Austríaca Turbulence Solutions apresenta sistema superfície de controle ativo em asa como tecnologia de neutralização de turbulência, em 23.05.25

Em post no dia 21, a articulista para AIN Amy Wilder divulgou que a Turbulence Solutions demonstrou seu Sistema de Cancelamento de Turbulência (TCS – Turbulence Cancelling System) embarcado de atuação em tempo real numa aeronave de teste pilotada, mostrando uma redução de mais de 80% na aceleração vertical induzida por turbulência.
A aeronave de demonstração da empresa – um Shark 600, “batizado” de Steady Eddy – realizou missões de demonstração públicas e foi apresentado nas feiras de aviação Aero Friedrichshafen, na Alemanha, e Avalon, na Austrália.
O Shark é monomotor ultraleve avançado e esportivo leve (ULS), de asa baixa, com trem de pouso fixo ou retrátil (opcionalmente) com layout convencional e capacidade para duas pessoas em tandem. É produzido na Eslováquia e na República Tcheca pela Shark.Aero. Estruturalmente, é uma mistura de fibra de carbono e uma pequena quantidade de compósitos de fibra de vidro , com estruturas de favo de mel de aramida preenchidas com espuma de PVC intercaladas entre os painéis. A longarina principal da asa é uma viga de fibra de carbono desmontável de duas peças que se junta sob o assento dianteiro; uma longarina auxiliar carrega as montagens do aileron e do flape . Em planta, o bordo de ataque é elíptica e há uma ligeira conicidade na seção externa do bord0 de fuga onde os ailerons são montados. Flapes de fenda única operados eletricamente ocupam o resto do bordo de fuga da asa. Como as asas, os estabilizadores horizontais ligeiramente enflechados são facilmente destacados para armazenamento ou transporte. Há um compensador operado eletricamente no profundor. A motorização é o motor a pistão ROTAX-912 ULS, de refrigeração por água, com hélice tripa Duc Hélices. São duas variantes: Shark-600, com motorização motor a pistão ROTAX-912 ULS, de 100 HP, e Shark-600T, com motorização ROTAX-912 ULS com sistema de injeção da EDGE Performance e turbocompressor Garret, de 126 HP. A velocidade de cruzeiro máxima é de 162 KTAS, e 189 KTAS, no FL100 (Shark-600T). O alcance máximo é de 1.057 MN (com 75% de potência – Shark-600) e de 2.100 MN (na configuração ECO-MODE, no FL100 – Shark-600T), com reserva de 30 minutos (de operação VFR). O consumo de combustível é de 5 galões/hora, ou 19,5 litros/hora (com 75% de potência – Shark-600) e de 4 galões/hora, ou 15,6 litros/hora (no FL100 – Shark-600T). A carga-útil é de 250 kg/550 lb. (Shark-600) e de 226 kg/498 lb. (Shark-600T), com peso vazio de cerca de 275 kg (606 lb.).
Projetada para uso em aeronaves de asa fixa e de mobilidade aérea avançada (AAM), a tecnologia do sistema TCS utiliza sensores no bordo de ataque da asa da aeronave e deflexões de superfície de controle ativo para neutralizar a turbulência do ar em tempo real. Utilizando sensores de pressão diferencial em tempo real posicionados no bordo de ataque das asas da aeronave, o sistema TCS antecipa a turbulência e responde com movimentos da superfície de controle que amortecem o movimento vertical – a previsão de carga de turbulência permite antecipar proativamente os impactos da turbulência em vez de apenas uma reação após sua ocorrência.
A antecipação à turbulência à frente da aeronave com ação de compensação envolve uso de flapes convencionais de baixa inércia ou de tecnologia de Morphing Wing (asa morfina), com alta variação dinâmica de sustentação – para o Controle Direto de Sustentação (Direct Lift Control), obtido por ajuste dinamicamente do formato da asa (como os pássaros), em um controle de sustentação de alto desempenho, sem oscilação adversa do ângulo de ataque.
https://turbulence-solutions.aero/technology/
https://www.shark.aero/features
Vídeo de 38 seg. no canal do YTb da Turbulence Solutions:
https://www.youtube.com/watch?v=4UfmsqtTGa0
Dados de vôo de uma campanha de testes com um Colomban MC-30 Luciole (monomotor ultraleve de assento único, asa baixa) mostraram uma queda nas cargas verticais medidas de 0,4g para 0,1g, e a aceleração quadrática média reduzida de 1,31 m/s² para menos de 0,39 m/s².
A Turbulence Solutions surgiu de uma iniciativa de pesquisa na Universidade de Tecnologia de Viena (Áustria) e foi fundada em 2018. Desde então, a empresa patenteou o TCS, que, segundo a desenvolvedora, é escalável em vários tipos de aeronaves, incluindo configurações tiltrotor e de elevação e cruzeiro no setor de aeronáutica e aeronáutica (AAM).
Um esforço para mitigar a turbulência surge em um momento em que estudos projetam a piora das condições de vôo relacionadas às mudanças climáticas. Um relatório de 2023 da Universidade de Reading observou um aumento de 55% na turbulência severa em ar limpo sobre o Atlântico Norte nas últimas quatro décadas. A NASA projetou que tais eventos podem dobrar até 2050.
Esse aumento também pode limitar a adoção pública de aeronaves de pequeno porte em mobilidade aérea urbana ou regional. Uma pesquisa de Berkeley citada pela Turbulence Solutions descobriu que 52% dos entrevistados estavam relutantes em voar em veículos aéreos urbanos, mesmo em turbulência leve.
A Turbulence Solutions está oferecendo avaliações de turbulência subsidiadas para dois programas de aeronaves em estágio inicial, bem como suporte ao desenvolvimento de plataformas qualificadas. Espera-se que vôs de demonstração continuem no próximo Rotax Fly-In em Wels, na Áustria.
A Turbulence Solutions com seu sistema TCS estará em exposição na feira aeronáutica Paris Air Show de 2025, programada para 16 a 22 de junho de 2025, no Parque de Exposições Le Bourget-Paris (França). [EL] – c/ fonte