Líderes da indústria debatem a sustentabilidade como “necessidade absoluta e imperativo comercial” da aviação e que metas de “emissão zero” subordinam-se ao advento do SAF, em 27.07.22
Lideranças de governo e da indústria concordam que atingir as metas de sustentabilidade de emissão líquida zero até 2050 é vital para a aviação e que o sucesso para tal subordina-se a uma ampla adoção do combustível de aviação sustentável (SAF).
Falando durante um fórum intitulado “Accelerating Sustainable Aviation and Targeting True Zero” (Acelerando a aviação sustentável e objetivando Zero real), que aconteceu no dia de abertura da feira aeronáutica Farnborough Airshow 2022, o CEO da Rolls-Royce, Warren East, chamou o foco na aviação sustentável de “uma necessidade absoluta e um imperativo comercial”, mas acrescentou que também representa uma oportunidade. “Essa é a abordagem que estamos adotando”, disse Warren.
Jim Hileman, consultor-chefe científico para meio ambiente e energia da FAA, observou que, embora 2050 “pareça muito tempo a partir de agora, não é”. Hileman argumenta que construir uma nova infraestrutura para a descarbonização é uma tarefa longa. Um caminho mais provável será aproveitar a infraestrutura atual e os recursos de refinamento com o SAF. “Temos uma tremenda capacidade de produzir biomassa. Também temos uma tremenda capacidade de usar biocombustíveis”, Hileman disse, para emendar: “Se quisermos chegar a zero líquido, essa é a resposta”.
O chefe da IATA Willie Walsh ecoou os sentimentos sobre a necessidade de acelerar as ambições de sustentabilidade e enfatizou que as cias. aéreas internacionais estão comprometidas em atingir metas e, em “grande medida”, alcançarão isso por meio da SAF. No entanto, Walsh está motivado que, apesar das crises relacionadas à pandemia pela qual o setor passou, “o foco no meio ambiente permanece centrado e à frente”, ele disse para emendar: “Acho que devemos ser otimistas”.
Walsh também enfatizou a necessidade de incentivar a produção de SAF. “Fico um pouco irritado quando ouço as pessoas dizendo: temos que convencer a indústria a mudar”, ressaltou Walsh. “Na verdade, o que temos dito é que precisamos de mais. Precisamos que você produza mais. Usaremos o combustível se você produzí-lo”, Walsh salientou. Walsh sustentou que os governos devem oferecer incentivos para uma transição, para adoção do SAF. “Acho que com o apoio certo de governo e as estruturas políticas em vigor, veremos o uso acelerado do [combustível] sustentável”.
Lauren Riley, diretora de sustentabilidade e diretora administrativa de assuntos ambientais globais da cia. aérea americana United Airlines, acrescentou: “Concordo cem por cento aqui. Nós não temos [o suficiente]. Levaremos o quanto houver. Portanto, precisamos de políticas para intervir e impulsionar a oferta”.
Riley também alertou que, embora existam acordos internacionais, “rachas” estão começando a aparecer com diferentes regiões criando suas próprias políticas em torno da redução de emissões. Se isso continuar, isso se tornará um fardo significativo para as operadoras aéreas.
Outra área em que os líderes da indústria da aviação concordaram centra-se na precificação do SAF. O custo pode cair, mas por muitas razões relacionadas à produção e transporte, sempre será mais caro, disse Hileman, e isso se traduzirá em custos mais altos para os clientes finais. Mas Walsh acrescentou ainda que as cias aéreas estão dispostas a pagar o custo extra.
Enquanto isso, o painel temático da aviação sustentável concordou que não existe uma única resposta para a emissão líquida zero e que serão exigidas várias soluções, como hidrogênio e eletricidade.
Mas Hileman alertou que, embora continue sendo uma solução, fonte de hidrogênio precisará de uma infraestrutura considerável para desempenhar um papel importante. East, que deu fez um apanhado geral da Rolls-Royce para sua captura direta de hidrogênio, acrescentou que a fonte de hidrogênio é uma perspectiva de longo prazo quando se considera seu uso em motores de turbina a gás, necessários para seu sucesso como fonte de energia de aviões.
O Fórum Econômico Mundial tem amplo apoio a essas iniciativas, disse Laia Barbara, líder da comunidade do Fórum para a aviação sustentável. Barbara enfatizou a necessidade de metas intermediárias para demonstrar que o progresso está sendo feito. [EL] – c/ fontes