Chefe da Safran diz que meta e obrigatoriedade de SAF da Comissão Européia é “muito tímida”, em 25.03.22
O CEO da fabricante aeronáutica Safran, Olivier Andriès, opinou como um alerta para União Européia (UE) de que o conglomerado nacional pode ficar para trás do EUA se não ampliar seus incentivos para as cias. aéreas usarem combustível de aviação sustentável (SAF) e para a indústria de petróleo aumentar a capacidade de produção de SAF.
Falando no Fórum Anual da Iniciativa “Clean Aviation” (“Aviação Limpa”), em Bruxelas (Bélgica), nesta quarta dia 22, o executivo-chefe da fabricante de motores rejeitou as observações de Henrik Hololei, diretor-geral do departamento de mobilidade e transporte da União Européia, de que a proposta legislativa ReFuelEU Aviation introduzindo uma obrigatoriedade de mistura SAF em toda a UE “elimina riscos da produção de SAF” e garante que SAF suficiente esteja disponível para ajudar a indústria da aviação atingir suas metas de descarbonização.
Os legisladores europeus (da UE) esperam que a obrigatoriedade de SAF comece em 2025 com uma participação de consumo de SAF em volume mínima de 2%, aumentando em intervalos de cinco anos para atingir um volume mínimo respondendo por 63% em 2050.
“Concordo com o diretor-geral [depto. de mobilidade] que não seremos neutros em carbono até 2050 com novas tecnologias [de aeronaves e motores]”, disse Andriès. “O SAF será a principal alavanca na redução das emissões de carbono. [Mas] nós, como indústria, temos que dizer ao diretor-geral neste evento aqui que a Comissão Européia é muito tímida. Porque se mantivermos a meta de 6% de incorporação da SAF em 2030, seremos superados como continente pelo EUA. Sob o governo Biden, há um forte impulso na descarbonização da aviação. Especialmente no SAF, há meta de ir muito mais rápido e ter pelo menos 10% de incorporação do SAF até 2030. Temos que estar cientes de que há uma corrida”, acrescentou, para alertar: “Temos que ter cuidado para não ser ultrapassados”.
Na Europa, observou Andriès, o caminho usual envolve “punir” as pessoas por meio de regulamentação e impostos, enquanto o EUA confia com incentivos.
O chefe da Safran também alertou os co-legisladores da UE, que ainda não chegaram a um acordo sobre a proposta da ReFuelEU Aviation, para não serem muito restritivos na definição de SAF. “Devemos ser pragmáticos; devemos ser inteligentes e focados no objetivo global de aumentar rapidamente a disponibilidade e produção de SAF”, observou Andriès. “Se nossa definição de SAF for muito rigorosa, não atingiremos nossos objetivos”, ele também disse.
Andriès enfatizou que, do ponto de vista tecnológico, os motores atuais das fabricantes ‘acomodarão’ combustível “perto de 100%” SAF e a próxima geração de motores será capaz de funcionar com combustível 100% SAF.
A Safran está investindo “massivamente” em tecnologias para contribuir para a aviação de emissão zero até 2050, disse Andriès ao público presente na conferência organizada pela Clean Aviation (uma parceria público-privada da UE que apóia pesquisa e inovação para reduzir as emissões de aeronaves de curto alcance e de médio alcance não inferior a 30 e 50%, respectivamente, em comparação com aeronaves atuais. Os investimentos incluem o programa RISE (Revolutionary Innovation for Sustainable Engines, ou Inovação revolucionário em Motores Sustentáveis) que a Safran lançou em 2021 em cooperação com a GE, para desenvolver tecnologias para uma nova geração de motores de aeronaves que poderiam consumir 20% menos combustível e produzir 20% menos CO2 até meados de 2030. Outros investimentos prevêem o desenvolvimento de tecnologias de propulsão híbrida ou totalmente elétrica.
“Há um grande número de projetos para a nova mobilidade aérea, seja com propulsão totalmente elétrica ou elétrica-híbrida”, disse Andriès. “Nem todos esses projetos terão sucesso, mas estão impulsionando a indústria, ele pontuou. O principal desafio, Andriès acrescentou, passa pela certificação dessas novas tecnologias de propulsão. “[A Safran tem] a ambição de ter o primeiro motor elétrico certificado até o final deste ano”, Andriès relatou, para finalizar: “Estamos bem no nosso caminho para atingir esse objetivo”. [EL] – c/ fontes