Receitas e ganhos da Bombardier crescem em 2022 e fabricante prevê ligeiro aumento de produção em 2022, em 11.02.22


Apesar de um quarto trimestre (4T21) com menos entregas de aeronaves em relação ao ano anterior (4T20), a Bombardier superou a previsão do ano passado com receita e lucro subindo 7% e 220%, respectivamente, com as entregas de jatos executivos totalizando 120, informou a fabricante canadense (com sede em Montreal) na manhã desta quinta dia 10.

A fabricante também divulgou que está planejando aumentar as entregas “um pouquinho” neste ano e em até 15 a 20% em 2023.

Em uma coletiva com analistas do mercado financeiro, o presidente e CEO da Bombardier, Eric Martel, definiu 2021 como um ano de “planejamento, execução e prudência”, à medida em que a fabricante avançou como uma fabricante de jatos executivos “pura”. Martel também expressou motivação com a Bombardier ter conseguido todos os seus objetivos: transformar o modelo de cabine larga de ultra longo alcance Global 7500 em um “acelerador de receita”, expandir sua presença no mercado de reposição com receita de US$ 1,2 bilhão, desalavancando seu balanço com despesas com juros cortadas em US$ 250 milhões e permanecendo com sua meta de redução de custos de US$ 400 milhões até 2023.

No trimestre (4T21), a Bombardier entregou 38 jatos executivos, (06) abaixo dos 44 do ano anterior (-13,6%), com entregas de aeronaves de grande porte caindo em 10 unidades, para 18. Enquanto isso, as entregas do modelo Learjet foram reduzidas pela metade, para duas unidades, à medida que a fabricante encerra o programa do jato leve. Martel reiterou que os três últimos jatos Learjet serão entregues neste ano.

Como resultado, as receitas de jatos executivos no quarto trimestre de 2021 caíram US$ 500 milhões, para US$ 1,7 bilhão. Mas os ganhos ajustados aumentaram de uma perda de US$ 1 milhão no quarto trimestre de 2020 para um ganho de US$ 232 milhões no trimestre mais recente.

Martel explicou que, no quarto trimestre, os resultados foram um pouco incomuns porque o início da pandemia – e as restrições de viagens e paradas de fábrica associadas – causaram uma mudança nas entregas no final de 2020, criando um trimestre final realmente forte nesse ano. “2020 foi um pouco estranho por causa da pandemia”, disse o executivo e encorajou em 2021 resultar em uma distribuição e sequenciamento muito melhor ao longo do ano.

No ano, as entregas de jatos executivos superaram em seis os totais de 2020. As entregas de jatos da Famíla Global totalizaram 66 (55% do total no ano, de 120), marcando uma melhoria de sete unidades (+11,9%); o modelo-chefe Global 7500, que os executivos da Bombardier agora vêem como um programa lucrativo, foi responsável por 39 (59% da Família) dessas entregas. As entregas do modelo médio-supermédio Challenger permaneceram estáveis ​​em 44 (37% do total no ano) em cada um dos últimos dois anos, enquanto as entregas de Learjet caíram um, para 10, em 2021.

Isso resultou em US$ 6 bilhões em receitas com jatos executivos no ano passado, superando a previsão de que a Bombardier já havia revisado para cima em agosto de US$ 5,8 bilhões. Enquanto isso, os ganhos subiram para US$ 640 milhões, em comparação com a orientação revisada de US$ 575 milhões e ganhos de US$ 200 milhões em 2020.

Além do aumento da lucratividade do Global 7500 e do mix mais favorável de entregas em geral, as receitas e os ganhos foram impulsionados pela campanha da Bombardier para equilibrar seu fluxo de receita com mais vendas do negócio de pós-venda. As receitas do mercado de reposição aumentaram 25% em relação ao ano anterior, à medida que os vôos aumentaram e a Bombardier avançou no aumento da capacidade de serviço.

A expectativa é por outro “salto” neste ano, à medida que a Bombardier abre novas instalações expandidas em Cingapura, na Austrália, no Reino Unido e no EUA. A Bombardier tem uma meta de aumentar a participação do negócio pós-mercado de 18% em 2018% para 27% em 2025.

Quanto ao futuro, Martel observou que a forte relação book-to-bill [encomenda:faturamento] de 1,53:1 aumentou a carteira de pedidos em US$ 1,5 bilhão no ano passado, para US$ 12,2 bilhões. Embora Martel tenha dito que a Bombardier estava vendo fortes vendas contínuas no primeiro trimestre deste ano, a fabricante permaneceu conservadora em suas perspectivas, dadas as potenciais incertezas em torno de conflitos mundiais, cadeia de suprimentos e pandemia. Assim, está projetando um book-to-bill de cerca de 1,1:1 para este ano.

Mesmo assim, Martel observou que a produção deste ano está em grande parte esgotada e as disponibilidades de 2023 estão se esgotando. A receita deve chegar a US$ 6,5 bilhões em 2022, com ganhos projetados para melhorar outros 29%, para US$ 825 milhões. A empresa acredita que mais serviços de pós-venda, juntamente com a lucratividade aprimorada do Global 7500, ajudarão em ambas as rubricas.

Em relação à produção deste ano, Martel disse que os ganhos de entrega virão com os jatos Challenger, observando que os aumentos na produção dos jatos Global exigem mais tempo. É por isso que a Bombardier antecipa um aumento maior na produção em 2023 versus 2022.

Martel enfatizou que, ao planejar seus aumentos de produção, a Bombardier estava pesando a carteira de pedidos, preços e cadeia de suprimentos. Embora mantendo que todos os três são igualmente importantes, Martel observou que a cadeia de suprimentos continua a apresentar desafios que exigem uma abordagem cautelosa para fins de aceleração da produção.

No entanto, 2021 foi marcado por alguns marcos para a fabricante canadense, incluindo o lançamento do Challenger 3500, que Martel disse ter gerado fortes vendas, bem como a entrega do 1.000º jato do modelo Global. O programa Global 7500, enquanto isso, está se aproximando de sua 100ª entrega este ano, em meio a fabricante no todo comemorar seu 80º aniversário. [EL] – c/ fontes