Autoridade de transporte britânica retém jato Bombardier Global Expess de registro em Luxemburgo no aeroporto de Farnborough (em Londres) enquanto investiga possíveis violações da operação por associação com a Rússia, em sanções pela guerra Rússia-Ucrânia, em 11.03.22


O Departamento de Transportes do Reino Unido (DfT) deteve um jato particular registrado em Luxemburgo no aeroporto de Farnborough (em Londres) enquanto investiga possíveis violações de sanções contra a Rússia.

Às 21:40LT desta terça dia 08, as autoridades britânicas emitiram um aviso impedindo a partida do Bombardier Global Express XRS (BD-700-1A10) de prefixo LX-FLY (registro de produção sn 9252), operado pela Global Jet Luxembourg, apenas algumas horas depois que o governo britânico introduziu uma nova legislação tornando crime violar a proibição de qualquer aeronave que tenha alguma conexão com a Rússia por meio de registro ou propriedade, ou mesmo por apenas fretamento de passageiros russos.

De acordo com autoridades do Reino Unido, o jato registrado ao grupo europeu de gerenciamento e fretamento Global Jet Luxembourg chegou a Farnborough em 04 de março, após um vôo transatlântico do aeroporto de Teterboro, na área de Nova York/EUA. A aeronave tinha previsão de voar para Dubai.

Autoridades do Reino Unido indicaram que, além de emitir um NOTAM impedindo a decolagem do jato, revogaram a licença de transportadora estrangeira que cobria a aeronave. “Ele permanecerá no aeroporto enquanto investigamos se se enquadra na recente legislação que proíbe todas as aeronaves russas”, disse um porta-voz da DfT.

De acordo com operadora aeroportuária de Farnborough, o vôo do EUA para o Reino Unido foi aprovado pela National Air Traffic Services, que controla o acesso ao espaço aéreo do Reino Unido. “Todos os vôos internacionais estão sujeitos a verificações de chegada por oficiais da Força de Fronteira do Reino Unido que estão permanentemente no aeroporto de Farnborough”, disse um porta-voz da operadora privada em comunicado. “Estamos em constante diálogo com o Departamento de Transportes e a Força de Fronteira do Reino Unido para garantir que todas as sanções a vôos do Reino Unido sejam rigidamente aplicadas. O aeroporto de Farnborough recusará a entrada em qualquer vôo em que tenha informações de que viola as sanções do Reino Unido”.

O porta-voz da DfT disse que seus funcionários estão trabalhando com a Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido (CAA) para lidar com o incidente.

A CAA agora tem o poder de recusar o registro de qualquer aeronave no Reino Unido se houver fato ou indício de propriedade, fretamento ou operação por ou em nome de uma pessoa sujeita a sanções. Também pode rescindir os registros existentes no Reino Unido de qualquer aeronave.

A base inicial para a investigação foi baseada na orientação da procuradora-geral do Reino Unido, Suella Braverman, e está sendo apoiada pela Agência Nacional de Crimes.

O DfT se recusou a comentar reportagens da mídia, citando fontes governamentais não identificadas, de que o executivo da indústria de energia russa Eugene Shvidler viajou no jato Global Expres XRS retido no aeroporto de Farnborough.

As novas regras do Reino Unido elevam o padrão para operadores de aeronaves, aeroportos e empresas de serviços que agora precisam ser mais vigilantes ao determinar qualquer conexão russa a um vôo. A forma opaca como algumas aeronaves executivas são de propriedade e registradas não torna essa tarefa simples em todos os casos.

Em um comunicado divulgado na noite de terça (08), o secretário de Transportes Grant Shapps disse que o governo britânico vê as sanções relacionadas à aviação como uma ferramenta legítima na “luta contra a invasão russa”. Em entrevistas subsequentes à mídia de transmissão na manhã de quarta (09), Shapps disse que a nova legislação era necessária para fechar brechas que poderiam permitir que aeronaves sob diferentes registros nacionais escapassem dos controles existentes.

“Assinei [a legislação] ontem à noite para garantir que não estamos em uma situação em que os oligarcas russos sintam que podem ir e vir em seus jatos particulares”, disse Shapps. “E há questões mais amplas aqui relacionadas a gás e petróleo e garantir que não estamos financiando a guerra maligna de Putin com o dinheiro do sangue, então há muitas maneiras diferentes de reprimir e esta lei de aviação é uma adição a isso”, disse Shapps. [EL] – c/ fontes