EASA aprova G650/650ER para aproximação rampada (Steep-approach) nos aeroportos europeus e Gulfstream espera em breve liberar as restrições operacionais de velocidades de aproximação e comandos de controle nos modelos G500 e G600 impostas por DA da FAA, com adoção de software revisado já incorporado no G700, em 23.07.22


A EASA aprovou os jatos executivos G650 e G650ER, da Gulfstream, para aproximação com rampa acentuada (Steep-approach) – de até 6º (ou 10,11%) – em aeroportos europeus. Divulgando a aprovação no dia 19, a Gulfstream destacou que os dois modelos, cabine larga e de longo alcance, agora podem voar para destinos europeus com aeroportos para aviação privada famosos, como o Aeroporto London City (EGLC), em Londres, com sua aproximação de 5,5º (9,63%) e pista de 1.508 m. (à altitude de 20 pés).

O presidente da Gulfstream, Mark Burns, disse sobre a aprovação da EASA: “Estamos satisfeitos por poder aumentar a flexibilidade para nossos operadores europeus de G650 e G650ER, dando-lhes acesso a aeroportos como o London City, perto do centro financeiro de Londres, e aeródromos ainda remotos em toda a Europa. A vantagem de desempenho de alta velocidade da família G650, combinada com esta nova certificação, expandirá as oportunidades para nossos clientes com mais opções para destinos distantes”, falou Burns.

A maioria de aproximações IFR, e aproximações visuais – é operada (voada) em rampas de inclinação de 3° (5,24%), e ângulos de rampa de aproximação de até 3,5° (6,12%) são considerados rotineiros e dentro da capacidade de aeronaves certificadas. Ângulos de aproximação maiores que 3,5° (6,12%) e menores que 4,5° (7,87%) não são considerados de provável difícil execução durante as operações normais de aeronave e, portanto, não necessitam de requisitos de certificação específicos. Ângulos de aproximação de 4,5° (7,87%) ou maiores, no entanto, são definidos como aproximações acentuadas – íngremes, as Steep-approachs, e os operadores de aeronaves com intenção de operação em aeródromos com procedimentos de aproximação são obrigados por regulamentação a obter a certificação de agência governamental (como FAA, EASA e etc.) antes de sua operação.

A família G650 obteve a certificação de aproximação com rampa acentuada (Steep-approach) da FAA em 2019, após operações de demonstração bem-sucedidas em aeroportos como o London City e suíço Lugano. A aeronave demonstrou a capacidade de realizar uma aproximação de 5,5º (9,63%) e pousar com segurança na pista curta do London City. A nova certificação da EASA autoriza as aeronaves da família G650 a realizar aproximações com rampa de ângulo de até 6° (10,51%).

Atualmente, mais de 480 aeronaves G650 e G650ER operam pelo mundo. E já estabeleceram mais de 120 recordes de velocidade interligando pares de cidades.

Na feira aeronáutica Farnborough Airshow, que acontece nesta semana, Burns, também revelou que até o início de setembro a Gulfstream espera liberar as restrições operacionais sobre velocidades de aproximação e comandos de controle para os modelos G500 e G600 impostas em maio por uma Diretiva de Aeronavegabilidade da FAA. Isso ocorreu após um evento de pouso “duro” (hard landing) de um G500, provocando mudanças de software que a fabricante espera demonstrar para os pilotos da FAA no final desta semana. Burns explicou que o mesmo novo software irá replicar o software já usado no G700. E a Gulfstream também irá incorporar este novo software no G800, previsto para ser certificado e pronto para entrar em serviço até o final de 2023.

Na Farnborough Airshow, a Gulfstream está apresentando seu novo modelo G800, que voa a uma velocidade máxima de MACH 0,925 e opera a até 51.000 pés e promete ter alcance de até 8.000 MN. A aeronave combina a fuselagem do G650ER com a asa, a empenagem, motor Rolls-Royce Pearl 700 do G700, com a suíte aviônica Symmetry, baseada na plataforma Epic, da Honeywell, com sidesticks de comando de vôo de controle ativo.

Menos de um mês após o primeiro vôo do G800, que aconteceu em 28 de junho, o G800 fez sua primeira aparição internacional, tendo feito a viagem transatlântica de Savannah, na Georgia/EUA, em pouco menos de sete horas.

Nesta semana, a Gulfstream também anunciou a nomeação de Mark Bates como o novo gerente geral de seu centro de serviços em Farnborough, na Inglaterra.

O centro de serviços em Farnborough de 225.000 pés² (20.900 m²) foi inaugurada em 2020 e faz parte de um investimento de US$ 500 milhões em infraestrutura de suporte ao produto que a Gulfstream fez nos últimos 10 anos, de acordo com Derek Zimmerman, presidente de suporte ao cliente da fabricante americana (da Georgia). O hangar, do outro lado da pista do aeródromo que ‘hospeda’ a Farnborough Airshow, pode acomodar 13 grandes jatos executivos simultaneamente.

Há duas semanas, a Gulfstream abriu outro novo centro de suporte ao cliente no Aeroporto Alliance, no Texas/EUA, que atenderá operadoras do sul do EUA, bem como da América Central e da América do Sul. Em maio, a Gulfstream iniciou a construção de outra nova instalação em Mesa, no Estado do Arizona.

De acordo com Zimmerman, o investimento de US$ 1 bilhão da Gulfstream em peças de reposição a deixou bem preparada para lidar com os problemas da cadeia de suprimentos que agora impedem o setor de aviação mais amplo. Zimmerman disse que a Gulfstream também está investindo na formação de novos funcionários qualificados, por meio de iniciativas como o programa de treinamento mecânico operado no Reino Unido pelo Farnborough Technical College (Escola Técnica de Farnborough). [EL] – c/ fontes