Think tank britânico Carbon Tracker pública relatório em que conclui papel mínimo do SAF na redução de emissões até 20230 e urge investimento em propulsão elétrica para vôos de curta distância, em 02.11.25


Em post no dia 31 na plataforma online da AIN, o editor-chefe da mídia Charles Alcock repercutiu que o SAF (combustível de aviação sustentável) terá uma contribuição marginal para a redução das emissões de aeronaves antes de 2030, de acordo com um novo relatório publicado na véspera (dia 30) pelo Carbon Tracker, um think tank financeiro independente com sede no Reino Unido.

O relatório com título “Fuel Disclosure” (Divulgação de Combustível) do think tank (laboratório de ideias, gabinete estratégico, centro de pensamento ou de reflexão, incubadora intelectual) concluiu que as alternativas ao querosene de aviação (QAv, ou JET-A) “provavelmente não terão um impacto significativo” nas emissões nesta década.

Os analistas do “laboratório” concluíram que os altos custos e a disponibilidade limitada de matérias-primas restringirão o impacto do SAF. “Mesmo que todos os projetos existentes, em desenvolvimento e anunciados operem a plena capacidade, a produção de SAF supriria apenas cerca de 5% da demanda global de combustível de aviação e atenderia a menos da metade do crescimento esperado no consumo total de combustível de aviação”, concluiu o Carbon Tracker.

Além dos altos custos de produção e distribuição do SAF, o relatório do o Carbon Tracker afirma que os riscos percebidos em relação à tecnologia, à matéria-prima e às políticas públicas estão restringindo o financiamento do setor, que o relatório define como de “baixa viabilidade financeira”. Outros fatores identificados como obstáculos ao progresso incluem a incerteza regulatória, a concorrência por matérias-primas com outros setores e a incerteza sobre a quantidade de SAF que os operadores de aeronaves comprarão, resultando em incerteza de receita para os produtores.

“Além dos altos custos, da hesitação dos compradores e das restrições de financiamento, a maioria dos combustíveis alternativos para aviação também apresenta uma série de desvantagens ambientais”, comentou Saidrasul Ashrafkhanov, principal autor do relatório. “Esses combustíveis podem um dia ter um papel maior na descarbonização da aviação, mas cabe à indústria provar que consegue encontrar um caminho que forneça combustível alternativo para aviação que seja, ao mesmo tempo, sustentável, abundante e viável”, completou Saidrasul Ashrafkhanov.

O Carbon Tracker está incentivando as empresas a “adequar” o papel do SAF em seus negócios, priorizando “caminhos com credenciais de sustentabilidade robustas e trajetórias de custos mais claras”, evitando “opções com baixo desempenho ao longo do ciclo de vida ou riscos materiais à segurança alimentar”. O Carbon Tracker argumenta que, para vôos em rotas de menos de 500 km (270 MN), a prioridade deve ser investir em aeronaves elétricas a bateria, elétricas a hidrogênio e híbridas.

Especialistas em sustentabilidade, como a 4Air, estão focadas em ajudar operadores de aeronaves e de aeroportos e outras partes interessadas a buscar múltiplos componentes para a descarbonização.

De acordo com a 4Air, além do SAF, esses componentes incluem compensações de carbono, a introdução de novas aeronaves e tecnologias de propulsão (renovação e eletrificação da frota) e melhorias na infraestrutura e na eficiência operacional (incluindo a gestão do tráfego aéreo). [EL] – c/ fonte