capacidade de uma rede elétrica para dar suporte a essa abordagem baseada na eletricidade, atrasando os esforços de descarbonização e levando a indústria a considerar o hidrogênio como uma alternativa.

De acordo com o presidente e cofundador da Catalsys, David Hughes, usar hidrogênio em geradores implantados localmente será muito caro e difícil para aeroportos e outras aplicações industriais devido ao alto custo de produção e distribuição de hidrogênio. No mercado do Reino Unido, Hughes espera que o custo da eletricidade da amônia “verde” seja em torno de £ 0,35 por kW/hora, em comparação com mais de £ 1 kW/hora para hidrogênio, £ 0,45 kW/hora para biodiesel e £ 0,30 kW/hora para combustível diesel cinza convencional.

Com o hidrogênio tendo um volume muito maior do que a amônia, muito mais capacidade – mais caminhões – teriam que ser alocados localmente, por sítio, para gerar uma saída de energia equivalente. De acordo com a Catalsys, faz mais sentido entregar amônia aos locais e converter parte dela em hidrogênio no ponto de uso para operar os geradores.

No início desta semana, a IATA – International Air Transport Association (associação internacional do transporte aéreo), juntamente com o Airports Council International (Conselho de Aeroportos Internacional) e o International Coordinating Council of Aerospace Industry Associations (Conselho de Coordenação Internacional de Associações da Indústria aeroespacial) publicou um trabalho-texto “novo” intitulado “Concept of Operations of Battery and Hydrogen-Powered Aircraft at Aerodromes” – Conceito de Operações de Aeronaves por hidrogênio e baterias em aeródromos. O relatório se concentra em vários preparativos que precisarão ser feitos para incorporar as novas fontes de energia nas operações de/para aviação.

Produção de combustível em aeroporto – conforme a start-up britânica Catalsys, cada instalação incluiria um craqueador portátil para converter parte da amônia em hidrogênio e um gerador para funcionar com o combustível misturado. Uma unidade que poderia gerar 1 megawatt (MW) de energia teria aproximadamente o tamanho de um contêiner de transporte, e a Catalsys oferecerá aos aeroportos e outros usuários da aviação a opção de ter várias unidades menores para serem dispersas em um sítio ou uma unidade fixa maior.

Por volta de meados deste ano, a Catalsys espera ter uma instalação de teste em funcionamento em um local do Reino Unido administrado pelo grupo de construção Skanska. Isso servirá como um demonstrador de tecnologia enquanto a SkiesFifty atuará no apoio à parceira a se conectar com potenciais clientes de aeroporto.

A SkiesFifty pretende investir £ 1,5 milhão (US$ 1,9 milhão) em suporte a este desenvolvimento.

De acordo com Hughes, a Catalsys está atualmente aceitando encomendas dos geradores e está explorando ativamente parcerias para adoção antecipada.

Amônia “verde” para combustão de motores aeronáuticos – a longo prazo, a Catalsys planeja conduzir trabalho de pesquisa e desenvolvimento para verificar como sua tecnologia pode ser adaptada para combustão direta em motores de aeronaves.

Em termos simples, a amônia “verde” é fornecida à aeronave, e o mesmo processo seria usado para produzir uma mistura de combustível com hidrogênio.

Atualmente, a Arábia Saudita está construindo a maior unidade de produção de amônia “verde” do mundo, com energia solar sendo usada para gerar eletricidade que é usada para produzir hidrogênio e, a partir disso, amônia. Mercados como o Reino Unido precisariam importar todos os seus suprimentos e, de acordo com a Catalsys, a amônia poderia ser obtida de outros locais onde a energia renovável é relativamente menos cara de produzir.

A SkiesFifty anunciou recentemente uma parceria com a Frontline BioEnergy para produzir combustível de aviação sustentável (SAF). O Fundo também tem um projeto conjunto com a GigaBlue para aumentar a captura de carbono baseada em água do mar (oceano).

Empresas como a ZeroAvia estão trabalhando em planos para converter aviões de passageiros para operar com sistemas de propulsão baseados em células de combustível de hidrogênio. A ZeroAvia tem trabalhado com vários aeroportos para desenvolver a infraestrutura de suporte necessária.

No entanto, na semana passada, a Airbus confirmou que está adiando seu cronograma planejado para introduzir aviões movidos a hidrogênio a partir de 2035, citando dificuldades antecipadas com o fornecimento de combustível como um dos fatores que causam o atraso.

Conceitos para reabastecimento de aeronaves com hidrogênio em aeroportos
A ZeroAvia desenvolveu um conceito para reabastecimento de aviões com hidrogênio em aeroportos.

Há pouco mais de 3 anos, em novembro de 2021, outra start-up do Reino Unido Reaction Engines anunciou planos para desenvolver um sistema de propulsão de aeronaves usando reatores de craqueamento catalítico para gerar hidrogênio a partir de amônia para produzir um combustível misturado para queimar em motores de turbina. Seu processo é baseado na tecnologia de trocador de calor (heat exchanger technology) desenvolvida para um Motor de Foguete de Respiração de Ar Sintético (Synthetic Air-Breathing Rocket Engine) destinado a veículos de lançamento espacial combinados com sistemas de catalisador de amônia desenvolvidos pelo Science and Technologies Facilities Council (Conselho de Instalações de Ciência e Tecnologia).

No entanto, a Reaction Engines entrou em intervenção administrativa em outubro de 2024 após não conseguir levantar financiamento suficiente.

Um relatório de fevereiro de 2023 da Royal Society do Reino Unido incluiu a amônia entre quatro alternativas ao combustível de aviação atual. As outras opções citadas em um apelo para que a indústria da aviação adotasse uma abordagem multifacetada para atingir o carbono líquido zero foram hidrogênio, efuel sintéticos e biocombustíveis. [EL] – c/ fonte