ATR otimista sobre recuperação à medida que pedidos e entregas ganham força, em 09.02.22


A ATR entregou 31 aeronaves novas e 10 aeronaves usadas para clientes no ano passado e garantiu 35 encomendas e cartas de intenção (LoI), um desempenho que os executivos da fabricante com sede em Toulouse disseram sinalizar um caminho claro para a recuperação do mercado frente da pandemia de Covid-19.

A carteira de pedidos no final de 2021 chegou a 196 aeronaves.

“Estou relativamente satisfeito com nosso desempenho em 2021. Definitivamente, ainda estamos muito longe de voltar aos níveis de 2019, mas estamos trabalhando para chegar lá. Com 15 entregas no quarto trimestre, estamos em um bom caminho”, disse o presidente-executivo da ATR, Stefano Bortoli, a repórteres durante uma coletiva de imprensa online nesta terça dia 08.

A fabricante ATR, uma joint venture franco-italiana entre a Airbus e a Leonardo, busca aumentar a produção e tem como meta “mais de 50” entregas em 2024, de acordo com Bortoli. A ATR tem como objetivo liberar um número de aeronaves “médio a alto de 30” neste ano, numa outra manifestação.

Os números de 2021 da ATR marcam um progresso claro em comparação com 2020, quando as entregas caíram para apenas 10 aeronaves e a adição líquida de pedidos atingiu apenas três aviões. Em 2019, a ATR registrou 68 entregas e 48 pedidos líquidos aviões.

Em 2021, a ATR assinou contratos para 35 novas aeronaves, mas um cliente cancelou um acordo de três unidades, reduzindo os contratos no ano para 32 novas aeronaves.

A entrada de pedidos ganhou força no segundo semestre e essa onda “continua”, observou Bortoli. “Olhamos para o futuro com otimismo. Vemos oportunidades de crescimento em muitos países e lugares”, disse Bortoli, explicando que as perspectivas positivas decorrem da melhoria das condições econômicas e da resposta da ATR aos desafios impostos pela pandemia. “Continuamos investindo em nosso produto, oferecendo soluções concretas para que nossos clientes possam operar suas aeronaves com o modelo de negócios mais sustentável”, falou Bortoli.

Uma melhoria notável inclui a introdução da nova série de motores Pratt & Whitney 127XT, que consome 3% menos combustível e oferece uma redução de 20% nos custos de manutenção (do motor) em comparação com os motores anteriores. O ATR visa obter a certificação para uso de combustível 100% SAF até 2025 e a entrada em serviço da variante STOL (de capacidade de operação de pouso e decolagem em pista curta), o ATR 42-600S, está prevista para o final de 2024. A campanha de testes de vôo do ATR42-600S deve começar “em breve”, de acordo com Bortoli.

O chefe da ATR (ex-executivo da Leonardo) permaneceu vago se a fabricante está considerando soluções de hidrogênio ou energia híbrida-elétrica, reiterando declarações anteriores de que os clientes da ATR exigem uma aeronave “acessível, responsável e sustentável”. Aeronaves movidas a hidrogênio são um “domínio totalmente novo e estamos fazendo nossa lição de casa”, disse Bortoli, acrescentando que alguns dos engenheiros da ATR estão trabalhando em tempo integral para entender as opções técnicas e sua equação para a acessibilidade econômica da aeronave. “Estamos preparando os próximos passos e anunciaremos em conjunto com nossos acionistas quando o próximo passo será alcançado. Teremos algo para comunicar nos próximos dois a três meses”, disse Bortoli, sem revelar detalhes.

O vice-presidente comercial da ATR, Fabrice Vautier, disse que o Covid acelerou algumas tendências, como o desenvolvimento do comércio eletrônico e a mudança para trabalhar em casa. “Isso leva a um aumento na demanda de viagens de aeroportos menores e cria novas oportunidades para as operadoras regionais”, Vautier afirmou. Ele expressou otimismo sobre as perspectivas de médio e longo prazo da fabricante/OEM, prevendo a demanda por 460 cargueiros na categoria de até nove toneladas e a necessidade de substituição de até 1.200 turboélices antigos na categoria de 30 a 70 assentos nos próximos 20 anos. “Isso já começou. Vemos a necessidade de algumas substituições imediatas de aeronaves de 25 a 30 anos, especialmente no segmento de 30 a 50 assentos”, disse Vautier. “Três quartos dos pedidos feitos à ATR no ano passado foram para substituir turboélices de geração mais antiga”, completou Vautier. [EL] – c / fontes