Presidente da GAMA aponta três desafios circunstanciais do momento do mercado para as fabricantes de aeronaves executivas, em 10.11.22


Os três maiores obstáculos enfrentados pelas fabricantes de aeronaves executivas no momento são questões de força de trabalho, pontos de “gargalo” na cadeia de suprimentos e desafios regulatórios, de acordo com Pete Bunce, presidente e CEO da GAMA – General Aviation Manufacturers Association (a associação de fabricantes de aeronaves para aviação geral).

Falando recentemente no evento Corporate Jet Investor Miami, Bunce observou que, apesar do sucesso do Aviation Manufacturing Jobs Protection Act (ato-programa governamental de proteção ao mercado de trabalho, para setor de fabricação de aeronaves), que ajudou as fabricantes a preservar mais de 31.000 empregos durante a pandemia de Covid -, os membros associados estão registrando uma queda média de 20% em termos de engenharia e pessoal de linha de montagem – “chão de fábrica” -, ideal, devido à menor disponibilidade de mão de obra.

Quanto aos problemas da cadeia de suprimentos, Bunce observou que são sistêmicos e de longo alcance. “O que acho que as pessoas não percebem é que não se trata apenas de matérias-primas”, esclareceu Bunce, acrescentando que, além de situações como escassez de hélio (que é usado em operações de soldagem), componentes de valor agregado como extrusões e chips de computador também estão em falta. “Muitas de nossas empresas estão tendo que gastar recursos de engenharia em vez de planejar projetos futuros, na verdade redesenhando placas para poder usar os chips que existem”, explicou Bunce.

Tendo uma vez adotado a abordagem enxuta de entrega de peças “just-in-time” (produção visando encomenda, sem aumento para estoque) em um esforço para reduzir os custos de estoque, a maioria das fabricantes agora se vê tendo que se comprometer novamente com contratos de longo prazo com seus fornecedores para dar-lhes confiança para aumentar a equipe e investir em suas instalações.

Por fim, a Bunce expressou preocupação com a perda de experiência na FAA, com 40% de sua atual força de trabalho de certificação com menos de dois anos de experiência. “Quando você tenta analisar o quão debilitante isso é para a indústria agora, isso é realmente significativo”, afirmou Bunce, para emendar: “Estamos apostando muito na FAA com todas essas novas tecnologias, mas também no avanço de todos os nossos fabricantes tradicionais”.

Entre os fatores que contribuem para a perda de experiência institucional da FAA, Bunce opinou que, à medida que os chefes de departamento se aposentam, o paradigma da era Covid de trabalhar em remotamente dificultou as transferências suaves de conhecimento. “Não há treinamento em escritório no trabalho por aí … então está atolado”, pontuou Bunce, para ainda apontar: “A produtividade diminuiu drasticamente apenas pelo fato de que eles não são capazes de colaborar”.

Como exemplo, Bunce observou que documentos simples enviados unidades (escritórios) de certificação de aeronavegabilidade aeronaves da FAA, incluindo representações regionais da agência, podem levar até 120 dias (04 meses) para serem respondidos, contra 30 antes da pandemia. “Não podemos fazer nosso trabalho e não podemos ter nossa indústria prosperando com esse tipo de falta de capacidade de resposta”, afirmou Bunce. [EL] – c/ fontes