Leilão da primeira etapa do Programa AmpliAR concede 13 dos 19 aeródromos ofertados, em disputa de apenas três operadoras, com GRU Airport arrematando 12 aeródromos e Fraport arrematando um aeródromo, em 28.11.25


O Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR) e a B3 realizaram, nesta quinta-feira (27), às 10h, o leilão da primeira rodada do Programa AmpliAR, iniciativa que prevê investimentos privados para a modernização de 19 aeroportos regionais na Amazônia Legal e no Nordeste, através de um modelo simplificado de concessão, com mecanismos de reequilíbrio contratual que visam atrair investimentos e garantir sustentabilidade operacional para concessionárias com concessão de grandes aeroportos já contratada e em vigência.

No Brasil, já são operadoras aeroportuárias por concessão federal:

  1. AENA
  2. BH Airport
  3. COA – Centro-Oeste Airports
  4. Fraport Brasil
  5. GRU Airport
  6. Inframerica
  7. Motiva (ex-CCR)
  8. NOA – Norte da Amazônia Airports
  9. PAX Aeroportos
  10. RIOgaleão
  11. Vinci Airports
  12. Viracopos
  13. Zurich Airport Brasil

O AmpliAR integra o conjunto de ações federais voltadas ao fortalecimento da aviação regional e prevê, ao longo das próximas fases, a modernização de até 100 aeroportos em todo o país.

Na etapa inicial, numa primeira etapa, foram ofertados 19 aeroportos por meio de um modelo simplificado de concessão, com mecanismos de reequilíbrio contratual que visam atrair investimentos e garantir sustentabilidade operacional para concessionárias com concessão de grandes aeroportos já contratada e ema andamento.  Os aeroportos repassados no programa AmpliAR contarão com infraestrutura adequada por 30 anos e gestão privada pelo prazo do contrato da concessionária que assumir os terminais.

Para este conjunto de 19 aeródromos, o MPOR prevê investimentos de R$ 1,25 bilhões.

Os aeroportos participantes da primeira fase do Programa AmpliAR:

Região Norte

  1. Aeroporto de Tarauacá – AC
  2. Aeroporto de Barcelos – AM
  3. Aeroporto de Itacoatiara – AM
  4. Aeroporto de Parintins – AM
  5. Aeroporto de Itaituba – PA
  6. Aeroporto de Cacoal – RO
  7. Aeroporto de Vilhena – RO
  8. Aeroporto de Araguaína – TO

Região Nordeste

  1. Aeroporto de Guanambi – BA
  2. Aeroporto de Lençóis – Horácio de Mattos – BA
  3. Aeroporto de Paulo Afonso – BA
  4. Aeroporto de Serra Talhada – Santa Magalhães – PE
  5. Aeroporto de Araripina – PE
  6. Aeroporto de Garanhuns – PE
  7. Aeroporto São Raimundo Nonato – Serra da Capivara – PI
  8. Aeroporto de Barreirinhas – MA
  9. Aeroporto de Aracati – Canoa Quebrada/Dragão do Mar – CE
  10. Aeroporto de Cruz (Jericoacoara) – Comandante Ariston Pessoa (Jericoacoara) – CE

Região Centro-Oeste

  1. Aeroporto de Porto Alegre do Norte – MT

Leilão do AmpliAR garante R$ 731 mi em investimentos em 13 terminais do Nordeste e da Amazônia Legal
Em nota no mesmo dia, o MPOR divulgou a realização e resultado do leilão na B3 da primeira rodada do programa AmpliAR.

A iniciativa, criada para estender os benefícios das concessões federais à aviação regional, garantiu um total de R$ 731,6 milhões em investimentos privados para 13 aeroportos estratégicos na região Nordeste e na Amazônia Legal, de 19 aeródromos ofertados no leilão, com a previsão de investimentos de R$ 1,25 bilhões. Assim, o leilão concedeu 13 (68,4%) dos 19 aeródromos ofertados, que envolverão um investimento previsto pela União de R$ 731,6 milhões (58,5% do investimento total previsto, para 19 aeródromos – de R$ 1,25 bi).

A concorrência ocorreu pelo critério de maior deságio (desconto) sobre os parâmetros de receita e custos calculados pelo governo.

