Aeronave MPA – Maritime Patrol Aircraft (de patrulha marítima) P-6, da PAL Aircraft Services, baseada no jato executivo Bombardier Global 6500, debuta em feira em Abu Dhabi, em 05.03.23


A aeronave MPA – Maritime Patrol Aircraft (de patrulha marítima) P-6, da PAL Aircraft Services, baseada no jato executivo Bombardier Global 6500, debutou com surpresa na IDEX – International Defence Exhibition & Conference (Exposição e Conferência Internacional de Defesa) que aconteceu na semana passada, em Abu Dhabi.

O MPA P-6 tem algumas semelhanças com o conceito SAAB Swordfish abandonado.

Desde o fim do programa Swordfish, a Boeing está cada vez mais perto do fim da produção do P-8A Poseidon, baseado no B.737, com a linha de montagem P-8A prevista para fechar dentro de três anos na falta de novos pedidos, assumindo uma taxa de produção viável mínima de 12 aeronaves por ano.

“Agora é a hora de preencher o mercado”, disse Mahmoud El-Awini, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da PAL, para a mídia AIN, descrevendo um “nicho de jato” iminente.

Muitos elementos do conceito MPA P-6 permanecem indefinidos, pois dependerão dos requisitos do cliente e pelo próprio fato que a PAL é independente de plataforma e sistema. A aeronave está sendo projetada em parceria com a Thales, com radar e sonobóias da fabricante francesa que devem formar a base de uma configuração inicial de linha de base.

Como o Swordfish, o “P-6” possui um radar de 360 graus, embora seja entendido como um sistema de varredura mecânica e não a tecnologia AESA. A nova aeronave também possui um sensor EO/IR ‘subnariz’ e um sensor detector de anomalia magnética, bem como medidas de suporte eletrônico, datalinks e satcoms (transmissão de dados e comunicações por satélite).

A aeronave acomodará entre três e oito estações de trabalho de operador, sendo o número de cinco visto como o ideal, e serão evoluídas daquelas desenvolvidas para o MPA P-4 (baseado no bimotor turboélice Q400), agora em serviço com a Força Aérea e a Defesa Aérea dos Emirados Árabes Unidos. Isso promete permitir que as equipes sejam treinadas em ambos os Tipos. Isso é significativo, diz o CEO Keith Stoodley, porque “vemos o P-4 e o P-6 como produtos complementares. O P-4 foi projetado como um ativo ASW (Anti-submarine warfare, ou combate anti-submarino) litorâneo, enquanto o P-6 foi projetado como um ativo ASW de oceano azul [mar oceânico]”.

Uma característica não mostrada nos modelos do P-6, mas muito em evidência em imagens CGI mais recentes, é uma “baia flexível” semelhante a uma caixa atrás do radar de busca. Isso é capaz de transportar torpedos, mísseis antinavio ou kits SAR e pode ser aumentado entre duas e seis estações de armazenamento sob as asas.

Empresa com sede em Abu Dhabi, a PAL Aircraft Services espera um cliente de lançamento para o P-6 “em breve”. Várias forças aéreas locais, incluindo a do próprio Emirados Árabes Unidos, estão procurando aumentar suas capacidades de MPA/ASW (Anti-submarine warfare, ou combate anti-submarino) e ISR (Intelligence, Surveillance & Reconnaissance, ou Inteligência, Vigilância e Reconhecimento) marítima.

A Boeing comercializou o P-8 para a Arábia Saudita, por exemplo, enquanto outras nações do GCC (Conselho de Cooperação do Golfo) enfrentam ameaças semelhantes de superfície e subsuperfície.

A sueca SAAB não tem planos de retomar seu modelo MPA Swordfish MPA baseado no Global 6000, deixando o P-6 como o principal concorrente do P-8 em várias disputas.

“Como uma empresa com um pé nos Emirados Árabes Unidos e outro no Canadá, estamos claramente observando os desenvolvimentos relacionados ao processo do Canadá para substituir sua frota de CP-140 Auroras”, concluiu Stoodley. [EL] – c/ fontes