Agência federal americana de meio ambiente publica inventário anual de emissões de gases de efeito estufa no EUA, em 25.04.24


No dia 18, a EPA – Environmental Protect Agency, a agência federal americana de proteção do meio ambiente, publicou o seu mais novo inventário anual de emissões de gases de efeito estufa do EUA (Inventory US Greenhouse Gas emissions and Skins), com período de cinco anos – entre 2018 e 2022, um portentoso relatório de 919 páginas.

Inventory US Greenhouse Gas emissions and Skins1990-2022 (EPA 430-R-24-004) – 919 páginas:
https://www.epa.gov/system/files/documents/2024-04/us-ghg-inventory-2024-main-text_04-18-2024.pdf

Com base no relatório (tabela 3.13 – Emissões CO2 da combustão de combustíveis fósseis no setor-fim de transporte, em MMT/million metric tons – milhões de toneladas métricas, na página 168):

A tabela de emissões de CO2 mostra o crescimento da emissão de CO2 geral (toda indústria e setores usuários de combustível fóssil), mas com a redução desta emissão de gás pelo setor do transporte aéreo, seja consolidada seja separadamente – entre segmentos de aviação geral, comercial e militar e entre combustíveis de querosene aeronáutico e gasolina de aviação. Isso em valor absoluto (volume de emissão) e na participação seja dentro do setor de aviação seja no volume geral.

Dentro do setor da aviação, exclusivamente por aeronaves, a tabela mostra o crescimento do predomínio do transporte comercial na emissão, e a redução da participação dos demais segmentos.

A aviação geral, tanto por querosene aeronáutico como por gasolina de aviação, tem uma melhora com a redução de emissão, em volume e em participação. Predomina a emissão por querosene aeronáutico, com aumento deste predomínio, sobre a emissão da gasolina de aviação.

O articulista-colaborador da mídia AIN Gordon Gilbert escreveu, no dia 18, post pela publicação, no dia 18, do último inventário anual de emissões de gases de efeito estufa do EUA (Inventory US Greenhouse Gas emissions and Skins) pela EPA.

De acordo com Gilbert, as emissões de dióxido de carbono (CO2) das aeronaves da aviação da aviação geral (executivas) movidas à QAv (motorização à turbina) partindo de aeroportos no EUA caíram para 62% em relação a 2005 – uma redução de 38,3%, passando de 36,8 MMT (em 2025) para 22,7 MMT (em 2022).

Acrescente-se a esta observação que a média nos últimos cinco anos (2018-2022) foi de 24,68 MMT (uma redução sobre 2005 de 32,9%) e nos dois anos 2019 e 2022 (sem pandemia) foi de 27,05 MMT (uma redução sobre 2005 de 26,5%).

Gilbert aponta que a redução da emissão de dióxido de carbono (CO2) por este segmento do transporte significa que a sua indústria parece já ter “alcançado” o seu objetivo de longo prazo de reduzir as emissões para metade até 2050 em relação aos níveis de 2005 – pelo menos no EUA.

Gilbert também destaca que, em 2022 – o último ano pesquisado para o qual a EPA possui dados –, aeronaves da aviação da aviação geral (executivas) movidas à QAv (motorização à turbina), com emissão de dióxido de carbono (CO2) de 22,7 MMT, foram responsáveis por 9,8% das 231,5 MMT de emissões de CO2 de todas as operações por QAv no EUA e apenas 1,3% de todas as emissões de transporte no EUA pelo combustível adquirido no EUA e usado por aeronaves decolando de aeroportos do EUA.

Acrescente-se a esta observação que a emissão de dióxido de carbono (CO2) de 22,7 MMT em relação ao volume apenas produzido pelas aeronaves (excluindo-se os tanques/bunkers) foi responsável por 13,8% das 164,8 MMT de emissões de CO2 de todas as operações por QAv no EUA e 1,29% de todas as emissões de transporte no EUA pelo combustível adquirido no EUA e usado por aeronaves decolando de aeroportos do EUA.

Gilbert sustenta que, notavelmente, os dados da EPA indicam que as emissões de carbono de jatos executivos e turboélices do EUA caíram 38% entre 2019 e 2022, enquanto, ao mesmo tempo, a utilização de aeronaves executivas aumentou 22,6%. De acordo com dados do relatório TraqPak da Argus International, as partidas de aeronaves executivas com motorização à turbina de aeroportos do EUA aumentaram de 4,02 milhões de horas de vôo em 2019 para 4,93 milhões de horas de vôo em 2022, um aumento de 910 mil horas de vôo (22,6%).

Gilbert reproduz do relatório da EPA, que as emissões gerais de aviões com turbina no EUA “diminuíram 5% entre 2019 e 2022, mas diminuíram 7% desde 2007”. E que as reduções nas emissões de querosene de aviação (QAV – JET-A) a partir de 2007 devem-se “em parte à melhoria da eficiência operacional que resulta em rotas de vôo mais diretas e a melhorias nas tecnologias de aeronaves e motores para reduzir o consumo de combustível e as emissões”. No entanto, o declínio acentuado nas emissões das aeronaves comerciais entre 2019 e 2020 e a sua recuperação gradual desde então deve-se principalmente aos impactos da Covid-19.

De acordo com o presidente e CEO da NBAA, Ed Bolen, cada novo modelo de aeronave executiva é até 30% mais eficiente do que um modelo que substitui. “Somos pioneiros em eficiência, obtendo avanços, sejam winglets, sejam tecnologias compostas, adoção antecipada GPS [da navegação por satélite – GNSS], todas essas coisas que fizemos, demonstramos que somos uma incubadora de inovação que promoveu eficiência, que é o equivalente à sustentabilidade”, falou Bolen, reproduziu Gilbert.

Gilbert aponta que a EPA também atribui a redução das emissões nos últimos anos à “reforma acelerada de aeronaves mais antigas e menos eficientes em termos de combustível”. Isso é verdade para os aviões do transporte comercial, mas a idade média das aeronaves executivas no EUA tem sido em média de quase duas décadas (20 anos) durante vários anos. De acordo com uma análise recente da ACJ – Airbus Corporate Jets, a idade média é de 18,5 anos. [EL]