Rolls Royce e easyJet testam sistema de propulsão por hidrogênio, em 28.11.22


A Rolls-Royce e a easyJet concluíram testes de solo com um demonstrador de conceito inicial para um sistema de propulsão a hidrogênio que esperam que eventualmente seja capaz de alimentar aviões de passageiros de fuselagem estreita (narrowbody).

As parceiras anunciaram, nesta segunda dia 28, que operaram recentemente um motor turboélice Rolls-Royce AE 2100A modificado com hidrogênio verde produzido de energia eólica e energia por variação de marés, inspirado na campanha Race to Zero, que é apoiada pelas Nações Unidas, para alcançar emissões líquidas zero de carbono até 2050.

Uma série de testes de solo realizados em novembro com o demonstrador de conceito no centro de pesquisa de defesa de Boscombe Down, no Reino Unido, preparou o caminho para testes de solo em grande escala usando o motor turbofan Pearl 15 que a Rolls-Royce desenvolveu para os jatos executivos Global 5500 e 6500, da Bombardier.

Eventualmente, a fabricante de motores britânica pretende ampliar a tecnologia para trabalhar com grandes motores turbofan necessários para aeronaves como a Família Airbus A320 (modelo operado pela easyjet em toda a Europa).

A Rolls-Royce e a easyJet (cia. aérea de baixo custo britânica) iniciaram uma parceria para desenvolver sistema de propulsão a hidrogênio para aeronaves de vôos comerciais como parte do programa H2Zero.

A easyJet também está envolvida em um trabalho paralelo com a GKN Aerospace para desenvolver a tecnologia de combustão direta de hidrogênio sob o programa H2JET e células de combustível de hidrogênio por meio de um projeto chamado H2GEAR.

O motor RR AE-2100A (de 4.152 SHP) equipou o bimotor turboélice (sueco) SAAB-2000 (versão estendida do SAAB-340), de 50 lugares e plataforma de vigilância Lockheed P-3 Orion; a variante do motor AE 2100D3 (de 4.637 SHP) equipou os modelos de transportador militar de pessoal Lockheed C130 e Lockheed Martin LM-100J. Para aeronaves comerciais maiores, como o A320, de 150 assentos, a tecnologia de combustão direta precisaria funcionar com motores mais potentes como da Família LEAP, da CFM International.

A Rolls-Royce e a easyJet pretendem estar prontas para implantar a propulsão a hidrogênio em vôos comerciais em meados da década de 2030, uma meta alinhada com os objetivos do programa Zero E da própria Airbus para produzir novos aviões movidos a hidrogênio.

O hidrogênio verde usado para o primeiro teste com o demonstrador de conceito foi fornecido pelo Centro Europeu de Energia Marinha, de suas instalações em Eday, nas Ilhas Orkney, na costa norte da Escócia. A organização administra uma instalação de produção de hidrogênio naquele local e participa dos primeiros trabalhos para estabelecer a infraestrutura necessária para fornecer hidrogênio para o transporte aéreo.

A eletricidade renovável gerada pelo vento e por marés (de mar) faz um eletrolisador produzir hidrogênio verde (por meio da eletrólise). O hidrogênio é então “prensado” para uma compressão de 20 bar para 200 bar (pressão) para maximizar a quantidade disponível em um tanque de combustível de aeronave; o motor então queima o hidrogênio no lugar do combustível JET-A (querosene aeronáutico).

A Rolls-Royce e a easyJet estão agora se preparando para um segundo conjunto de testes de solo com um “trem de força” em grande escala. Em algum momento, as parceiras pretendem estar prontos para avaliar um propulsor de hidrogênio em testes de vôo usando aeronaves ainda não especificadas.

“O sucesso deste teste de hidrogênio é um marco emocionante”, comentou a diretora de tecnologia da Rolls-Royce, Grazia Vittadini, para emendar: “Apenas anunciamos nossa parceria em julho e já começamos de forma incrível com esta conquista histórica. Estamos ultrapassando os limites para descobrir as possibilidades de carbono zero do hidrogênio, o que pode ajudar a remodelar o futuro do vôo”. [EL] – c/ fontes