Aeroflot assina acordo estruturado para 339 jatos comerciais de fabricação russa, para entrega entre 2023 e 2030, em 11.09.22


A transportadora de bandeira russa Aeroflot assinou na quarta dia 07 um acordo estruturado com a United Aircraft Corporation (UAC) relativamente a 339 jatos de fabricação nacional (russa) para entrega entre 2023 e 2030 (oito anos). A transportadora de bandeira assinou o contrato, avaliado em um trilhão de Rublos (US$ 16,3 bilhões), durante o VII Fórum Econômico do Leste em Vladivostok, na Rússia.

O vice-chefe do governo russo e ministro interino de indústria e comércio, Denis Manturov, revelou o valor do acordo, que estabelece um novo recorde para a indústria aeroespacial e o sistema de transporte aéreo da Rússia. “Este acordo se tornará o primário de financiamento pelo fundo nacional de fomento e bem-estar social [National Welfare Fund]”, disse Manturov, para emendar: “O governo fornecerá subsídios para a aquisição de versões nacionais de aviões para congelar os preços de aquisição das companhias aéreas para garantir que nossas transportadoras não sofram encargos financeiros adicionais”.

Manturov explicou que os aviões de produção inicial terão altos custos de fabricação e que o governo russo cobrirá a diferença entre esses valores e o preço de aquisição para clientes de companhias aéreas, do orçamento federal. “À medida que a produção aumentar, reduziremos esses subsídios”, disse Manturov, para completar: “É extremamente importante para nós colocar a produção em andamento, para permitir as entregas dentro do cronograma acordado”.

O acordo, originalmente previsto para ser anunciado em junho, abrangeu duas iterações: a Aeroflot aumentou o número de aviões especificado em seu plano inicial de 300 aeronaves, primeiro em 23 e depois em mais 16, levando o número final para 339 aeronaves, o que contribuiu para o atraso.

Tendo se recusado a aceitar jato quadrimotor Ilyushin IL-96 e o ​​bimotor turboélice Ilyushin IL-114, ambos considerados anteriormente, a Aeroflot optou por aeronaves de fuselagem estreita e jatos regionais, sendo 210 jatos MC-21, mais 40 jatos TU-214 e 89 jatos Superjet-NEW.

Notavelmente, o número de aeronaves encomendadas (339) excede o tamanho da frota atual da Aeroflot, de 183 aeronaves.

Além da empresa principal, o Grupo Aeroflot também controla a Rossiya, com 129 aeronaves, e a Pobeda, com 41, para uma frota total de 353.

O diretor geral da Aeroflot, Sergei Aleksandrovsky, disse que a transportadora sincronizou totalmente o plano de expansão da frota com o programa do governo russo para o desenvolvimento da indústria nacional de transporte até 2030. “Precisamos aumentar o número de pilotos, para atrair mais pilotos – cerca de 3.500 -, para fazer esse projeto funcionar”, observou Sergei. “Também precisamos de oito simuladores de vôo completo. Em suma, este é um passo sério no desenvolvimento da empresa, não apenas para o médio prazo, mas também para o longo prazo… Este é também um marco que estabelece novos desafios para nós e abre novos horizontes para o desenvolvimento da aviação civil da Rússia”.

As entregas sob o novo acordo começariam no próximo ano, com um par de Superjet-NEW (SSJ-NEW). Em 2024, a Aeroflot receberia sete Tupolev.

“O TU-214 virá como um cavalo de batalha confiável; este Tipo tem permanecido em produção graças a pedidos de clientes governamentais e provou-se em operação”, comentou Sergei Chemezov, diretor geral da corporação Rostec, que controla a UAC. No início deste ano, o ministro russo dos transportes, Vitaly Saveliev, descreveu o TU-214 como “um dos projetos de jato que as companhias aéreas russas – e a Aeroflot entre elas – estão considerando como seu tipo principal para o futuro intermediário; eles precisam começar a pensar agora em como fazer a transição [dos equipamentos da Airbus e da Boeing]”.

Os planos exigem um lote inicial de seis jatos Irkut MC-31-310 para a Aeroflot em 2024. Chemezov insiste que o Tipo se tornará o “carro-chefe da Aeroflot” e explica que o padrão de produção do MC-21-310 apresenta “soluções de design inovadoras” para tanto pilotos como passageiros. A versão “-310” é “completamente nacionalizada”, Chemezov disse, dispondo exclusivamente de sistemas embarcados de origem russa.

Chemezov caracterizou o SSJ-NEW como um modelo da mesma geração do MC-21, observando que os dois Tipos juntos – cerca de 300 – cobrirão a maior parte da expansão da frota da Aeroflot.

“Esses jatos nacionais fornecem um substituto para Boeing e Airbus que provavelmente nunca [mais] serão entregues na Rússia”, explicou Chemezov, apontando para as sanções econômicas que o EUA e a União Européia impuseram à Rússia em meio ao conflito com a Ucrânia.

Separadamente, Sergei observou que a Aeroflot provou ser capaz de dominar e operar as “amostras mais avançadas” de equipamentos de aviação fabricados nacionalmente. “Ao assinar este acordo, sinalizamos para o mundo inteiro que a Rússia é uma grande potência aeronáutica com enorme potencial e rica experiência na produção de aeronaves, capaz de fabricar aviões confiáveis ​​e modernos”, afirmou Sergei. [EL] – c/ fontes