Em meio a reviravoltas com “tarifaço” do EUA, mercado faz projeções dos resultados do balanço 2T25 da EMBRAER – expectativa de números positivos e por declarações dos executivos após os resultados, em 04.08.25

Em post no dia 04 na plataforma da mídia de negócios online Infomoney, a editora de mercados Lara Rizério repercutiu as expectativas do mercado financeiro nos resultados 2T25 da EMBRAER, com divulgação programada no dia 05, antes da abertura do mercado, ainda em meio das diversas reviravoltas relacionadas com o “tarifaço” de Donald Trump e da recente divulgação da carteira de pedidos (backlog) registrada no 2T25.
No fim de julho, a fabricante de aeronaves divulgou uma carteira de pedidos (backlog) recorde de US$ 29,7 bilhões ao fim do segundo trimestre de 2025, representando alta de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 13% na comparação trimestral, superando na ocasião as projeções do mercado. O resultado refletiu os pedidos anunciados recentemente pela SkyWest (60 aeronaves E175) e pela SAS (45 unidades do modelo E195-E2).
Olhando para as expectativas dos resultados do segundo trimestre de 2025, a visão geral é de números positivos.
“Estamos otimistas com os resultados do segundo trimestre da EMBRAER. A maior entrega de aeronaves deve impulsionar uma melhora substancial nos lucros operacionais e expansões das margens”, aponta o Itaú BBA.
O BBA projeta lucro de US$ 85 milhões, EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de US$ 201 milhões e US$ 1,728 bilhão de receita líquida.
O BTG Pactual ressalta ainda que a EMBRAER deve reportar resultados sólidos, já antecipados pelos números de entregas acima do esperado no 2T.
A XP Investimentos também reforça que espera bons resultados da EMBRAER, com iniciativas de nivelamento de produção apoiando melhores receitas na aviação executiva (com as entregas já relatadas).
Mesmo assim, os analistas de mercado acreditam que o foco provavelmente permanecerá nas tarifas, com os investidores buscando mais “cor” em relação aos potenciais impactos diretos/indiretos e a visão da fabricante em relação às tarifas.
“Esperamos que a tarifa de 10% que ocorre desde abril de 2025 impacte a margem da Aviação Executiva neste trimestre, prevendo uma margem EBIT [lucro antes de juros, impostos] consolidada de -0,5 ponto percentual trimestralmente], apesar de melhor alavancagem operacional”, apontam os analistas.
Cabe destacar que, na semana passada, as ações da EMBRAER foram o principal destaque positivo, com avanço de 19,4%, em recuperação após o anúncio das isenções tarifárias para aeronaves civis – a companhia era uma das mais impactadas pelas tarifas do EUA, segundo as estimativas dos analistas de mercado. A EMBRAER não teve a tarifa adicional de 40%, mas seguiu sendo cobrada com os 10% anunciados em abril.
Após a decisão dos EUA na semana passada, a EMBRAER ressaltou o impacto positivo da decisão do EUA de excluir aeronaves civis e seus componentes da tarifa adicional de 40%, ressaltando a importância estratégica das atividades da fabricante para as economias brasileira e norte-americana. A EMBRAER reafirmou seu compromisso e defesa firme pelo retorno à regra de tarifa zero para a indústria aeroespacial global.
A EMBRAER também manifestou apoio ao diálogo contínuo entre os governos do Brasil e do EUA, “mantendo confiança em um desfecho positivo para ambos os países”.
A fabricante também apontou que, apesar da exclusão da tarifa de 40% para aeronaves civis e seus componentes, as exportações da EMBRAER para o EUA continuam sujeitas à tarifa de 10%. Assim, esse deve ser um tema de destaque na teleconferência.
“As entregas mais altas já divulgadas para o trimestre devem gerar melhora sequencial relevante no lucro operacional, com margem (rentabilidade) de 8%. Além da expansão de margem, projetamos um fluxo de caixa livre (FCF) mais forte trimestre a trimestre, refletindo o melhor ritmo de entregas. Com o tema das tarifas resolvido, acreditamos que a administração trará um tom construtivo, comentando novos pedidos em negociação tanto no segmento comercial quanto em defesa”, aponta o Itaú BBA.