DECEA e representantes do Poder Legislativo debatem redução de ruído no Aeroporto de Jacarepaguá, no RJ, em 21.05.25

Em nota postada no seu portal no dia 20, o DECEA divulgou que convidará os principais interessados – ANAC, PAX Aeroportos, NAV-Brasil e Petrobras – para uma reunião com objetivo de discutir sobre a fiscalização da operação das aeronaves que pousam e decolam do Aeroporto de Jacarepaguá/Roberto Marinho (SBJR), no Rio de Janeiro, na busca de reduzir ainda mais o ruído aeronáutico ao redor do aeroporto.
A iniciativa foi comunicada durante uma reunião entre Oficiais Generais e representantes do poder Legislativo Estadual e Federal, realizada nesta segunda-feira dia 19. Durante a reunião, destacou-se a importância de uma mesa de mediação com todas as instituições envolvidas no movimento aéreo do Aeroporto de Jacarepaguá.
“A questão é complexa, mas tem solução. O DECEA vai trabalhar de forma proativa com todos os envolvidos neste cenário”, afirmou o diretor-geral do DECEA, tenente-brigadeiro do ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros.
“Importante neste momento é que a PAX Aeroportos realize o mapeamento dos ruídos na sua área de responsabilidade, para identificarmos as oportunidades de melhoria nas definições de rampas de aproximação, decolagem e pouso”, conforme explicou o chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA, brigadeiro do ar André Gustavo Fernandes Peçanha.
O Aeroporto de Jacarepaguá/Roberto Marinho (SBJR) é uma importante base para o movimento aéreo offshore no Brasil, especialmente para as operações de petróleo e gás. Portanto, a Petrobras é a principal beneficiada por vôos diários no aeroporto.
A PAX Aeroportos é a administradora do aeródromo, sob concessão federal, e responsável pela Comissão de Gerenciamento do Ruído Aeronáutico (CGRA), sendo fiscalizada pela ANAC.
Em 2022, como forma de mitigar os impactos sonoros, o DECEA publicou uma nova Carta de Aproximação Visual (VAC – Visual Approach Chart), redesenhando as rotas de chegada e saída de modo a amenizar ainda mais os ruídos provocados pelas aeronaves no local. São duas cartas VAC – para asa fixa (aeronaves de categoria A até C) e para asa rotativa, para operação na pista (03/21). Para a operação de asa fixa, a carta instrui as altitudes mínimas no circuito de tráfego de 1.300 pés (1.290 pés AGL) para aeronaves de categoria A e B e de 1.500 pés (1.490 pés AGL) para aeronaves de categoria C; a “perna do vento” é no setor leste, as saídas na decolagem da pista 03 são com curvas para ambos lados, e a saída na decolagem da pista 21 consiste na manutenção do rumo da pista voando direto para interceptar corredor sobre o mar. O Gradiente Mínimo de Aproximação para pista 03 e de Partida da pista 21 é de 4%.
O aeroporto de Jacarepaguá opera vôos VFR diurno e noturno (com regra de VFR especial com Teto de 1.300 pés), com serviço de controle de tráfego aéreo de aeródromo (prestado pela NAV-Brasil). A operação de vôos no aeroporto é subordinada aos corredores visuais (REA/REH) previstos para circulação aérea VFR na TMA-RJ.
Além do recurso de carta visual com organização da circulação de aeronaves, em partida e decolagem do aeroporto, o DECEA ora avalia, como novo recurso, a instalação de equipamentos, no aeroporto e seus arredores menos sujeitos ao relevo acidentado do Rio de Janeiro, como o ADS-B (Automatic Dependent Surveillance-Broadcast) – um sistema certificado de vigilância aérea que permite a transmissão automática de dados como posição, velocidade, altitude e identificação da aeronave. A partir desta iniciativa, os órgãos de controle, como a NAV Brasil e o APP-RJ, poderão fiscalizar os aviões que estão passando fora da altura e corredores visuais corretos.
Pelos dados estatísticos do CGNA, unidade do DECEA, o Aeroporto de Jacarepaguá/Roberto Marinho (SBJR) teve 82.398 movimentos no ano de 2024, média de 6.866,5 mov./mês, ficando na 8ª posição do ranking aeroportuário brasileiro, com aumento de movimentação de 1,1% sobre o ano de 2023, quando foram registrados 81.517 movimentos, média de 6.793 mov./mês, no 7° posto do ranking aeroportuário brasileiro, com crescimento da movimentação sobre 2022 de 17%.
Em 2024, o mês de maior movimentação foi de 8.153 movimentos, enquanto o de menor movimentação foi de 6.155 movimentos. A aviação geral teve 76.398 movimentos (92,7%), com movimentação máxima de 7.609 mov. e mínima de 5.685. A aviação comercial teve 5.502 movimentos (6,7%), enquanto a aviação militar teve 498 movimentos.
Em 2024, o dia mais movimentado foi sexta-feira, com média de 241 movimentos, superando em 7% a média diária que é de 225 operações. Aos sábados e domingos, os movimentos diminuíram em -2% e -5%, para 220 e 213 movimentos, respectivamente.
O máximo de movimentos ocorreu na faixa horária das 10h com 51 operações, enquanto o mínimo chegou a registrar 0 (zero) movimento em diversas faixas horárias.
A pista 03/21 operou 81.757 movimentos (99,2% da movimentação total), sendo 16.467 movimentos (20%) na pista 03 e 65.290 (80%) na pista 21.