EASA reporta ocorrência de eventos de interferência e sinais falsos do sistema de navegação por satélite (GNSS) em meio ao conflito na Ucrânia, em 22.03.22


Aeronaves que voam em quatro áreas da Europa Oriental e Oriente Médio sofreram interferência ou sinais falsos do Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS) em várias fases do vôo, levando em alguns casos a alterações de rota ou mesmo ou mesmo mudanças de destino devido a sua incapacidade de realizar um procedimento de pouso com segurança, de acordo com um Boletim de Informações de Segurança (SIB – Safety Information Bulletin) da EASA de 17 de março.

O Eurocontrol, a Network of Analysts (Rede de Analistas) e os relatórios de dados de código aberto analisados ​​pela EASA mostram que sinais falsos e/ou interferência em sinais se intensificou desde 24 de fevereiro, dia em que a Rússia invadiu a Ucrânia.

As áreas afetadas incluem a região de Kaliningrado ao redor do Mar Báltico e Estados vizinhos, o leste da Finlândia, o Mar Negro e a área do Mediterrâneo oriental – Chipre, Turquia, Líbano, Síria, Israel e norte do Iraque.

A degradação dos sinais GNSS pode significar a incapacidade de usar o sistema de satélites para navegação via waypoint, perda de capacidade de aproximação de navegação de área (RNAV), incapacidade de realizar ou manter operações de Desempenho de Navegação Requerido (RNP),  a ativação de alertas de proximidade de terreno (por sistemas EGPWS), informações de posição da aeronave inconsistentes no visor de navegação, perda de funcionalidades ADS-B, falha ou degradação de ATM/ANS/CNS e sistemas de aeronaves que utilizam GNSS como referência de tempo e infrações do espaço aéreo e/ou desvios de rota.

A EASA divulga que a preocupação de segurança descrita em seu boletim ainda não justifica uma Diretiva de Segurança (SD – Safety Directive), no entanto.

A EASA recomenda que as Autoridades Nacionais de Aviação (NAA – National Aviation Authority) estabeleçam procedimentos de contingência com provedores de serviços de navegação aérea (ANSP – Air Navigation Service Provider) e usuários do espaço aéreo e assegurem o pleno funcionamento da infraestrutura de navegação convencional, particularmente os sistemas de pouso por Instrumentos (ILS). Ele também disse que as NAAs devem emitir avisos aos aviadores (NOTAM) que descrevam as áreas afetadas e as limitações operacionais relacionadas.

As recomendações para NAAs e ANSPs incluem o estabelecimento de um processo para coletar a degradação do GNSS e a coordenação com as autoridades nacionais de comunicações para notificar as cias. aéreas e outros usuários do espaço aéreo. Finalmente, para os operadores, uma série de recomendações inclui relatar prontamente casos de degradação de equipamentos GNSS aos órgãos de controle de tráfego aéreo. [EL] – c/ fontes