Por falha na emissão de autorização de sobrevôo, Textron perde oportunidade para apresentar Cessna SkyCourier na feira Dubai Airshow 2025, e seguirá turnê pela África, em 19.11.25
Em post no dia 14 na plataforma online da AIN, a redatora de notícias da mídia Charlotte Bailey repercutiu que um obstáculo regulatório de última hora impediu o planejamento da Textron Aviation de apresentar – estrear – o seu transportador utilitário bimotor turboélice Cessna SkyCourier (C408) na feira de aviação Dubai Airshow 2025, que acontece entre os dias 17 e 21 (de nov.).
A aeronave voaria para Dubai após completar uma turnê pela África, mas não conseguiu obter as permissões de sobrevôo necessárias, de acordo com a fabricante americana.
A aeronave de demonstração passou os últimos dois meses em turnê pela África, dando aos potenciais operadores a chance de ver o que a Textron descreve como um avião de design robusto, facilidade de manutenção, versatilidade para missões especiais e capacidade de operar em pistas irregulares.
No momento, a aeronave encontra-se na costa leste do continente africano.
“Devido a fatores geopolíticos atuais, a aeronave ainda não conseguiu obter as autorizações de sobrevôo necessárias para chegar na Dubai Airshow no prazo previsto. Em vez disso, continuará sua turnê pela África”, divulgou uma porta-voz da Textron para a AIN.
Bob Gibbs, vice-presidente de vendas para missões especiais da Textron Aviation, descreveu o SkyCourier como uma aeronave versátil e “muito dinâmica”, adequada para aplicações civis e militares. O turboélice de asa alta, projetado do zero, provou ser popular em todo o mundo desde que recebeu a certificação de Tipo da FAA em março de 2022. Como a “primeira aeronave nova de 19 passageiros em décadas”, os clientes são atraídos por sua confiabilidade, custos operacionais comparativamente baixos e facilidade de reconfiguração, promoveu Gibbs.
Também disponível como uma variante cargueira dedicada com capacidade de 2.721 kg (6.000 libras), a versão “combi”, certificada pela FAA em 2024, é uma solução de fábrica muito procurada pela maioria dos operadores do modelo, explicou Gibbs. Esta aeronave de nove lugares, “bastante singular”, torna a plataforma configurável pelo operador ideal para funções como evacuação de vítimas e apoio em desastres.
Da Amazônia ao Ártico, a confiança de Gibbs na versatilidade do produto é comprovada por uma carteira de encomendas esgotada há mais de um ano, afirmou o vp de vendas de missões especiais. Após a primeira venda de duas variantes equipadas para transporte aeromédico a uma operadora sediada na Argélia em junho, a Textron entregou suas primeiras unidades ao Brasil neste verão e recebeu diversas encomendas asiáticas. Entre as encomendas, “um grupo interessante de novos clientes que nunca possuíram um produto da Textron”, disse Gibbs, que citou os baixos custos operacionais e a flexibilidade da aeronave como fatores que influenciaram a mudança de fidelidade anterior, de helicópteros ou aeronaves de asa fixa maiores.
Na região do Golfo, a Textron identifica casos de uso adicionais no mercado de turismo, incluindo potencialmente o transporte sazonal para a peregrinação anual do Hajj (peregrinação realizada à cidade santa de Meca, na Arábia Saudita, pelos muçulmanos).
Embora todas as entregas até o momento tenham sido comerciais, “o interesse militar tem sido enorme”, revelou Gibbs.
Apesar da atenção especial da América do Sul, Gibbs acredita que essa é uma tendência mundial crescente, com muitas organizações militares e governamentais “não tendo [anteriormente] considerado nosso produto para esse mercado”. Essas missões podem incluir logística, transporte de equipamentos e pessoal de manutenção, vigilância e patrulha marítima. O fabricante já está desenvolvendo soluções para esta última.
A Textron está desenvolvendo uma porta que pode ser aberta em pleno vôo para facilitar saltos de paraquedas, uma modificação que deverá voar no primeiro semestre de 2025, com data de certificação prevista para 2027. A certificação Tipo Suplementar para transporte aeromédico também está em andamento.
“Acredito que veremos uma grande mudança nos próximos cinco anos, que irá muito além do mercado de transporte militar”, disse Gibbs. [EL] – c/ fonte
