EMBRAER (EMBR) vê lucro ajustado triplicar no 4T24, para R$ 1,093 bi; receitas totalizaram R$ 13,7 bi no 4T24 e R$ 35,4 bi em 2024, em 27.02.25


Fonte: InfoMoney – 27/02/2025
A EMBRAER (EMBR3) registrou lucro líquido ajustado de R$ 1,093 bilhão no quarto trimestre de 2024 (4T24), um crescimento de 211,8% frente aos R$ 350,6 milhões de um ano antes. O resultado líquido ajustado atingiu R$ 3,990 bilhões em 2024.

As receitas totalizaram R$ 13,7 bilhões no 4º trimestre e R$ 35,4 bilhões em 2024, o nível mais alto de todos os tempos, com um crescimento de 36% na comparação anual e próximo ao limite superior das estimativas anuais.

O lucro antes de juros (EBIT) ajustado atingiu R$ 1,6 bilhão, com margem de 11,5% no 4T24. Em 2024, a empresa reportou EBIT ajustado de R$ 4,0 bilhões e margem de 11,3% (R$ 3,2 bilhões e 8,9% excluindo a Boeing), superando as estimativas anuais.

O fluxo de caixa livre ajustado, sem a EVE, foi de R$ 6,0 bilhões durante o trimestre e R$ 4,6 bilhões em 2024, impulsionado pelo maior número de aeronaves entregues, forte desempenho em vendas (pré-pagamentos iniciais – sigla PDP em inglês) e arbitragem da Boeing.

A fabricante encerrou 2024 com uma posição de dívida líquida de R$ 684,6 milhões (sem a EVE).

A EMBRAER encerrou 2024 com uma relação dívida líquida/EBITDA de 0,1 vezes, abaixo dos 1,4 vez de 2023.

Operacional – a EMBRAER entregou 75 jatos no 4T24, sendo 31 jatos comerciais (20 E2 e 11 E1) e 44 jatos executivos (22 leves e 22 médios). Em 2024, a empresa entregou um total de 206 aeronaves, sendo 73 jatos comerciais (47 E2 e 26 E1), 130 jatos executivos (75 leves e 55 médios) e 3 KC-390 Millennium multimissão em Defesa & Segurança, um aumento de 14% em relação às 181 aeronaves entregues no ano anterior. As entregas estiveram em linha com as estimativas de Aviação Comercial e Executiva.

A carteira total de pedidos atingiu US$ 26,3 bilhões no 4T24, a maior já registrada pela empresa em sua história, representando um aumento de mais de 40% na comparação anual e 16% na comparação trimestral.

Projeções – as estimativas da EMBRAER para 2025 incluem entregas da Aviação Comercial entre 77 e 85 aeronaves, entregas da Aviação Executiva entre 145 e 155 aeronaves, receitas consolidadas entre US$ 7,0 bilhões e US$ 7,5 bilhões, margem EBIT ajustada entre 7,5% e 8,3%, e fluxo de caixa livre de US$ 200 milhões ou maior. Essas projeções não consideram a EVE.

EMBRAER mais que triplica lucro, tem “tripla batida” de projeções e ação sobe após 4T24 – receita, margens e fluxo de caixa livre superaram projeções do mercado
Fonte: InfoMoney – 27/02/2025
Mais um catalisador para as ações da EMBRAER (EMBR3). Assim foi encarado o resultado do quarto trimestre de 2024 (4T24) da fabricante de jatos que, conforme apontou o JPMorgan, bateu as projeções do mercado em receita, margens e fluxo de caixa livre (FCF), o que teve suscitar uma reavaliação contínua dos ativos.

