Senadores do Congresso do EUA apresentam Projeto de Lei estendendo limite para aposentadoria de pilotos do transporte de linha aérea de 65 para 67 anos, e entidades da indústria da aviação reagem “mistamente”, em 28.07.22
A senadora norte-americana Lindsey Graham (pela Carolina do Sul), acompanhada por um grupo de outros senadores republicanos, apresentou nesta segunda dia 25 um projeto de lei que aumenta a idade de aposentadoria de pilotos do transporte aéreo comercial de 65 para 67 anos.
Os co-patrocinadores da proposta de lei são os senadores John Thune (Dakota do Sul), Deb Fischer (Nebraska), Chuck Grassley (Iowa), Cynthia Lummis (Wyoming) e Marsha Blackburn (Tennessee).
Esses senadores ecoaram preocupações com a falta de pilotos e atrasos nas cias. aéreas.
O projeto de lei (S.4607), intitulado “Let Experienced Pilots Fly Act” (Deixar pilotos experientes atuar), estipula que os pilotos com mais de 65 anos devem manter os exames da certificação médica-aeronáutica da FAA de primeira classe, que são renovados a cada seis meses. Além disso, as transportadoras aéreas devem permanecer em conformidade com seus programas de treinamento e qualificação de pilotos aprovados pela FAA.
“Há uma escassez severa e crescente de pilotos no EUA. Todo viajante aéreo vê e sente o impacto quando vai ao aeroporto”, argumenta a senadora Graham, para prosseguir na sua tese: “Uma das maiores causas de atrasos aéreos é a falta de tripulações disponíveis. Minha legislação … fará uma diferença imediata e apreciável em manter pilotos altamente treinados no trabalho”.
Ao apresentar o projeto de lei, a senadora Graham estimou que cerca de 5.000 pilotos de cias. aéreas serão forçados a se aposentar nos próximos dois anos, exacerbando a iminente propalada “escassez de pilotos”.
O projeto de lei foi apresentado quando a Boeing divulga na sua última previsão de mercado de aeronaves do transporte a previsão da necessidade de 602.000 pilotos nos próximos 20 anos.
O projeto atraiu reações mistas da indústria da aviação.
O presidente e CEO da NACA – National Air Carrier Association (Associação Nacional de Transporte Aéreo), George Novak, chamou a ação de “oportuna” e disse que a mesma mitigaria a escassez. Com a ação, Novak disse que “as cias. aéreas continuarão a reduzir o serviço para comunidades menores e rurais menos lucrativas em um momento em que a demanda por viagens aéreas domésticas está excedendo os níveis pré-pandemia”.
Já a ALPA – Air Line Pilots Association (Associação Internacional de Pilotos de Linha Aérea) se opõe ao projeto de lei, chamando-o de uma tentativa equivocada de resolver um problema que não existe. “Esta legislação é mais uma tentativa de distrair a conversa da questão real, que é que algumas cias. aéreas do EUA claramente falharam em planejar o retorno do setor que estamos experimentando hoje”, disse Joe DePete, presidente da ALPA. “Não há razão para mudar a idade de aposentadoria e isso só aumentaria os custos para as cias. aéreas e introduziria riscos desnecessários para passageiros e tripulantes”, completou DePete. [EL] – c/ fontes