Analista da indústria aponta para perspectivas da trajetória de recuperação do setor de aeronaves executivas, em 03.01.22


Em post nesta segunda dia 03 na mídia de aviação AIN, a articulista Kerry Lynch escreveu que indicadores mercadológicos fornecem esperança de “grandes coisas” para o setor de aeronaves executivas, pelo comentário de avaliação de um importante analista da indústria, Richard Aboulafia, que o setor “está passando por seus melhores tempos”.

Richard Aboulafia, ex-vice-presidente de análise do Teal Group, hoje assume a nova função de diretor-gerente da AeroDynamic Advisory.

Mas com a Covid-19 e outros fatores gerando incerteza, Aboulafia forneceu uma previsão mais conservadora de retorno aos níveis de 2019 no final de 2022 ou início de 2023 com crescimento modesto depois.

Aboulafia observou que os lucros corporativos, os ativos de mercado financeiros (ações) e os preços do petróleo aparentemente impulsionaram o mercado de jatos executivos e “todos passaram o ano passado em uma recuperação notável de alguns declínios terríveis relacionados à pandemia”. Essa recuperação implica uma grande riqueza e liquidez atualmente. Os preços do petróleo, por sua vez, estão intimamente relacionados à demanda por grandes aeronaves.

Mas Aboulafia adverte que o mercado de aeronaves executivas “ficou muito aquém” desses indicadores de prosperidade na última década. Isso levanta a questão de saber se o mercado está desvinculado desses indicadores ou se na última década ainda estava digerindo o excesso de capacidade criado no boom de produção e vendas de 2003 a 2008. No último cenário, o mercado estaria pronto para se recuperar com uma economia forte.

Apesar disso, outros indicadores imediatos também são positivos, apoiando a tese do “copo meio cheio”, incluindo a disponibilidade recorde de jatos executivos usados, ofertados no mercado, fortalecimento dos preços e o aumento na utilização de operações de fretamento e compartilhamento de propriedade de aeronaves.

No entanto, a produção de aeronaves ainda não se recuperou para os níveis de 2019 – muito menos para os níveis de pico de 2008 – e as fabricantes de aeronaves ainda não parecem prontos para anunciar aumentos de produção, aponta Aboulafia. Dada a deflação dos preços dos jatos após 2008, “há a questão de quanto as fabricantes vão querer firmar os preços antes de se comprometerem com taxas de produção maiores”, observou Aboulafia.

Além disso, Aboulafia sustenta que o tempo dirá sobre a “viscosidade” do fluxo de novos usuários de aeronaves executivas. [EL] – c/ fontes