IATA é contrária ao embargo com suspensão de suporte a operadoras aéreas russas pelas fabricantes aeronáuticas, no desdobramento de sanções econômicas à Rússia pela invasão da Ucrânia, em 09.03.22


A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) expressou posição contrária às proibições deflagradas por fabricantes de remessas de peças de aeronaves para o estoque de reposição das cias aéreas russas, justificando que essa suspensão de fornecimento poder comprometer a segurança aérea.

A mídia de aviação AIN questionou a posição da IATA para ações de retaliação dentro de sanções econômicas impostas à Rússia pelo ocidente e associação abordou as sanções impostas na semana passada pela União Européia e pelo EUA, forçando efetivamente a Airbus e a Boeing, entre outros, dar suporte às frotas de seus clientes russos. A EMBRAER também optou pela suspensão do suporte para operadoras russas.

“A IATA não apóia a proibição da exportação de equipamentos e peças de reposição de aeronaves comerciais porque isso potencialmente afeta a segurança, que é sempre a principal prioridade”, registra comunicado da associação.

A Boeing e a Airbus suspenderam na semana passada o suporte de manutenção para seus clientes russos em conformidade com as sanções européia e norte-americana impostas em reação à invasão da Ucrânia pela Rússia. Na sequência, foi a vez da fabricante brasileira EMBRAER.

Na segunda (28), a fabricante americana Boeing fechou seu centro de operações na capital ucraniana sitiada Kiev e interrompeu as operações em seu centro de treinamento em Moscou, e na terça (01) divulgou que havia suspendido todas as operações “principais” na Rússia. Na quarta (02), a francesa Airbus seguiu a ação, observando que também parou de enviar peças e fornecer serviços de suporte a seus clientes na Rússia.

E na quinta (03), foi a vez da fabricante brasileira EMBRAER juntar-se ao movimento, suspendeu serviços de peças de reposição, manutenção e suporte técnico para clientes alvos de sanções internacionais pelo conflito Rússia-Ucrânia.

Várias cias. aéreas russas operam aeronaves Airbus e Boeing, incluindo a transportadora Aeroflot, que em janeiro havia recebido seis encomendas de 14 Airbus A350 e operava cerca de 100 aeronaves da família A320. A frota de Boeing da Aeroflot inclui quase 40 Boeing 737-800 e 22 Boeing 777-300ER.

Depois de muitos anos sofrendo com a reputação de padrões de segurança abaixo do padrão, o registro de acidentes na Rússia melhorou drasticamente nos últimos anos, já que a região da CIS não registrou acidentes fatais com jatos em 2020 e 2021, de acordo com estatísticas da IATA divulgadas na quarta (02). No entanto, foram quatro acidentes fatais com turboélices no ano passado, resultando em 41 mortes; nenhuma das cias aéreas envolvidas apareceu no registro do programa IOSA (Operational Safety Audit/Auditoria de Segurança Operacional), da IATA, um sistema de avaliação reconhecido internacionalmente que tanto a FAA quanto a EASA usam em seus processos de aprovação para acordos de code-share de terceiros. [EL] – c/ fontes