Airbus voa A380 com um dos motores RR Trent alimentado com combustível 100% SAF, em 01.04.22


A Airbus, pela primeira vez, realizou um vôo de A380 com um dos seus quatro motores Rolls-Royce Trent 900 alimentado com combustível (QAv) a 100% SAF (combustível de aviação sustentável), informou a fabricante no dia 28.

O A380 da própria fabricante com registro de produção sn 1 decolou do Aeroporto de Blagnac em Toulouse, na França, às 08:43 da sexta dia 25, para voar por cerca de três horas. O A380 usado durante o teste é a mesma aeronave recentemente revelada como Demonstrador ZEROe da Airbus, um banco de testes voador destinado a avaliar tecnologias destinadas a trazer a primeira aeronave de emissão zero do mundo ao mercado até 2035.

A fornecedora de combustível Total Energies forneceu 27 toneladas de SAF “puro” (combustível não misturado) produzido na Normandia, perto de Le Havre, na França, a partir de ésteres e ácidos graxos hidroprocessados ​​(HEFA – Hydroprocessed Esters and Fatty Acids) consistindo principalmente de óleo de cozinha usado.

A Airbus planejou um segundo vôo com a mesma aeronave de Toulouse para Nice, em 29 de março, para testar o uso do SAF durante a decolagem e o pouso.

Com o vôo, o A380 tornou-se o terceiro tipo de aeronave Airbus a voar com 100% de SAF ao longo de 12 meses.

O primeiro vôo, com um Airbus A350, voou em março de 2021, seguido por um A319NEO em outubro de 2021. Em abril do ano passado, o A350 voou três voos sobre o mar Mediterrâneo, escoltado por um avião de “perseguição” Dassault Falcon para coletar e comparar as emissões em vôo de querosene fóssil e querosene de HEFA.

Uma equipe composta por técnicos da Airbus, Rolls-Royce, do centro de pesquisa alemão DLR e da produtora de SAF Neste também realizou testes de conformidade usando combistível 100% SAF e não experimentou “nenhum problema operacional”.

Os testes de emissões em vôo usando 100% SAF e uma mistura de combustível HEFA/JET-A-1 foram retomados em novembro passado, enquanto a equipe também realizou testes de emissões terrestres para quantificar os benefícios do SAF para a qualidade do ar local. A equipe de pesquisa descobriu que o SAF libera menos partículas do que o querosene convencional em todas as condições de operação do motor testadas, o que aponta para o potencial de redução do impacto climático e melhoria da qualidade do ar nos aeroportos, divulgou a Airbus.

Aumentar o uso de SAF continua sendo um caminho fundamental para alcançar a ambição da indústria de emissões líquidas de carbono zero até 2050, de acordo com a Airbus. As principais estatísticas descritas no relatório Waypoint 2050 (Meta 2050) indicam que o uso de SAF pode contribuir entre 53% e 71% das reduções de carbono necessárias.

As autoridades de aviação certificaram todas as aeronaves da Airbus para voar com uma mistura de até 50% de SAF com querosene fóssil (QAv). A Airbus pretende obter a certificação para o uso de 100% SAF até o final desta década. [EL] – c/ fontes