Airbus e Boeing se compõem em parceiras para iniciativas de desenvolvimento e financiamento de SAF, em 01.08.24

Conforme notícia de Peter Shaw-Smith, colaborador para o Oriente Médio da mídia AIN, no dia 23 passado, nesse dia durante a feira aeronáutica Farnborough Airshow, grandes agentes, inclusive do setor de aviação, anunciaram participação em iniciativas significativas de financiamento de combustível de aviação sustentável (SAF), em um movimento de lutar pelo controle contra as mudanças climáticas das grandes empresas petrolíferas.
Um grupo liderado pela Airbus e que inclui o Grupo Air France-KLM, a Qantas Airways, o Associated Energy Group, o BNP Paribas, a Mitsubishi HC Capital Inc, co-investiu em um fundo de financiamento SAF para acelerar a produção do “combustível verde”. Os colaboradores do grupo trabalharam com a Burnham Sterling Asset Management para estabelecer o fundo de investimento SAFFA – SAF Financing Alliance (aliança de financiamento de SAF), no qual a Airbus atua como “investidora-âncora”. Os compromissos das sete parceiras ascendem à grandeza de cerca de US$ 200 milhões.
O foco da SAFFA centra-se no SAF elegível para certificação no programa europeu RefuelEU Aviation ou CORSIA (Esquema de Compensação e Redução de Carbono para Aviação Internacional).
“Cada parceiro traz experiência e conhecimento financeiro para o fundo com a ambição de acelerar a disponibilidade de SAF, investindo principalmente em projetos de produção de SAF tecnologicamente maduros, usando, por exemplo, matérias-primas baseadas em resíduos”, divulgou a Airbus em comunicado divulgado na Farnborough Airshow. “Os investimentos serão diversificados em vários caminhos de produção de SAF e também por região”, acrescentou a Airbus.
Cada parceira do grupo poderá então celebrar contratos prioritários para garantir as receitas do SAF dos vários projetos nos quais a SAFFA investirá para os seus volumes atribuídos.
Muitos agentes do mercado e os participantes do grupo acreditam que a urgência do desenvolvimento do SAF aumentou a pressão sobre as principais fabricantes globais para tomarem medidas para fornecer o tipo de combustível, depois da procura por combustíveis mais limpos ter registrado um progresso “dolorosamente” lento. Além disso, as exploradoras de petróleo e gás parecem mais interessadas do que nunca em avançar com o desenvolvimento de novos poços e recursos de hidrocarbonetos.
Em um desenvolvimento separado, a Boeing e a Clear Sky, uma empresa de investimento dedicada à sustentabilidade da aviação, estão colaborando para acelerar o desenvolvimento do SAF com um projeto inicial para ajudar a testar e a avançar a tecnologia da Firefly Green Fuels, do Reino Unido, para aumentar a produção sustentável de combustível de aviação (SAF), no Reino Unido.
“O SAF oferece a maior oportunidade para descarbonizar a aviação, e o desafio coletivo da indústria de trazê-lo à escala global requer novos caminhos sustentáveis”, disse Brian Moran, diretor de sustentabilidade da Boeing. “A Clear Sky combina muitos anos de experiência em investimentos com conhecimento sobre os desafios de descarbonização da aviação. A tecnologia da Firefly tem potencial transformador, pois a matéria-prima do SAF, os resíduos de esgoto, é acessível em todas as regiões do globo”, disse Moran.
Respondendo a uma questão da AIN, Krishnan Narayanan, sócio fundador da Clear Sky, disse ver um enorme potencial para o desenvolvimento de SAF na Arábia Saudita, da mesma forma que se tornou o produtor de petróleo dominante no mundo nos últimos 50 anos. “Nenhuma entidade, empresa ou organização será capaz de fazer isto acontecer sozinha”, disse ele sobre os esforços para desenvolver o SAF em todo o mundo. “Estamos incrivelmente entusiasmados com esta parceria com a Boeing”.
Segundo a Boeing, o SAF representa hoje 0,1% do uso global de combustível de aviação. No Reino Unido, a obrigação por vigorar para atingir 10% de SAF na mistura de combustível de aviação até 2030 exigirá 1,2 milhões de toneladas de SAF até 2030, aumentando para 7 milhões de toneladas até 2050, afirma o Roteiro de Carbono Zero Líquido do Reino Unido do ICF.
O investimento da Boeing e da Clear Sky demonstra progresso no roteiro emissão líquida de carbono zero , uma vez que os resíduos de esgoto disponíveis no Reino Unido podem atender a uma proporção significativa dos requisitos de SAF do Reino Unido.
“Em um mundo onde a demanda por SAF supera a oferta disponível, a Firefly está abrindo caminho para um combustível com custo competitivo e disponível globalmente”, disse James Hygate, CEO da Firefly. “Com o apoio da Clear Sky e da Boeing, estamos avançando em direção ao nosso objetivo de produção comercial no Reino Unido até 2029 e rápida replicação em todo o mundo”, completou Hygate.
A obrigação de SAF do Reino Unido, sob novo governo, começará em 2025 com 2% da demanda total de combustível de aviação do Reino Unido, aumentará linearmente para 10% em 2030 e depois para 22% em 2040.
“A partir de 2040, a obrigação permanecerá em 22% até que haja maior certeza em relação ao fornecimento de SAF”, disse uma declaração feita ao Parlamento do Reino Unido pelo ministro dos transportes, Lord Hendy, de Richmond Hill, no dia 22.
Em outras regiões globais, a provedora de serviços de software B2B American Express Global Business Travel e a Shell Aviation anunciaram um novo acordo para apoiar o crescimento do programa Avelia SAF, uma das primeiras plataformas mundiais de pedido e registro/ressalva (book-and-claim) para SAF, com mais de 30 empresas e companhias aéreas participando.
O Oriente Médio mostrou potencial para se transformar em um importante centro de produção de SAF. Ted O’Byrne, CEO da lessora de aeronaves saudita AviLease, disse para a AIN, na véspera da Paris Airshow de 2023, que a empresa estava interessada em agrupar o SAF com suas aeronaves arrendadas para acelerar a disseminação da tecnologia de combustível. [EL] – c/ fonte