Os aeroportos arrematados por ordem dos investimentos previstos nos terminais:

  1. Paulo Afonso (BA): arrematado pela concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Previsão de investimentos de R$ 106,2 milhões;
  2. Jericoacoara (CE): arrematado pela concessionária Fraport Brasil (concessionária do Aeroporto Internacional de Fortaleza). Previsão de investimentos de R$ 101,1 milhões;
  3. Lençóis (BA): arrematado pela concessionária GRU Airport. Previsão de investimentos de R$ 80,2 milhões;
  4. Vilhena (RO): arrematado pela concessionária GRU Airport. Previsão de investimentos de R$ 74,6 milhões;
  5. Barreirinhas (MA): arrematado pela concessionária GRU Airport. Previsão de investimentos de R$ 58,1 milhões;
  6. Araguaína (TO): arrematado pela concessionária GRU Airport. Previsão de investimentos de R$ 55,5 milhões;
  7. São Raimundo Nonato (PI): arrematado pela concessionária GRU Airport. Previsão de investimentos de R$ 55,5 milhões;
  8. Cacoal (RO): arrematado pela concessionária GRU Airport. Previsão de investimentos de R$ 49,8 milhões;
  9. Canoa Quebrada (CE): arrematado pela concessionária GRU Airport. Previsão de investimentos de R$ 43,1 milhões;
  10. Serra Talhada (PE): arrematado pela concessionária GRU Airport. Previsão de investimentos de R$ 40,5 milhões;
  11. Porto Alegre do Norte (MT): arrematado pela concessionária do GRU Airport. Previsão de investimentos de R$ 25,3 milhões;
  12. Garanhuns (PE): arrematado pela concessionária GRU Airport. Previsão de investimentos de R$ 22,1 milhões;
  13. Araripina (PE): arrematado pela concessionária GRU Airport. Previsão de investimentos de R$ 19,6 milhões.

Os contratos por aeródromo preveem obras de modernização em pistas, terminais de passageiros e pátios, elevando o nível de serviço e segurança.

Nesta primeira etapa, os seguintes (6) terminais não receberam propostas e permanecerão sob a gestão atual:
– Barcelos (AM)
– Itacoatiara (AM)
– Parintins (AM)
– Itaituba (PA)
– Tarauacá (AC)
– Guanambi (BA)

Nota-se que todos os (3) terminais do AM, os únicos terminais do Acre e Pará, ofertados, não tiveram proposta.

Com a definição dos vencedores no leilão da primeira etapa, o cronograma do Programa AmpliAR entra agora na fase de formalização. A previsão é que a celebração dos termos aditivos com as concessionárias, etapa que oficializa a incorporação dos novos aeroportos aos contratos e consolida os cálculos de reequilíbrio, ocorra entre dezembro de 2025 e março de 2026, sob supervisão da ANAC. Na sequência, terá início a execução dos investimentos e a transferência da gestão operacional.

O leilão cumpriu o cronograma estabelecido pelo MPOR, que teve início com a consulta pública realizada entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, e o lançamento do edital em agosto deste ano.

O MPOR declarou que a disputa validou a estratégia do governo federal de incluir aeroportos regionais em contratos de concessão já vigentes, por meio de reequilíbrios econômico-financeiros.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, classificou o leilão como um “momento histórico” para a aviação do Brasil e acrescentou que, a partir de 2026, novas oportunidades vão surgir.

“Esse é um marco histórico para a agenda do desenvolvimento do Brasil. Estamos saindo de 59 aeroportos concedidos para 72 concessões, e a nossa meta para os próximos dois anos é de chegarmos a mais de 100 aeroportos concedidos”, declarou Costa Filho.

Costa Filho destacou ainda os números da aviação em período recente, com o volume de passageiros movimentados nos aeroportos em vôos domésticos e internacionais. E promoveu o programa AmpliAr: “… à medida que o turismo e os negócios crescem, nós temos um crescimento nos aeroportos do país. E agora damos um passo importante com o Programa AmpliAr, que, com muito foco, trabalho, diálogo, estamos fazendo pela primeira vez na história do Brasil o primeiro leilão da aviação regional. Nada disso seria possível sem o trabalho coletivo do Ministério, da ANAC, das concessionárias e do Tribunal de Conta da União [TCU]”.

O secretário executivo do MPOR, Tomé Franca, também celebrou a iniciativa como um marco para o país. “Hoje é, de fato, um dia muito importante para todos nós. Quando falamos de concessão, não falamos apenas de limitação orçamentária do Estado, falamos de uma solução que traz eficiência, melhora a logística do país e gera oportunidades e empregos em todas as regiões”, afirmou.

“O Programa AmpliAR é um modelo inovador e disruptivo, que coloca esses aeroportos sob gestão de operadoras de expertise, reputação e capacidade de trazer melhoria para a infraestrutura aeroportuária brasileira. Hoje é um marco, mas continuamos firmes no trabalho até que tenhamos todos os investimentos realizados e os aeroportos regionais com a infraestrutura que o nosso país merece”, afirmou o secretário nacional de Aviação Civil, Daniel Longo.

