Os planos da Daher nos mercados norte-americano e brasileiro, em 17.10.25


Na agenda da feira-convenção da aviação executiva americana (pela NBAA) – a edição NBAA-BACE 2025, que aconteceu entre os dias 14 e 16, o CEO da Daher Aircraft Nicolas Chabbert concedeu notícias para a mídia AIN, que foram repercutidas pelo editor da mídia Matt Thurber, em post na plataforma online da mídia no dia 14.

De acordo com Chabbert, a nova operação comercial da Daher em São Paulo (Brasil), com a implantação de um escritório local, ajudará a fabricante a dobrar as vendas das aeronaves (monomotor turboélice) TBM e Kodiak no país sulamericano. Atualmente, a fabricante vende cerca de três aviões por ano no Brasil e espera que esse número suba para seis ou sete.

“O TBM faz todo o sentido neste mercado [Brasil]”, disse Chabbert. “Há um país enorme para cobrir, e o custo de operação, especialmente de um jato, está tornando a situação um pouco complicada. O uso de turboélices é algo muito popular na América Latina, e o TBM não é exceção. Se olharmos para o Kodiak, já temos aviões voando [na região da Amazônia]. Essas aeronaves são usadas para transporte aéreo de populações em áreas remotas que precisam de ajuda. Acreditamos que é um avião que vai funcionar bem neste ambiente no Brasil”, completou Chabbert.

“Os Kodiak 100 e Kodiak 900, com capacidade para 10 passageiros, são perfeitamente adaptados ao mercado brasileiro, oferecendo plataformas modernas, robustas, confortáveis ​​e fáceis de pilotar, além de serem flexíveis e sustentáveis”, segundo a Daher, “além de apresentarem fácil conversibilidade para acomodar passageiros, carga e sistemas de missão. A grande porta, do tamanho de um palete, facilita o embarque/desembarque de passageiros, macas e carga”, promove a Daher.

Daher Kodiak 900 – exposição estática na NBAA-BACE 2025
por Matt Thurber/AIN

Anunciado em agosto, o escritório brasileiro (em SP) da Daher é comandado por Paulo Cesar Olenscki, na função de diretor executivo, e Rodrigo Cendon, como diretor de relações com o cliente.

Paralelamente, a Daher aprovou recentemente o projeto de sua fábrica de TBM e Kodiak em Stuart, na Flórida. “Selecionamos a empresa que vai construir isso, e nas próximas semanas a construção começará”, revelou Chabbert. As operações na fábrica estão programadas para começar em janeiro de 2027.

“A presença da Daher no EUA é muito importante. Como vocês sabem, estamos crescendo. Hoje, somos um grupo de 40.000 pessoas, e 10% dos nossos funcionários estão no EUA. Nossa intenção é realmente continuar crescendo no EUA”, disse Chabbert.

Para garantir o suporte ao produto para o crescente número de clientes, a Daher expandiu sua rede global de suporte para o TBM e o Kodiak.

A Silver Sky Aviation em Wasilla, no Alasca, agora é um centro de serviços da Kodiak. Para o TBM, a Victory Lane Aviation, na Carolina do Norte, e o Synergy Flight Center, com sede em Bloomington, no Illinois, são adições recentes.

“Expandir nossa rede de suporte ao cliente e reforçar sua capacidade são prioridades estratégicas à medida que as frotas de TBM e Kodiak continuam a crescer”, disse Chabbert. “Ao firmar parcerias com prestadores de serviços experientes, estamos fortalecendo nossa capacidade de oferecer suporte aos operadores dos EUA onde e quando eles precisam”, acrescentou Chabbert.

Durante uma colaboração recente com a RAF – Recreational Aviation Foundation, a Daher voou com um Kodiak 100 para pistas (campos de aviação) remotas no Estado do Idaho, em operações desafiadoras em pistas com severas restrições de infra., ao estilo de slogan “voando para qualquer lugar”, para apoiar um esforço do Serviço Florestal do EUA (USFS).

O Kodiak 100 foi utilizado para transporte de equipamentos e pessoal do USFS, juntamente com voluntários da RAF, para um total de sete locais no Idaho.

Os vôos partiram da pista de pouso da Estação de Guardas Florestais de Moose Creek (1U1) e envolveram outro seis operações em locais remotos que serviram como pontos de acesso críticos para o USFS realizar operações de monitoramento de saúde florestal, combate a incêndios, busca e salvamento e supervisão recreativa.

Os vôos partiram da pista de pouso da Estação de Guarda Florestal de Moose Creek (1U1) e voaram para pistas – campos de aviação remotos, que serviram como pontos de acesso críticos para o USFS realizar operações de monitoramento de saúde florestal, combate a incêndios, busca e salvamento e supervisão recreativa. Foram outras 6 pistas, sendo [1] Cayuse Creek (C64), [2] Dixie (A05), [3] Fish Lake (S92), [4] Magee (S77), [5] Orogrande (75C) e [6] Wilson Bar (C48). Esses locais são pontos de acesso essenciais para o Serviço Florestal do EUA, em combate a incêndios, monitoramento da preservação florestal, busca e salvamento e supervisão recreativa.

