Airbus reporta resultados promissores nos testes de operação de turbofan RR Trent WXB com 100% SAF, nos dois motores de um A350, em 29.11.21

As primeiras coletas do primeiro estudo sobre os efeitos do uso de combustível 100% SAF em nos motores de um jato comercial bimotor (operação 100% em ambos motores) forneceram resultados iniciais promissores, divulgou a Airbus nesta segunda dia 29, em um comunicado detalhando o trabalho de pesquisa baseado na operação de um A350 equipado com motorização Rolls-Royce Trent XWB.
Conhecido como “ECLIF3”, o estudo sobre as emissões em vôo e os testes de solo associados começou no início deste ano e foi retomado recentemente. Envolve a Airbus, a Rolls-Royce, o centro de pesquisa alemão DLR e a produtora de SAF Neste. A equipe interdisciplinar, que também inclui pesquisadores do Conselho de Pesquisa Nacional do Canadá e a Universidade de Manchester (na Inglaterra), planeja publicar seus resultados em revistas acadêmicas no final do próximo ano ou em 2023.
Em abril, o A350 executou três vôos sobre o Mar Mediterrâneo acompanhado (escoltado) por um “avião-caçador” Dassault Falcon, da DLR, para comparar as emissões em vôo de querosene convencional (fóssil) e de combustível sustentável produzido de ácidos graxos e ésteres processados da Neste (HEFA). A equipe também realizou testes de conformidade usando 100% SAF e não teve “problemas operacionais”.
Os testes de emissões em vôo usando 100% SAF e uma mistura de combustível SAF-HEFA e QAv-JET-A1 foram retomados neste mês, enquanto equipe também realizou testes de emissões em terra para quantificar os benefícios do SAF para a qualidade do ar local.
A equipe de pesquisa descobriu que a SAF libera menos partículas do que o querosene convencional em todas as condições de operação do motor testadas, o que aponta para o potencial de redução do impacto climático e melhoria da qualidade do ar em torno dos aeroportos, divulgou a Airbus.
Paralelamente, o SAF tem densidade mais baixa, mas maior conteúdo de energia por quilograma de combustível em comparação com o querosene convencional, o que traz algumas vantagens de eficiência de combustível para aeronaves devido ao menor consumo de combustível e menos massa de combustível para embarcar para realizar a mesma missão.
A equipe continua sua análise detalhada dos resultados preliminares dos estudos.
“Os motores e os sistemas de combustível podem ser testados no solo, mas a única maneira de reunir o conjunto completo de dados de emissões necessários para que este programa seja bem-sucedido é voar uma aeronave em condições reais”, disse o gerente do novo programa de energia da Airbus, Steven Le Moing. “Os testes em vôo do A350 oferecem a vantagem de caracterizar as emissões diretas e indiretas do motor, incluindo partículas da retguarda de uma aeronave em alta altitude”, pontuou Steven.
Os engenheiros equiparam “avião-caçador” Dassault Falcon, da DLR, com várias sondas para medir as emissões em nível de cruzeiro até uma distância de 100 m. do A350 e alimentá-las com instrumentação científica para análise.
“O SAF demonstrou ter uma pegada de carbono significativamente menor ao longo de seu ciclo de vida em comparação ao combustível de aviação convencional e agora estamos vendo que é vantajoso reduzir os efeitos não-CO2 também”, disse Markus Fischer, membro do Conselho divisional da DLR para aeronáutica. “Testes como esses continuam a desenvolver nossa compreensão de 100 por cento SAF [e] seu uso em vôo, e estamos vendo sinais positivos para seu potencial na mitigação ambiental. Estamos ansiosos para estudar os dados da segunda série de vôos do ECLIF3, que foi reiniciado com um primeiro vôo de perseguição acima do Mediterrâneo no início deste mês”.
A DLR realizou a campanha “ECLIF1” em 2015, investigando combustíveis alternativos com suas aeronaves de pesquisa Dassault Falcon e A320 ATRA. As investigações continuaram em 2018 com a campanha “ECLIF2”, com o A320 ATRA voando com uma mistura de combustível de aviação padrão e até 50% de HEFA. A pesquisa mostrou as vantagens das emissões reduzidas de misturas de combustível em até 50% SAF e ‘pavimentou’ o caminho para vôos de teste com 100% SAF para a campanha “ECLIF3”, ora em andamento. [EL] – c/ fontes