Air France suspende dois pilotos após “briga” na cabine durante vôo, em 31.08.21
Dissociante da reputação da postura civilizada e refinada francesa, dois pilotos da Air France foram suspensos após um atrito na cabine de um jato Airbus A320 entre os aeronautas durante um vôo em junho de 2022, de Genebra (Suíça) para Paris (França).
O conflito, com forte discussão, teria ocorrido após a recusa do copiloto em cumprir as instruções do comandante de vôo. Exercendo as prerrogativas da função, o comandante envolvido teria chegado a segurar o copiloto pela gola da camisa e lhe dado tapa, uma ou duas vezes, ganhando assim a inimizade e retaliação do copiloto.
A “briga” teria sido iniciada logo após a decolagem e foi interrompida por membros da tripulação de cabine de passageiros (comissários/comissárias) – um dos quais permanecendo na cabine de comando durante todo o vôo com o objetivo de garantir que os pilotos permaneceriam em seus respectivos assentos, sem novos conflitos. O vôo continuou sem incidentes e a aeronave pousou em segurança em Paris.
A notícia do problema foi divulgada pela agência de investigação aérea da França, BEA, em um relatório de agosto de 2022 abordando vários casos em que ocorreram graves violações de segurança em vôos da Air France.
Entre as ocorrências mais notórias citadas no relatório está um incidente em 2020 em que os pilotos de um A330 da Air France em rota da capital congolesa de Brazzaville para Paris não conseguiram “cortar” um motor com um vazamento de combustível. Em vez de preservar o motor e pousar o mais breve possível – conforme o procedimento publicado pela Air France – a tripulação redirecionou o vôo para o Chade, onde a aeronave pousou com segurança. No entanto, o BEA advertiu severamente que o vazamento de combustível poderia ter precipitado um incêndio no motor.
O relatório fez referência a três casos semelhantes entre 2017 e 2022 em que as tripulações da Air France agiram com base em sua própria análise de situações atípicas, em vez de aplicar os procedimentos e protocolos de segurança da cia. aérea.
Um desses casos envolveu um vôo do aeroporto de Nova York (JFK), no EUA, que sofreu problemas de controle de vôo durante sua aproximação para o pouso em Paris.
Em resposta ao relatório da BEA, a Air France realizou uma auditoria interna de segurança e se comprometeu a seguir as recomendações da agência – que incluem o fortalecimento da linguagem do manual de treinamento abordando a adesão a procedimentos padronizados. Buscando destacar seu excelente histórico de segurança, a Air France comparou os milhares de vôos diários que opera com os quatro incidentes de segurança mencionados no relatório da BEA.
Os sindicatos de pilotos da Air France ecoaram as afirmações da cia. aérea de uma cultura de segurança em toda a empresa enquanto defenderam as ações fora do padrão de seus pilotos durante situações anormais e de emergência. [EL] – c/ fontes