O diretor-presidente da ANAC Tiago Faierstein, destacou a relevância do leilão como uma política pública. “Este não é simplesmente um leilão, é uma política pública. O leilão foi apenas um mecanismo para se validar e se concretizar uma política de governo capitaneada pelo Ministério de Portos e Aeroportos, cujo objetivo é o mais nobre que temos nesse país, que é desenvolver nossa aviação regional”, disse Faierstein.

A operadora GRU Airport – do Aeroporto de Guarulhos (SP) – se compõem com o consórcio da empresa brasileira Invepar e da operadora aeroportuária ACSA (Airports Company South Africa). O aeroporto de Guarulhos foi concedido em fevereiro de 2012, o contrato foi assinado em junho de 2012 por um período de 20 anos, com operação da GRU Airport, com 51% de participação, e mais a INFRAERO, com 49% de participação.

Leilão repassa 13 de 19 aeródromos ofertados, e GRU Airport conquista 12 dos 13 terminais
A GRU Airport, concessionária desde 2012 no Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU/SBGR), controlada pela Invepar (IVPR), conquistou no dia 27, em leilão na sede da B3, em São Paulo, praticamente todo o primeiro lote de concessões do Programa AmpliAr, de concessão da União de aeródromos regionais.

Nesta fase inicial, três empresas se habilitaram para o leilão: GRU Airport, Fraport e PRS Aeroportos (PAX Aeroportos), do conjunto de 13 operadoras aeroportuárias por concessão federal com contratos anteriores vigentes.

O leilão ofertou 19 aeródromos. Foram arrematados 13 aeródromos (68,4%).

O pacote arrematado inclui aeroportos em diferentes regiões do país: Lençóis e Paulo Afonso (BA); Araripina, Garanhuns e Serra Talhada (PE); Aracati/Canoa Quebrada e Cruz/Jericoacoara (CE); Barreirinhas (MA); São Raimundo Nonato (PI); Cacoal e Vilhena (RO); Araguaína (TO) e Porto Alegre do Norte (MT). Entre estes, já contam com vôos domésticos regulares: Lençóis (BA), Araripina e Garanhuns (PE) e Cruz/Jericoacoara (CE).

A GRU Airport arrematou 12 (63,2%) dos 19 terminais ofertados, e 13 dos aeródromos arrematados, na primeira etapa do programa, após apresentar propostas sem qualquer desconto sobre os parâmetros anuais previstos — já que, na prática, não enfrentou concorrência na maior parte dos certames. O lote compreende [i] 2 aeródromos na BA, [ii] 3 aeródromos em PE, [iii] 1 aeródromo no CE, [iv] 1 aeródromo no MA, [v] 1 aeródromo no PI, perfazendo 8 aeródromos no nordeste, 2 aeródromos em RO, 1 aeródromo no TO e 1 aeródromo no MT. Estes 12 aeródromos envolverão investimentos previstos pela União de R$ 630,5 milhões (uma média de R$ 52,54 mi por AD), com valor máximo de R$ 106,2 mi em Paulo Afonso (BA), seguido R$ 80,2 mi de Lençóis (BA), e com valor mínimo de R$ 19,2 mi em Araripina (PE), e R$ 22,1 mi em Garanhuns (PE).

A Fraport, concessionária dos aeroportos de Fortaleza (CE) e de Porto Alegre (RS), arrematou um único aeródromo: o Aeroporto de Cruz (Jericoacoara), no CE, com previsão de investimentos de R$ 101,1 milhões.

A única disputa efetiva envolveu o Aeroporto Comandante Ariston Pessoa/Jericoacoara, em Cruz (CE), entre a Fraport (vencedora), com ágio de R$ 100,00 (100%), e PRS Aeroporto, com ágio de 5,1%, e GRU Airport.

Os outros 12 terminais arrematados tiveram propostas apenas da GRU Airport, com ágio/deságio de zero (ie, apenas com o aceite da proponente para operação do aeródromo).

Histórico do leilão:
https://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/negociacao/leiloes/licitacoes-publicas/leiloes-online-e-historico/

As intervenções previstas abrangem expansão de pistas, ampliação dos terminais de passageiros, melhorias nos estacionamentos e, em alguns casos, adequações para permitir operações com jatos.

A primeira etapa do programa terminou com seis aeroportos sem interessados – a maioria localizada na região Norte. Ficaram de fora os terminais de Tarauacá (AC), Barcelos (AM), Itacoatiara (AM), Itaituba (PA), Parintins (AM) e Guanambi (BA), reduzindo para 13 o número de ativos efetivamente disputados no leilão.