Isso se refletiu no desempenho da ação EMBR3 após o 4T24, com os ativos subindo 2,99% (R$ 63,29) às 10h59 (horário de Brasília) desta quinta-feira (27). No pregão do dia (27), o papel “abriu” a R$ 61,22 (após fechamento na véspera a R$ 61,45), e “fechou” a R$ 68,90, com alta no dia de 12,12%, com cotações máxima de R$ 70,30 e mínima de R$ 62,73 (uma variação de R$ 7,57, ou de 12,07%), com volume negociado de cerca de R$ 2 bilhões, cerca de 6.85% do total negociado (versus cerca de R$ 752 milhões na véspera).

A EMBRAER teve lucro líquido ajustado de R$ 1,093 bilhão no quarto trimestre de 2024, mais do que triplicando a cifra de R$ 250,6 milhões reportada em igual intervalo de 2023.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado da companhia somou R$ 1,947 bilhão entre outubro e dezembro, 56,6% maior do que o registrado um ano antes. As receitas líquidas, por sua vez, atingiram R$ 13,743 bilhões, alta de 41,3% na comparação com o mesmo trimestre de 2023.

Já em 2024, a companhia registrou lucro líquido de R$ 452,5 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 6,8 milhões em 2023.

O JPMorgan ressalta que o Ebitda ajustado ficou 25% acima da sua projeção e 25% além da expectativa de mercado.

Os principais pontos positivos foram:
(i) a receita em alta de 17% anualmente em Dólares, atingindo US$ 2,3 bilhões (+7% versus a projeção do JPM);
(ii) a margem Ebit da aviação comercial em 8,5%, o melhor nível trimestral desde o 2T18, com a margem Ebitda ajustada atingindo 14,2% (+2,1 pontos percentuais versus o consenso do mercado e projeção do JP); e,
(iii) o FCF estava em US$ 1,0 bilhão e US$ 676 milhões no ano fiscal (rendimento de 8,5%), resultando em uma relação dívida líquida/Ebitda de 0,1 vez.

Já entre os pontos negativos, o JPMorgan ressalta:
(i) lucro líquido em US$ 46 milhões versus projeção do banco US$ 155 milhões;
(ii) os resultados financeiros líquidos em -US$ 103 milhões versus projeção do JPM em -US$ 24 milhões e valor de -US$ 25 milhões no 3T24; e,
(iii) a taxa de imposto efetiva estava em 77,5% versus média dos primeiros nove meses do ano em 12%.

Ponderando os prós e contras do balanço, o JPMorgan já esperava uma reação positiva na sessão de negociação de hoje devido à “superação tripla” das expectativas e reitera recomendação equivalente à compra para os ativos.

O Goldman Sachs, que também possui compra para os ativos, ressalta também o Ebitda e a sua margem acima do consenso.

Enquanto isso, a EMBRAER entregou 75 jatos no trimestre, incluindo 31 aeronaves comerciais (+6 ano a ano) e 44 jatos executivos (-5% ano a ano). A margem EBIT na Executiva é de 10% e na Defesa é de 18%, enquanto a Comercial melhorou para 9%.

“O caixa livre é sazonalmente forte no trimestre e acima do consenso. A empresa também forneceu orientação inicial para 2025 que inclui o consenso para receita e está ligeiramente abaixo nas margens”, avalia o banco americano. Já a receita ficou 7% acima da sua expectativa.

O Itaú BBA, por sua vez, destacou os resultados como fortes, mas ressaltou o guidance divulgado como conservador. A EMBRAER compartilhou:
(i) orientação de receita: US$ 7-7,5 bilhões (contra estimativa de US$ 7,3 bilhões);
(ii) margem Ebit ajustada: 7,5%-8,3% (abaixo de sua previsão de 9%); e,
(iii) geração de fluxo de caixa: US$ 200 milhões ou mais (comparado à sua previsão de US$ 252 milhões).

“No geral, vemos o guidance da empresa como potencialmente conservador para 2025, especialmente considerando os números vistos no 4T24, e acreditamos que isso pode trazer alguma volatilidade para as ações no curto prazo”, ponderou o Itaú BBA.