COMAC entrega o primeiro C919 da CEA, em 13.12.22
Na semana passada, a fabricante chinesa COMAC divulgou que entregou o primeiro jato C919 de linha de produção para a cliente de lançamento do modelo CEA – China Eastern Airlines, no dia 09, marcando um ponto culminante de um processo de desenvolvimento de quase 15 anos, em que o primeiro protótipo fez o primeiro vôo em maio de 2017 (há cerca de 5,5 anos).
O jato, com configuração de 164 assentos, faz parte um conjunto de cinco aparelhos encomendados pela CEA em 2010, durante a feira aeronáutica Zhuhai Airshow, como parte de um lote de compromissos para 55 aeronaves C910 de seis companhias aéreas. A CEA iniciará operação comercial com o C919 no início do próximo ano, de acordo com a mídia estatal chinesa, acrescentando que a cia. aérea divulgou que espera receber todas os seus cinco aviões nos próximos dois anos.
A COMAC recebeu a certificação do C919 com motorização CFM LEAP no final de setembro. Projetado para transportar, no máximo, 168 passageiros em uma configuração padrão de classe única, o C919 concorrerá com o Boeing 737 e Airbus A320, ambos modelos ora acumulando pedidos em atraso significativos na República Popular da China (RPC). No entanto, as tensões políticas levantaram questões sobre a viabilidade a longo prazo da participação de conteúdo ocidental no fornecimento de componentes para ao C919.
Várias empresas internacionais firmaram joint ventures na China para desenvolver elementos do programa C919, incluindo GE e Safran (motores), Collins Aerospace (comunicações e sistemas de navegação), Honeywell (sistemas de controle de vôo) e Liebherr Aerospace (trem de pouso e sistemas de gerenciamento em vôo). Em 2015, o Departamento de Justiça dos EUA indiciou várias autoridades chinesas sob a acusação de roubar tecnologia de motores de vários fabricantes europeus e americanos. Desde então, as tensões geopolíticas com o Ocidente levaram a um esforço da COMAC para aumentar a participação de conteúdo de fabricação de indústria chinesa na aeronave. O desenvolvimento de um motor designado como CJ-1000A continua, embora em um ritmo muito mais lento do que originalmente projetado pelas autoridades chinesas.
Os cerca de 800 pedidos e compromissos para o C919 vieram quase exclusivamente de cias. aéreas e arrendadoras (lessoras) chinesas. Em 2010, mais de uma década antes de concluir sua fusão com a AerCap no ano passado, a GE Capital Aviation Services anunciou pedidos de 10 aeronaves, tornando-se a primeira empresa ocidental a cumprir sua participação no programa C919. Em 2015, a City Airways da Tailândia assinou um acordo preliminar com a ICBC Leasing para adquirir 10 jatos C919, mas a cia. aérea “fechou as portas” no ano seguinte. [EL] – c/ fontes
