Acordo comercial entre EUA e Reino Unido livrando setor aeroespacial do tarifaço Trump pode servir de modelo para acordos comerciais com outros países em prol da indústria aeronáutica, em 01.07.25
Em post no dia 01 na plataforma online da mídia, Charles Alcock, editor-chefe da AIN, repercutiu que a indústria aeroespacial britânica está entre as beneficiárias de um acordo comercial entre o EUA e o Reino Unido, que entrou em vigor neste dia 30.
Entre as concessões obtidas nas negociações bilaterais está a remoção de uma tarifa de 10% sobre motores e peças de aeronaves, com o governo do Reino Unido afirmando que o presidente Trump concordou em manter esses itens sem cobrança de taxa, enquanto as tarifas sobre o setor automotivo britânico foram reduzidas de 27,5% para 10%.
Entre outros importantes parceiros comerciais do EUA, a União Européia e o Canadá enfrentam extrema incerteza quanto às tarifas que suas indústrias serão oneradas. Em ambos os casos, as negociações com o governo Trump parecem estar bloqueadas, já que o prazo final de 09 de julho para concordar com novos detalhes comerciais está a apenas uma semana de “distância”.
Mais especificamente, as tarifas sobre aço e alumínio ainda precisam ser definidas, embora, por enquanto, o Reino Unido tenha evitado a alíquota de 50% imposta pelo EUA no início de junho.
Grupos comerciais, incluindo a Aerospace Industries Association (associação das indústrias aeroespaciais) e a GAMA – General Aviation Manufacturers Association (associação de fabricantes da aviação geral), estão pressionando o governo Trump, buscando excluir o setor aeroespacial das novas tarifas. O principal argumento é que a indústria americana desfruta há muito tempo de um superávit comercial saudável e, portanto, não precisa de proteção dos importadores, e que as tarifas estão se mostrando altamente prejudiciais às empresas e aumentando os custos.
Na feira aeronáutica Paris Air Show no mês passado (entre os dias 16 e 22), o presidente e CEO da GAMA, James Viola, disse para a AIN que um número crescente de políticos do Partido Republicanos, tanto na Câmara dos Representantes quanto no Senado, no Congresso Federal americano, está endossando os apelos para excluir a aviação das tarifas. De acordo com fontes próximas a essas negociações, que falaram sob condição de anonimato, os lobistas estão tentando fazer com que o texto usado na seção aeroespacial do acordo comercial do Reino Unido com o EUA seja aplicado como modelo para acordos comerciais com outros países.
O acordo comercial entre o Reino Unido e o EUA, que reduz as tarifas de exportação americanas para os setores automotivo e aeroespacial britânicos, entrou em vigor no dia 30.
Em comunicado oficial publicado no site do governo do Reino Unido, são mencionados “benefícios imediatos” para os setores e que a medida protege empregos na região. A nota informa que os fabricantes de automóveis britânicos agora podem exportar para o EUA com uma cota tarifária reduzida de 10%, “economizando centenas de milhões anualmente e gerando centenas de milhares de empregos”. Já o setor aeroespacial ganha um grande impulso a partir da remoção das tarifas de 10%, com o compromisso de mantê-las em 0%.
“O Reino Unido é o único país a ter garantido este acordo com o EUA, reduzindo as tarifas de exportação de automóveis de 27,5% para 10%, economizando centenas de milhões de dólares para os fabricantes a cada ano e protegendo centenas de milhares de empregos”, cita o documento, ao ressaltar que as mudanças são “uma grande vitória para ambos os setores”.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, defendeu que o acordo com os americanos é “histórico” e que beneficia as empresas locais. “A partir de hoje, nossas indústrias automotiva e aeroespacial de classe mundial terão tarifas reduzidas, salvaguardando setores-chave vitais para nossa economia. Sempre agiremos em prol do interesse nacional, apoiando empresas e trabalhadores britânicos, cumprindo nosso Plano para a Mudança”, disse. [EL] – c/ fonte