Este circuito de viagens envolveu os seguintes “campos” e suas características:
1 – Moose Creek (1U1) – localizado a SW da estação Moose Creek Ranger, no Estado do Idaho, em elevação de 2.454 pés, com pistas cruzadas 01/19. de 76 x 1.250 m., de turfa, e 04/22, de 61 x 701 m., de turfa. A pista 01/19 fica lamacenta no inverno e primavera, sendo indicada para uso a pista 04/22. Nas quatro cabeceiras existem, próximos, obstáculos de árvores de até 100 pés (30,5 m.).
2 – Cayuse Creek (C64) – localizado ao norte de Cayuse Creek, no Estado do Idaho, em elevação de 3.505 pés, com pista 04/22 de 23 x 549 m., de Turfa. Operação recomendada para pilotos experientes. Árvores na aproximação nas duas extremidades. A 33 MN a NW-N de Moose Creek (1U1).
3 – Dixie (A05) – localizado a 03 milhas (4,8 km) a SW de Dixie, no Idaho, em elevação de 5.148 pés, com pista 18/36 de 30 x 1.372 m. (primeiros 305 m. da pista 36 com danos), de turfa. É um aeródromo na bacia de um montanha não-arborizada elevada. A 44 MN a SW de Moose Creek (1U1).
4 – Fish Lake (S92) – localizado a leste de Fish Lake, no Idaho, em elevação de 5.646 pés, com pista 05/23 de15 x 808 m., de turfa. Aeródromo incrustado em região de relevo acidentado. Não recomendada arremetida devido à terreno em elevação no setor oeste a pista. Recomendada operações no período do início de manhã e final de tarde. A 14 MN a NW de Moose Creek (1U1).
5 – Magee (S77) – localizado a 23 milhas a NE de Coeur D’Alene, no Idaho, em elevação de 3.002 pés, com pista 01/19 de 46 x 671 m. de turfa. A 117 MN a NW de Moose Creek (1U1).
6 – Orogrande (75C) – localizado a 1 milha (1,6 km) a NE de Orogrande, no Idaho, em elevação de 4.419 pés, com pista 01/19 de 15 x 853 m., de turfa. Uso recomendado ao início de manhã e ao final da tarde. Existência de obstáculos de árvores da ordem de 23 pés nas duas extremidades da pista. A 35 MN a SW de Moose Creek (1U1).
7 – Wilson Bar (C48) – situado a 08 milhas (12,9 km) ao sul de Dixie, no Idaho, em elevação de 2.275 pés, com pista 06/24 de 15 x 457 m., de turfa. Operação recomendada para pilotos experientes em vôo em montanha com aeronave de alto desempenho. Arremetidas não são possíveis. Correntes descendentes na aproximação da pista 24. Existem obstáculos de árvores de até 27,5 m. próximos das cabeceiras. A 50 MN a SW de Moose Creek (1U1).

Esses vôos ressaltaram a utilidade do Kodiak como aeronave multimissão. “Estamos vendo muitas aplicações com esta aeronave”, disse Chabbert.

Falando com jornalistas na NBAA-BACE 2025, Chabbert disse: “nossa família de aeronaves Kodiak foi projetada exclusivamente para atender às rigorosas demandas de tais implantações, proporcionando desempenho em decolagens e pousos curtos, robusta capacidade de carga e excelentes qualidades de manuseio em baixa velocidade, juntamente com confiabilidade robusta. A ampla cabine do Kodiak desempenhou um papel importante no projeto. Ela é facilmente reconfigurável, removendo e reinstalando os assentos dos passageiros para acomodar pessoal ou carga. A implantação de quatro dias envolveu o transporte de engenheiros contratados do USFS ou voluntários da RAF e um total de 12 fogueiras, pesando cerca de 36 kg cada”.

Inspeções de pista, avaliações das condições da superfície e entregas de fogueiras foram realizadas da base de campo de Moose Creek (1U1) para Cayuse Creek (C64), Dixie (A05), Fish Lake (S92), Magee (S77), Orogrande (75C) e Wilson Bar (C48).

Paul Carelli, diretor sênior de aeronaves multimissão e desenvolvimento de negócios da Daher Aircraft para as Américas, afirmou: “Estas aeronaves turboélice de 10 assentos estão na categoria de peso máximo de decolagem de 3.177 a 3.663 kg (7.000 a 8.000 lb.) e voam em pistas de pouso de 450 m., como Wilson Bar, sem problemas. O Kodiak 100 e o Kodiak 900 transportam cargas úteis muito maiores para o interior do que aeronaves menores, e não há outras em sua categoria que possam se igualar a eles”. [EL]

 

[EL] – c/ fonte